terça-feira, 25 de junho de 2013

Os anos dourados na Praça da Alfândega

Quem cruza hoje pela Praça da Alfândega - ainda em reforma – não deve imaginar que no local onde estão as duas pomposas sedes do Banrisul e Caixa Econômica Federal houve um boteco e point de encontro para prostitutas que ficavam por ali nos fundos da Sete de Setembro.

Os cinemas da redondeza aglutinavam multidões nas noites e especialmente nos finais de semana.  E tinha a Matheus, sim a Confeitaria, que depois se mudou para a Borges e parou por ali. E é claro o espaço mais chique e badalado da cidade: o Clube do Comércio, onde os bailes de debutantes eram ‘o acontecimento’ e seus convites eram disputados a tapa.

Isto e muito mais você vai encontrar no livreto ‘Os anos dourados na Praça da Alfândega’, editado em 1994, pela Artes e Ofícios, de autoria de José Rafael Rosito Coiro. Já falecido, sabia escrever como poucos. Foi um grande professor de Biologia no Julinho e contribuiu enormemente para a área acadêmica da UFRGS, escrevendo artigos e contos de ficção científica.

Se você sabe pouco sobre os anos 50, 60 e 70 em Porto Alegre e quer entender a época, os costumes, os valores, a leitura é obrigatória. A publicação conta histórias de figurinhas carimbadas da vida noturna da cidade. As histórias de personagens conhecidos no Brasil inteiro misturam-se com figuras anônimas que frequentaram o ambiente da Praça, revelando o rico cotidiano de uma cidade que se esforça para não esquecer seu passado.

O preconceito era brutal contra "gaúcho", especialmente aquele que vinha com sotaque de interior e vestia traje tradicional. Hoje o que aplaudimos, naquela época era motivo de chistes e agressões. Coitada das "bicha" como eram chamados os homossexuais de então. Alguns furaram bloqueios e se juntaram a turma de boas vidas, de boêmios, de provocadores ingênuos (às vezes nem tanto) do Coiro ali na frente do Clube do Comércio. O China Gorda é um bom exemplo, conhecido também pelos seus dotes culinários.

E quem não conheceu ou não ouviu falar da grande jornalista e dama avant guarde Gilda Marinho, que morava no Edifício do Clube do Comércio. Há um relato marcante de como ela dobrou a conservadora sociedade gaúcha. Era de uma genialidade ímpar e sabia curtir a vida como ninguém. Dizem que o galante prefeito Loureiro da Silva - não está no livro - tinha uma paixão por ela.

Mas quero voltar ao grosso do conteúdo destes anos dourados, de como era a vida dos adolescentes, a sua iniciação sexual, a relação com os cabarés - frequentados, muitas vezes, apenas para dançar e beber. Como era penoso para as moças de então que tinham que conservar a virgindade para casar e não serem mal faladas.

Tem relatos incríveis sobre os metidos da época, os endinheirados e esnobes, cujas famílias não souberam fazer os filhos pensar e trabalhar (e às vezes, estudar), caindo na decadência financeira.  Os idosos há muitos anos são os donos desta Praça, e reforço não é ruim. Mas perdemos muitas personagens fantásticas e esquisitas, sobrou muito corre-corre, vendedores ilegais, sujeira e árvores mal cuidadas.

Com este relato rendo minha homenagem ao autor e aos que povoaram a Praça, sonharam e viveram esta Porto Alegre, que merece ser resgatada, para podermos fazê-la melhor.

Store TV Caminhando por Porto Alegre - Ciclovias



Nosso programa semanal já está no ar e aborda a questão das ciclovias em Porto Alegre. Para nós, o Executivo continua construindo faixas exclusivas para bicicletas em desconformidade com alguns parâmetros técnicos e sem a necessária sensibilização e diálogo com a comunidade. No início do mês foi inaugurada mais uma via exclusiva para ciclistas, com 880 metros de extensão, ligando as avenidas Loureiro da Silva e Venâncio Aires. Com o novo trecho, Porto Alegre passa a contar com 14 quilômetros de ciclovias, míseros 2,8% do que prevê o Pano Diretor Cicloviário.

Revitalização do Cais Mauá é tema da próxima edição


A revitalização do Cais Mauá será o tema da edição desta quinta-feira, dia 27. O secretário de Desenvolvimento e Assuntos Especiais da Prefeitura de Porto Alegre, Edemar Tutikian, estará no estúdio. Ele irá tratar sobre o projeto que prevê a recuperação dos armazéns que serão destinados à gastronomia, cultura e lazer entre outros serviços.

A iniciativa também prevê a construção de três prédios comerciais e um shopping center. A edição contará com reportagem de Tatiana Feldens, realizada no dia da solenidade de liberação das licenças para a primeira etapa da obra.

É nesta quinta, no canal 20 da NET!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Entrevista: Só sociedades totalitárias não admitem partidos

Entrevista publicada na edição desta segunda-feira no Jornal do Comercio 

As manifestações populares têm levado milhares de pessoas às ruas do País nos últimos dias. Em Porto Alegre, no ato mais recente havia mais de 20 mil pessoas em marcha e de novo houve confrontos entre a Brigada Militar e os manifestantes. Para o cientista político Paulo Sérgio Peres, os movimentos se tornaram uma onda heterogênea e controversa, que reúne grupos de distintas posições ideológicas, que empunham tanto bandeiras genéricas quando reinvindicações pontuais e resultarão em uma disputa dentro das manifestações.

Em entrevista especial ao Jornal do Comércio, Peres se mostra preocupado com o caráter anti-partidário de grande parte dos manifestantes e um horizonte que pode culminar em regimes totalitários, em nome da pátria. O especialista afirma que a pauta de reivindicações é impossível de ser atendida por partidos de esquerda e direita no curto e longo prazo e projeta a apropriação do discurso das manifestações nas eleições presidenciais de 2014. Peres também afirma queas lideranças dos movimentos que iniciaram as manifestações devem se projetar como lideranças partidárias nos próximos anos.

