segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vila Pinto pede providências contra assaltos nos ônibus


A comunidade da Vila Pinto tomou a iniciativa de convocar uma reunião para discutir a onda crescente de assaltos nos ônibus buscando ações efetivas em prol da segurança dos moradores e dos usuários de transporte público na região. Foram chamados a participar o Consórcio Unibus (que congrega seis empresas de ônibus urbanos), Carris, Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Brigada Militar, Gabinete do Vereador Adeli Sell - representando a Câmara Municipal - e Gabinete do Deputado Adão Villaverde, representando a Assembléia Legislativa. A reunião aconteceu no salão da Viação Estoril.

Foi relatado que de 16 de março até agora, só nos ônibus da Carris, houve 55 assaltos. A situação chegou a tal ponto que no domingo, dia 23 de maio, aconteceram quatro assaltos em uma mesma linha, todos na região do 20° BPM. Marli Medeiros, responsável pelo CEA, relata que os moradores da Vila Pinto sentem-se acuados com a situação, já que grande parte das vítimas de assaltos, inclusive motoristas e cobradores, vivem na região entre as Vilas Ceffer e Grande Mato Sampaio.

“Antes os ladrões levavam o conteúdo do caixa do cobrador, mas agora com o TRI e os cofres, é feito um arrastão, deixando os usuários reféns e ameaçados por armas de fogo, facas e cacos de vidro ao longo de várias paradas”, diz Marli. Isso repercute na vida da comunidade, pois muitos trabalhadores, traumatizados, têm medo de utilizar os ônibus; motoristas e cobradores precisam de atendimento psicológico por trabalhar sob a tensão de um novo assalto e as empresas tendem a retirar horários para diminuir seus prejuízos, penalizando ainda mais os usuários. Já está se tornando prática que os ônibus que circulam durante a noite evitem parar onde temem que possam embarcar assaltantes, privando trabalhadores de usar o serviço. Agravando a situação, ultimamente tem havido ameaças de incendiar os veículos caso ocorram alguma reação por parte da comunidade. Enfatizou-se a peculiaridade desta situação uma vez que os delitos em sua maioria são cometidos por jovens usuários de crack.

Foi feita a proposta de que seja criada uma força-tarefa que reúna órgãos municipais e estaduais, sociedade civil e iniciativa privada para ações articuladas de combate aos assaltos agregadas à programas de educação para jovens e de recuperação de drogaditos, em consonância com o programa federal de combate ao crack lançado recentemente. Nos próximos dias será realizada uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa para definir responsabilidades e ações imediatas.

Lucia Jahn (MTb 16502)

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