Jornal do Comércio – Como observa o repúdio de grande parte dos manifestantes em relação à participação político-partidária dentro dos protestos?
Paulo Sérgio Peres – Não é algo inesperado e novo no Brasil ou internacionalmente. Desde os anos 1960, no mundo inteiro vemos pesquisas apontando a crescente queda de identificação partidária, o aumento da desconfiança dos cidadãos de vários países democráticos em relação aos partidos. No caso dos movimentos do Brasil, há um apartidarismo e anti-partidarismo associados de crescente movimento, principalmente dos meios de comunicação, de tentar construir um movimento patriótico, no qual não cabem partidos que são divisores. Isso é preocupante. Somente sociedades totalitárias não admitem partidos, diferenças e grupos com visões divergentes. A rejeição de partidos, com uma história longa de luta e que até começaram todos esses movimentos, vejo como algo preocupante. Sociedades sem partidos e divisões são totalitárias. Na verdade, é impossível uma sociedade sem partido, o que se tem, às vezes, é uma sociedade com partido único. No momento em que, dentro do movimento, há grupos achando que deve ter partidos e grupos achando que não deve ter partidos, no mínimo já tenho dois partidos: os que querem e os que não querem partidos. A democracia precisa de partidos. São movimentos heterogêneos, e os partidos são legítimos e imprescindíveis.

JC – Na abertura política, uma das principais exigências dos movimentos era o pluripartidarismo, após um período de repressão ditatorial.
Peres – Tivemos uma ditadura atípica, que manteve durante boa parte o Congresso Nacional funcionando e realizava eleições – só que controlou o processo com sistema bipartidário forçado. Mesmo dentro do regime havia partidos. Durante o processo de abertura, se viu que a democracia precisava ser um regime amplo e de acolhimento aos partidos mais diversos. Um dos símbolos da democracia é a pluralidade partidária. Se defendemos a diversidade sexual, moral e cultural, por que não aceitar a diversidade partidária? Entendo que a rejeição aos políticos no mundo inteiro acaba resultado na rejeição a organizações políticas, que são os partidos. Mas esperar uma democracia representativa sem os partidos ou é uma ilusão – porque não temos uma instituição que possa substituir os partidos – ou é temerário e autoritário. Porque pressupõe que podemos ter um partido único, que seria da pátria brasileira que não aceita o partido.

JC – Há paralelos entre a trajetória que culminou no regime ditatorial de 1964 e o atual momento político, como este ufanismo e o pedido de que não haja partidarização. É um exagero? 
Peres - Há paralelos. Não é um exagero perceber isso, mas é um exagero achar que já chegamos nesse ponto. Ainda estamos distantes de um ponto de ebulição em que seja possível instaurar um regime autoritário. Mas existem pesquisas que são feitas na América Latina pelo Instituto Latinobarômetro que têm mostrado que, nos últimos anos, os partidos e o Congresso são instituições com baixo prestígio, vistas com desconfiança. As instituições com olhar mais positivo são o Corpo de Bombeiros, a Igreja e as Forças Armadas. Junta isso com outra pergunta, sobre o apoio à democracia de forma incondicional ou se, em alguma circunstância, a população aceitaria um governo autoritário. A maioria das pessoas aceitaria um governo autoritário para resolver situações de conflito. Não chegamos nesse momento, mas se houver instabilidade sem controle, seria uma desculpa perfeita para as Forças Armadas chegarem ao poder. É perigoso o jogo de que os partidos não cabem e que temos que ser apenas patrióticos. Há paralelos históricos, mas não estamos no ponto de ebulição, mas é uma incógnita porque eles ainda estão nas ruas, a cada momento há mudanças e diferenças.

JC – Temos um governo de um partido de esquerda, no Estado e no Brasil, que encampou muitas dessas pautas que estão nas manifestações. A esquerda tem conseguido dar respostas ou ainda está tentando compreender o movimento?
Peres - São duas coisas. Esses movimentos que estão acontecendo não vejo como novos. Não me surpreendi. Quem acompanha os movimentos sabe que havia muitos movimentos na sociedade civil brasileira acontecendo e também havia uma parte da sociedade dormente. Não era um grupo grande da sociedade, mas o movimento estudantil sempre aconteceu, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), os partidos menores que fazem uma série de ações... A verdade é que surgiu uma classe média jovem, não ligada diretamente aos partidos que acabou se agregando a esse movimento. Há uma nova geração que foi formada cultural e intelectualmente nos últimos 15 anos, com uma visão de mundo muito diferente da concepção que prevaleceu e prevalece nos políticos hoje. É uma geração formada no contexto da internet. É uma esfinge não decifrada pelas redes de televisão – que vêm perdendo audiência – nem pelos partidos políticos, nem pelos políticos, que não conseguem renovar quadros partidários, não conseguem ter lideranças novas que venham com essa mentalidade, com esse novo mundo. É uma geração muito diferente e não foi desvendada por políticos e pesquisas. Por outro lado, em que medida os partidos de esquerda estão conseguindo resolver as demandas da população e aquelas promessas que eles tinham? O desafio é que os partidos de esquerda chegaram ao poder, especificamente o PT, e que para governar no sistema político que temos, precisam fazer alianças partidárias com o quadro que vai do centro à direita e tem que abrir mão do quadro programático. O PT enfrentou esse dilema e teve um amadurecimento, percebeu que um partido quando está no poder, está para todos, e não só para aquele nicho político que ele discursava. Isso gera desencantamento. Existe um grupo que sempre apoiou o PT e está desiludido, mas não tem outro partido para escolher. As políticas que são demandadas pelos movimentos, nenhum partido conseguirá dar resposta no curto prazo. É uma agenda tão ampla que é impossível de ser atendida.

JC – Pode haver um esvaziamento das manifestações com a inclusão de pautas genéricas. Há uma disputa de consciência dentro do movimento?
Peres – Esse movimento começa pequeno, de maneira clara e pontual, com o pessoal do Movimento Passe Livre, alguns são membros do P-Sol ou do PSTU. De repente, esse movimento que começa pequeno ganha uma projeção que os líderes não esperavam, e eles se assustaram diante disso. Depois da repressão em São Paulo, houve a adesão de outros grupos, de atores individuais. As próprias lideranças iniciais estão sentindo que abriram uma caixa de Pandora. No sentido de que começaram algo, que já não os pertence, eles não têm mais controle sobre isso. Aquilo que começou como movimento, eu diria que é uma onda. Os próximos passos vão ser as tensões internas que começarão dentro dos manifestantes. Eles vão olhar uns para os outros e perceber que estão lado a lado na rua, mas que defendem muitas coisas diferentes. Há grupos dos movimentos originais que defendem pautas morais mais progressistas, como, por exemplo, a liberação do casamento gay. Do lado dele, há pessoas que são contra a corrupção, mas que são contra as leis favoráveis ao casamento homossexual. Essas pessoas vão olhar umas para as outras e perceber que a única coisa que as une é uma pauta genérica irrealizável no curto prazo. Aquilo que é pontual os afasta. Vejo como um movimento fragmentado, multifacetado, tem gerações variadas, grupos de direita, centro, esquerda e grupos religiosos. É uma onda heterogênea e contraditória. Quem começou não sabe onde vai parar.

JC – A violência é uma forma de resistência? 
Peres – Todo movimento em que as multidões vão para as ruas ascende uma porcentagem de radicalização. Há duas formas de violência. Há a violência que é uma reação, uma quantidade de pessoas que perdem a cabeça, e há a violência de grupos menores, organizados e que fazem uma violência de forma racional – que aproveitam a onda dos movimentos para pôr em prática a sua concepção ideológica de ataque ao Estado ou até propriedade privada. Assim como algumas pessoas que podem ser criminosas que estão aproveitando para saquear. É quase impossível se ter um movimento que não tenha qualquer tipo de incidente de violência. A pauta é muito heterogênea, é possível atrair mais grupos com objetivos diferentes e que podem ser grupos mais radicais em suas manifestações. No caso, está acontecendo de muita gente extravasar uma raiva acumulada, porque se sentia injustiçado, pelas políticas, pelas coisas que tem acontecido no Brasil nos últimos anos, e o movimento acaba sendo um momento de catarse. Vejo como mais preocupante a violência racional de grupos organizados que aproveitam o momento para manifestar a sua ideologia antiestatal, antissistema político, antidemocrática, por meio da violência e da depredação, da quebra de coisas.

JC – Muitos manifestantes tem pintado os rostos em alusão ao movimento dos “caras pintadas”. Quais as relações com os atos do “Fora Collor”, em 1992?
Peres – O movimento “Fora Collor” era uma pauta única, muito clara e factível. O presidente saiu e a pauta foi atendida. Tendo uma pauta clara, foi mais fácil ter uma unidade, uma unificação sem grande heterogeneidade no movimento, assim como estava claro que o movimento acabaria quando a pauta fosse atendida. No momento atual, há um descontentamento, não em relação à presidenta da República, mas a todos os políticos. Por isso que este movimento tem acontecido em várias cidades, administradas por partidos diversos. As manifestações têm atingido tanto prédio de Executivos quanto do Legislativo, é contra os políticos em geral. Alguns paralelos que começam a ser estabelecidos, entre o “Fora Collor” e o que acontece agora, podem ser mais uma tentativa de manipulação desse movimento, como se fosse um movimento contra as políticas do governo federal. E isso não é verdade.

JC – Haverá impacto nas urnas em 2014? Novas lideranças estão emergindo? 
Peres – Acredito que o movimento original tem lideranças. Parou de ter lideranças foi quando o movimento virou uma onda. Portanto, essas lideranças vão se transformar em lideranças políticas, partidárias. Isso aconteceu inclusive no movimento do “Fora Collor”, em que o Luiz Lindbergh Farias (hoje senador PT-RJ) foi uma das principais lideranças nacionais estudantis. Em relação às eleições do ano que vem, os partidos vão tentar se apropriar do discurso, como sempre fazem, e vão colocar isso nas suas campanhas, cada um vai querer dizer que o movimento era contra o governo federal, contra o governo estadual ou era contra o governo municipal, que é de partido X ou Y. Do ponto de vista prático, nada vai mudar.

JC - Por quê?
Peres - Primeiro, ainda são os mesmos políticos que estão aí. Não temos nenhuma grande liderança jovem de fato. As lideranças políticas são ainda aquelas do regime autoritário. Segundo, o sistema político é o mesmo, que não vejo como tão problemático assim, como muita gente aponta. O sistema político é estabelecido de tal modo que os legislativos são ocupadas por muitos partidos e o chefe dos Executivos para governar precisa da maioria no Legislativo. Não vejo no horizonte de médio e longo prazo uma mudança tão drástica.

Perfil
Paulo Sérgio Peres tem 44 anos. É natural de São Paulo e atua como professor adjunto no departamento de graduação e pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos, possui mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ciência Política pela mesma instituição, onde defendeu uma tese sobre o sistema partidário brasileiro, na qual realizou uma análise do período de 1982 a 2004. Foi professor substituto na Universidade Federal de São Carlos e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo. Sem filiação partidária, Paulo Sérgio Peres atua principalmente com os temas de instituições políticas brasileiras, partidos e sistemas partidários, teoria democrática e história. O professor possui ainda diversos artigos publicados em congressos e livros especializados em Ciência Política.

Evento inicia amanhã no Parque de Exposições, em Esteio


O 1º Festival de Gastronomia RS pretende mostrar e valorizar a diversidade da culinária gaúcha por meio dos produtos do Estado. O resgate de hábitos alimentares e pratos característicos de todas as regiões valoriza as etnias e evidencia a cultura do Rio Grande do Sul.

Durante a programação, serão repensadas as práticas culinárias com base na história e cultura que constituem a gastronomia regional. Com a temática voltada à alimentação, serão promovidos encontros, descobertas e trocas de conhecimentos.

O Festival vai aproximar chefes de cozinha, cozinheiros, empresários, estudantes e profissionais do setor de alimentação e bebidas dos produtores locais, evidenciando o processo de transformação dos insumos até a elaboração dos pratos que chegam à mesa dos consumidores.

Na área cultural estão previstas atividades que visam integrar a gastronomia com diversas manifestações culturais – tais como o cinema, o teatro, a literatura e as artes visuais, o folclore e o artesanato. 

Acompanhe e participe da nossa programação.


Manifestações são legítimas, as reivindicações e os métodos para expressá-las é que precisam ser revistos, opina Adeli

Na foto: Adeli Sell, Lauro Quadros, Edson Brum (PMDB), Celso Bernardi (PP) e Vicente Bogo (PSDB)
Participei hoje pela manhã do programa Polêmica, da rádio Gaúcha, que teve como tema central a pergunta: Você concorda com o movimento "não reeleja ninguém", ou, quem é bom, pode continuar? Para minha grata surpresa, 60% do entrevistados responderam que que quem é bom pode continuar. 

Sabemos que as manifestações são legítimas. As reivindicações e os métodos para expressá-las é que precisam ser analisados. Os milhares de manifestantes que tomaram as ruas nos últimos dias deram um recado claro aos governantes de todas as instâncias. Os gritos mostram que há algo no ar. Porém é salutar escutar seus tons. Temos aqueles que exigem respeito e qualidade no transporte público, com uma passagem que não lhe arranque o olho da cara. Temos o grito da mãe em busca de atendimento do filho num posto de saúde. Temos também aqueles que lutam contra as mais variadas formas de corrupção e ilicitudes. Há os que sentem insegurança todos os dias. Mas temos também o grito do jovem que rodou no Enem ou do que fez vestibular numa universidade pública e ficou para trás. Tem as vaias de novos torcedores em novos estádios que nunca tinham ido antes. Tem o protesto daquele que ficou de fora dos estádios de luxo e entradas com valores proibitivos. Tem de tudo, tanto no Brasil, como no mundo afora.

Não queremos corrupção. Queremos imprensa livre. Queremos que os movimentos continuem e estamos com eles. A bandeira por um país mais justo e melhor, levantada por milhares de jovens, coincide com o que o PT defende e tem motivado nossas lutas na condução do Brasil. O uso das redes sociais nos debates políticos e na mobilização nos mostra a essencialidade de um tema: a democratização dos meios de comunicação.

A Onda Conservadora e a Instrumentalização Anti-Democrática das Redes Sociais

Ilton Freitas
Prof. Dr. em Ciência Política

Na versão alemã de 2008 do filme “The Wave (A Onda)” - baseado em fatos reais ocorridos numa escola na cidade de Palo Alto/USA, em 1967 - o professor de história após discorrer sobre as condições que produziram a ascensão e o apoio da população ao nazismo na Alemanha, nos idos de 1930, faz uma indagação à classe. Pergunta o professor se aquela nefasta experiência política poderia ser reproduzida nas sociedades contemporâneas. De pronto os alunos negam essa possibilidade. Argumentam que na atualidade os jovens são mais instruídos e que não se deixariam iludir por ideias ou lideranças anti-democráticas. Sentindo-se desafiado a testar seus alunos, o professor por meio de técnicas de persuasão convida-os a ingressarem num movimento pela melhoria da qualidade da escola. De modo sistemático e persistente o professor passa a sugerir aos alunos que o movimento deveria adotar algumas “ideias“ sintetizadas nas palavras disciplina, comunidade e poder. Mais adiante o movimento deveria adotar um nome, um emblema, uma saudação e um uniforme padrão! No filme tal qual nos acontecimentos reais em Palo Alto as coisas não terminam bem!

Deixando de lado a sinopse da bela e perturbadora película, inquiro se seria possível no Brasil contemporâneo retrocedermos a uma ditadura, ou - o que dá no mesmo - para um regime de exceção sem partidos e parlamento? Qual a direção que tomam as manifestações em nosso País nesse momento? Em que consiste a novidade da “sociedade em rede“ para fins políticos na contemporaneidade, em particular no caso brasileiro? É crível que as manifestações organizadas e mobilizadas pelas redes sociais carecem de direção e sentido programático? Há um núcleo de bom senso nas manifestações?

Começando pelo fim. Creio que o núcleo de bom senso nas manifestações hegemonizou o movimento até a primeira quinzena de junho. Posto que foi nesse momento que o MPL (Movimento pelo Passe Livre) conduziu as manifestações em torno de uma reivindicação com objeto determinado, justa e imediata, ou seja, o não aumento das tarifas do transporte coletivo, combinadas com denúncias sobre a precariedade da mobilidade urbana em nossas cidades. Até então a mídia de massa dava relativa ou pouca importância às manifestações, mas na capital paulista exortava o governo tucano a reprimir com violência o movimento, no que foi atendida!

Ocorreu que com a descontrolada repressão policial ao movimento a partir de São Paulo, irradiou-se uma enorme onda nacional de solidariedade e em defesa da livre manifestação da população! A partir desse momento houve uma conversão de sinal nas manifestações! Isto é, do campo democrático e popular desgarrou-se para o campo do conservadorismo, da reação, e do questionamento das instituições democráticas e de representação da sociedade brasileira. Por seu turno, estabeleceu-se uma divisão política de tarefas.

À mídia, coube a direção subjetiva (lúdica) e programática do movimento com o apoio à cruzada moralista contra a corrupção, e aos movimentos de extrema direita nas redes sociais (change brazil/anonymus/etc.) cumpre a tarefa de mobilizar, radicalizar e exortar os manifestantes contra o governo federal, os partidos de esquerda e as organizações populares. Servidores privilegiados de estado emprestam seu prestígio à onda conservadora tendo em vista interesses corporativos (justificados ou não) contrários à PEC 37. Portanto, o núcleo de bom senso das manifestações foi reduzido e perdeu o controle. A tênue esperança de debater o déficit de representação nas democracias contemporâneas involuiu de patamar, pois o debate da representação politica aponta para mais democracia e não para menos! Está claro que não é essa a agenda do campo conservador!

Sempre defendi a partir de estudos acadêmicos que a internet representava um novo patamar comunicacional para a humanidade. E nesse sentido ter acesso à rede deve ser compreendido como um novo direito social. Num certo modo a internet representa a possibilidade de renovação da esfera pública, posto que a opinião pública contemporânea foi colonizada pelas empresas midiáticas de massas, sobretudo a televisão. Contudo, a web 2.0 e suas redes sociais a destarte de permitirem uma maior circulação das informações vem se demonstrando muito menos como um ambiente de conversação cívica, e muito mais como um veículo de mobilização coletiva. Desse modo cumpriu um papel progressivo nas mobilizações contra os regimes autocráticos árabes, que resultaram na “primavera árabe”, nas ocupações de praças públicas nos EUA e na Espanha contra o desemprego e o capital financeiro, no Chile contra a privatização do ensino superior, etc.

Todavia, sabemos que o sentido de qualquer mobilização não é indeterminado. Seja por meios tradicionais, seja por meios virtuais as mobilizações políticas perseguem objetivos favoráveis ou contrários ao establishment. No caso brasileiro as manifestações anti-establishment, conformaram-se no momento claramente à direita. Há uma reproposição dos termos clássicos da disputa política unidimensional, ou seja, direita versus esquerda. É necessário compreender que as redes sociais não são infensas ao debate em momentos de crise política, ou seja, os internautas individualmente ou em coletivos serão mobilizados por distintos projetos políticos. Ainda mais que por mais que exaltemos o neo-individualismo virtual, é patente que para lograr uma ação coletiva é necessário uma direção política consciente dos objetivos a serem alcançados. A novidade que essa direção política não se traveste de partido políticos, mas em ondas hertzianas por meio do espectro televisivo, e através da digitalização pelas redes sociais.

Há em nosso País uma clara tentativa de desestabilização (bloqueio de estradas, depredações, etc.) de um projeto político de centro-esquerda que chegou ao poder democraticamente, e que conta com o apoio de amplos setores da população brasileira. Setores que por óbvio não se veem representados pelos golpistas midiáticos, e pela extrema direita dos Anonymus e dos Change Brazil! A presidenta Dilma respondeu bem aos protestos ao condenar com firmeza o vandalismo e colocar-se disponível para dialogar. Além disso, convocou prefeitos e governadores para discutir um plano de mobilidade urbana. Também respondeu bem as necessidades da área da saúde por mais médicos, e repautou o anteprojeto de lei de aplicação das riquezas do pré-sal para a educação. Registre-se que o Brasil profundo de milhões e milhões de homens e mulheres beneficiados pelas políticas sociais do governo federal, assiste de longe as manifestações. Até quando não sabemos!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Nota do presidente do PT de Porto Alegre aos seus militantes

O Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre vem de público manifestar sua preocupação com o rumo dos protestos na cidade. Seguimos na defesa pela mais ampla liberdade de expressão e manifestação, pela liberdade de imprensa e exposição de todas as demandas sentidas pela população.

Vamos participar sempre de atos que tenham objetivos claros de luta para melhorar a vida das pessoas, seja em nível local, estadual ou nacional. Vamos continuar lutando para que não apenas o nosso partido, como as demais siglas, possam se manifestar livremente, assim como todas as entidades de cunho sindical, estudantil ou popular.

Estaremos também juntos com entidades estudantis e organizações que buscam um futuro melhor aos nossos jovens.

Rechaçamos, entretanto, ataques às pessoas e às instituições, o uso da violência ou a danificação do patrimônio público ou privado.

Lutamos para acabar com todas as formas de violência, exceção, ditaduras, sejam elas disfarçadas ou claras. Exigimos dos governos que tomem posição, respondam às legítimas demandas, tomem medidas reais e concretas para coibir a violência e o vandalismo.

Pela democracia!

Por uma ampla reforma política!

Adeli Sell
presidente do PT-POA

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Adeli palestra para vereadores de Viamão sobre PPPs



A convite do prefeito Valdir Bonatto, o assessor superior do Gabinete dos Prefeitos do governo do Estado, Adeli Sell, esteve no município na tarde da última terça-feira, 18, para falar sobre parcerias público-privadas com vistas ao desenvolvimento urbanístico e para a recuperação de áreas centrais degradadas. No encontro, realizado na Câmara Municipal de Viamão, Adeli apontou algumas parcerias bem sucedidas, como o cais Mauá, em Porto Alegre, e a cidade de Rosário, na Argentina.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O que está acontecendo???

Será uma nuvem passageira? Prenúncio de algum tsunami no Brasil? Afinal, "o que está acontecendo?". A pergunta vem de todos os lados. As manifestações são legítimas. As reivindicações e os métodos para expressá-las é que devem ser analisados.

Os milhares de manifestantes que tomaram as ruas nos últimos dias deram um recado claro aos governantes de todas as instâncias. Os gritos mostram que há algo no ar. Porém é salutar escutar seus tons. Há vários tipos de gritos, aparentemente no mesmo tom e direção. Ledo engano. Cada um tem o seu problema. Não são mais as DIRETAS. Não é mais o FORA COLLOR.

Temos aqueles que exigem respeito e qualidade no transporte público, com uma passagem que não lhe arranque o olho da cara. Temos o grito da mãe em busca de atendimento do filho num posto de saúde. Temos também aqueles que lutam contra as mais variadas formas de corrupção e ilicitudes. Há os que sentem insegurança todos os dias. Mas temos também o grito do jovem que rodou no Enem ou do que fez vestibular numa universidade pública e ficou para trás. Tem as vaias de novos torcedores em novos estádios que nunca tinham ido antes. Tem o protesto daquele que ficou de fora dos estádios de luxo e entradas com valores proibitivos. Tem de tudo, tanto no Brasil, como no mundo afora.

Eu gritei muito e ainda sapateio contra as injustiças. Lutei contra a ditadura. Fui um dos mentores e líderes na maior greve da construção civil, que parou mais de 50 mil pessoas. Fui parar na cadeia da Polícia Federal. Valeu a pena, hoje temos liberdade e democracia. Mas não toleramos a Polícia truculenta, seja a daqui ou a paulistana.

Gritos são muitos. É preciso saber escutar aqueles que contam de fato. Fizemos mil e uma passeatas, greves, protestos, sem nunca fechar a rua toda. Fazíamos questão de deixar o cidadão ir para casa, tentávamos com isto sim, ganhá-lo à nossa causa. Nunca praticamos vandalismo e mesmo assim derrubamos uma ditadura. Lutamos assim pelas Diretas, gritamos muitas vezes Fora o FMI e vencemos o dragão da inflação de então. Botamos um presidente a correr.

Não queremos corrupção. Queremos imprensa livre. Queremos que os movimentos continuem e estamos com eles. A bandeira por um país mais justo e melhor, levantada por milhares de jovens, coincide com o que o PT defende e tem motivado nossas lutas na condução do Brasil. O uso das redes sociais nos debates políticos e na mobilização nos mostra a essencialidade de um tema: a democratização dos meios de comunicação.

Temo pelos poucos que vandalizam e que estão ganhando destaque na mídia. O grito destes não pode ser confundido com o apelo social pela coisa certa e justa. Aqui, em Porto Alegre, está acontecendo o inusitado, os anarquistas estão na "direção" de várias ações, inclusive nas violentas. Afora, os infiltrados de plantão e outros que devem estar a serviço de causas escusas.

Os governantes não podem vacilar. Ouvir as vozes das ruas é dever de todos os Poderes, para mudar práticas e aprofundar o processo de transformações em busca de uma sociedade moderna, justa, democrática e com igualdade de oportunidades para todos, sem deixar de mostrar que é o vandalismo e a depredação dos espaços são intoleráveis.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Palmarinca - O último baluarte da esquerda

O jornalista e ex-comissário de bordo não usa armas, mas constrói e resiste em seu baluarte de ideias e sonhos. De fala mansa e pausada, semblante sereno, Rui Gonçalves construiu na Galeria Pio XII, de quem fui vizinhar com meu sebo no final dos anos 80, uma marca e uma clientela fiel, quando o termo "fidelização" nem constava no nosso vocabulário comercial.

Mas ele começou muito antes disso. Em 1972, em plena ditadura militar, montou uma livraria com cunho claramente de esquerda, recheado de livros que importava do México, Argentina e Espanha, além das editoras locais que ousavam publicar alguns malditos daqui. E por incrível que pareça, teve menos problemas com os censores da Polícia Federal do que com os burocratas da Receita que sempre que podiam trancavam seus livros.

Palmarinca, uma junção de Palmares com Incas, é marca para dizer que a América Latina estava presente e continua até hoje no seu foco de ação. Professores, pesquisadores, alunos antenados e intelectuais batem ponto não mais na galeria inacabada, mas ainda no Centro, agora na Jerônimo Coelho, 281, para saber de novidades e encomendar seu livro.

Apesar de muitos espaços desta estirpe terem findado pelo Brasil afora, Rui resiste, vendendo livros, atendendo bem, informando e ouvindo. Tanto que nos sábados pela manhã, uma fauna local marcha para esta trincheira da democracia, do compartilhamento e do bom papo.

Palco também de bons lançamentos de livros, a história da Palmarinca não é linear. Foi duríssimo enfrentar o rescaldo da era Collor nos anos 93 e 94. Mas Rui resistiu e venceu. As dificuldades também aumentaram com o advento das ‘megastores’ que, com títulos dos mais variados garantem trazer o que você quiser, mas não tem o Rui Gonçalves atendendo, agora com a ajuda do filho. No passado tinha o Hermes, seu sócio, e a Tania, todos sempre prontos para resolver o problema.

Mas não foram apenas os "tempos" que levaram de roldão livrarias tradicionais. A má administração contribui e muito para esta derrocada. A paixão pelos livros com o cuidado administrativo é que salvou a Palmarinca.

Rui se queixa da falta de leitores e da falta de bibliotecas públicas. Nas casas também são bem mais escassos os livros nas prateleiras. Rui também se queixa da descaracterização da Feira do Livro, focada mais no espetáculo, menos na reflexão. E lembra que livros sobre o teatro, o cinema e as artes - que eram tão discutidos em Porto Alegre - chegavam e saíam das livrarias com a mesma rapidez, mas hoje não apresentam mais esta efervescência.

É hora de sairmos das clausuras das casas, dos shoppings, do medo e tomar as ruas, o Centro, passar na Palmarinca e viver os livros porque eles são o alimento de nossas almas.

ADELI SELL foi livreiro, é escritor e consultor.

O aumento dos casos de dengue em Porto Alegre é tema do programa nesta semana


O aumento dos casos de dengue em Porto Alegre será o tema da edição desta quinta-feira, dia 20. Segundo a integrante da Divisão do Controle Operacional da Dengue da SMS,  Maria Mercedes Bendati,  a presença do mosquito Aedes Aegypti foi verificada em 77 dos 82 bairros visitados pelos técnicos da Prefeitura. A maior incidência ocorre na zona sul.

Os números mostram que o Índice de Infestação Predial  médio da cidade subiu de 4,6% em janeiro para 5,8% em abril, valor considerado preocupante tendo em vista o histórico existente.

Vale a pena conferir!

Degustação e apresentação de vinhos com Adriano Miolo

Fonte Danilo Ucha
17 de junho de 2013

Foi-se o tempo em que falar de vinho brasileiro era falar de Serra Gaúcha. A fronteira vitivinícola nacional ampliou seus horizontes não apenas no Rio Grande do Sul, indo para a Campanha, para a Serra do Sudeste, para o Planalto, etc, mas também em outros Estados. Líder no mercado nacional de vinhos finos entre as vinícolas brasileiras, a Miolo está presente hoje em várias regiões numa aposta da diversidade de terroirs. O grupo já possui seis projetos em cinco regiões vitivinícolas brasileiras: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos/RS), Seival Estate (Campanha/RS), Vinícola Almadén (Campanha/RS), RAR (Campos de Cima da Serra/RS), Lovara Vinhas e Vinhos (Serra Gaúcha/RS) e Vinícola Ouro Verde (Vale do São Francisco/BA).

Adriano Miolo, um dos mais destacados enólogos brasileiros, diretor enólogo da Miolo Wine Group, e principal responsável pelo crescimento da empresa criada por Darcy Miolo, aceitou o convite da SBAV-Rio para comandar, em 24 de junho (segunda-feira), uma degustação inédita com cinco ícones de sua criação em cinco regiões completamente distintas. Adriano vai apresentar seus vinhos do Vale dos Vinhedos, da Campanha (Livramento e Candiota), Campos de Cima da Serra e Vale do São Francisco, na Bahia.

Serão degustados os vinhos:

- Bueno Cuvée Prestige (Campanha)
- Quinta do Seival Alvarinho (Campanha)
- RAR Viognier (Campos de Cima)
- Testardis Syrah (Vale de São Francisco)
- Almadén Vinhas Velhas (Campanha)
- Miolo Merlot Terroir (Serra Gaúcha).

Será dia 24 de junho, às 19h30min, no Adega do Restaurante Ícaro - Shopping Rio Sul, 1º Piso (Botafogo). Inscrição: Apenas a degustação dos vinhos: Sócios - R$ 85,00 e Não sócios - R$ 120,00. Degustação dos vinhos + Buffet liberado: Sócios - R$ 140,00 e Não sócios – R$ 170,00. Informações e reservas: (21) 2537-2474 ou e-mail secretaria@sbav-rio.com.br.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A quem não interessa a Copa?

A vaia da “torcida brasileira” à presidente Dilma Rousseff na partida de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, no último sábado, traz à tona a pergunta: a quem não interessa a Copa?

Geralmente assistimos a espetacularização em torno da dúvida levantada pela mídia conservadora e absolutista de que a Copa não deveria ser sediada pelo Brasil, pois há inúmeras questões sociais que ainda não foram resolvidas e que o desperdício do dinheiro público na construção de estádios é vergonhoso.

Vejo, diariamente, nas redes sociais, uma parcela da população que, por ignorância ou por medo das políticas de igualdade social que o País vem desempenhando nos últimos dez anos, manifestar sua “indignação” pela realização da Copa no Brasil.

Gostaria de lembrar ao povo brasileiro que, em 30 de outubro de 2007, quando a FIFA anunciou o Brasil como sede do Mundial de 2014, todos estavam na torcida pela vitoria naquele pleito internacional. A mídia, aquela que encabeça o levante da população contra o evento, é um dos setores que mais lucrará com ele. Os valores e número de pessoas envolvidas com o futebol no Brasil chegam ambos à casa dos milhões. Milionárias também são as cifras ostentadas pelo mercado midiático. Assim como o futebol, a mídia possui uma importância social que supera largamente a dimensão do “reclame” e dos segundos em que produtos são anunciados e notícias são veiculadas. O dinheiro proveniente da veiculação dos anúncios sustenta toda a mídia: cada emissora de rádio, jornal, revista ou rede de televisão “comerciais” depende, para sua sobrevivência no mercado, da chamada “verba publicitária”.

Destaco, ainda, a aqueles brasileiros, que a realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 deverá provocar um impacto de R$ 183,2 bilhões na economia brasileira, segundo o BNDES, instituição oficial responsável por financiar boa parte das obras para receber o maior evento do futebol mundial. O valor estimado equivale a quase 6% de toda a riqueza produzida no país em 2009, quando o PIB somou R$ 3,143 trilhões. Somente na área de turismo, a expectativa é receber ao longo do evento 600 mil estrangeiros e movimentar outros 3,1 milhões de brasileiros pelas cidades-sede do torneio.

Contudo, ainda podem argumentar: mas e daí? Falta educação, saúde, moradia, saneamento. Pois é, mas eles devem estar desinformados.

O Minha Casa, Minha Vida entregou 4,2 milhões de moradias até abril deste ano. O financiamento habitacional corresponde a 32% dos R$ 557,4 bilhões em investimentos de infraestrutura logística, social e urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) até junho de 2013. Desde 2011, foram contratados R$ 178,7 bilhões para aquisição, reforma ou construção de novas moradias. Segundo o governo, que apresentou hoje (10) o sétimo balanço do PAC 2, o valor é 35% maior que o previsto para o período e beneficiou mais de 1 milhão de famílias.
Na questão Água e Luz para Todos, o PAC 2 resultou em 390 mil ligações de luz elétrica, atendendo a 1,56 milhão de pessoas que vivem no campo, em assentamentos da reforma agrária, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas. De acordo com o governo, quase 40% dessas pessoas são beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria.

Na área da Comunidade Cidadã, que prevê investimentos em áreas sociais, como saúde, educação, esporte, cultura e lazer destinados à população dos centro urbanos, foi contratada a construção ou ampliação de 7.557 unidades básicas de Saúde em 2.776 municípios de todos os estados, ao custo de R$ 1,1 bilhão. Cerca de 15% das obras já foram concluídas e 28% estão em andamento. Com R$ 469 milhões investidos, também foram contratadas 269 unidades de Pronto-Atendimento, que, segundo o governo, oferecerão serviços de saúde a 33 milhões de pessoas.

Na educação, o PAC 2 contratou a construção de 3.123 creches e pré-escolas em 1.606 municípios de todos os estados, com investimentos de R$ 3,6 bilhões. Metade das obras está em andamento ou concluída. A estimativa é que meio milhão de crianças sejam atendidas. A construção de creches e escolas é uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff, aquela que foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, na área de educação.

Então, povo brasileiro, acho que a Copa só não interessa àqueles que não desejam o crescimento e a visibilidade do nosso País. Aqueles que por questão política, principalmente, não quer deixar a gente ver que a realização da Copa é um excelente negócio. Além de turismo, investimentos em espaços que abrigam o esporte mais popular da nossa terra, e uma avalanche de negócios para o comércio e a indústria brasileira, temos a chance de mostrar ao vivo as belezas naturais e a receptividade do nosso povo a todos que aqui chegam. Não vamos reproduzir inverdades e agressões só porque não temos o mesmo entendimento político. O Brasil tá crescendo a olhos nús. Só não vê quem não quer.

Silvana Barletta
Coordenadora de Comunicação
Prefeitura de Torres

terça-feira, 11 de junho de 2013

“A invisibilidade é algo que nos acompanha há muito tempo”, diz secretário nacional de Promoção dos Direitos das PCDs



Cerca de 40 pessoas compareceram nesta terça-feira ao almoço promovido pelo PT de Porto Alegre para recepcionar o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira. Militantes da área, pessoas com deficiência e representantes do governo do Estado, principalmente da Faders, protagonizaram um importante debate sobre as políticas públicas para pessoas com deficiência.

“Somos hoje ¼ da população brasileira. Cerca de dois milhões e meio de pessoas com alguma deficiência só no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, temos em torno de 300 mil pessoas, muitas delas na total invisibilidade, necessitando das políticas públicas”, informou o professor Adilson Corsetti. Os dados mencionados pelo professor são do Censo de 2010 do IBGE.

Após ouvir os principais militantes da área, Ferreira fez uma reflexão acerca da participação dos PCDs no Partido dos Trabalhadores e no governo federal. “Estamos vivendo um processo de transformação. Saindo de uma época em que éramos apenas beneficiados e assistencializados pelo governo, para um momento em que somos protagonistas, trabalhadores e colaboradores da sociedade”, enfatizou.

Arrancando risos da plateia, enumerou algumas definições já dadas às pessoas com deficiência. “Já tivemos muitos nomes: inválido, incapaz, excepcional. Pessoas vão usando de eufemismo para colocar uma máscara sobre a questão e não tratar do tema. Não somos portadores, somos pessoas”, disse ele, ao desabafar: “A invisibilidade é algo que nos acompanha há muito tempo”.

O Brasil, conforme Ferreira, só os reconheceu como pessoa a partir de 2009, quando definiu a deficiência como uma característica da pessoa. “Se ainda não avançamos tudo o que queremos, é por que estamos numa fase de transformação”, disse ele, ao completar. “No PT nós somos tão invisíveis quanto somos na sociedade. A política do coitadismo nos atrapalha muito. Precisamos de parceria”, finalizou.

CEIK
O presidente municipal do PT, Adeli Sell, resgatou o histórico da companheira Iole Kunze, que dá nome ao Centro de Eventos onde a reunião almoço foi realizada. Socióloga, faleceu aos 57 anos, vítima de um câncer recém descoberto. As limitações que a cadeira de rodas impunha a sua locomoção, após acidente que a deixou paraplégica aos vinte anos de idade, não impediram que a Iole se dedicasse incansavelmente aos seus deveres de cidadã. Ela lutou por uma cidade acessível, deixando como herança, por exemplo, o empenho pela implantação dos ônibus adaptados, que hoje são exemplo no país.

Durante o governo Olívio Dutra no Estado, Iole foi diretora técnica da Fundação de Apoio ao Deficiente e ao Superdotado, a Faders. Em sua gestão, conseguiu mudar o perfil assistencialista da Fundação e a transformou em um órgão de produção de políticas públicas para as pessoas com deficiência, outra herança nunca esquecida por aqueles que lá trabalham e as famílias que a Faders atende em todo o estado do Rio Grande do Sul.

“Com esse belo exemplo que foi a companheira Iole, queremos fortalecer nosso compromisso político com a plena cidadania das pessoas com deficiência”, ressaltou Adeli. “Oportunidades, direitos, cidadania para todas as pessoas são objetivos pelos quais o PT precisa estar dedicado”, completou.

O vereador Marcelo Sgarbossa, cicloativista e militante da área da acessibilidade, fez um relato da atividade que seu gabinete realizou no último final de semana, quando cegos e deficientes visuais puderam desfrutar do prazer proporcionado por uma bicicleta. Em parceria com a ong Embrião, o Coletivo Marcelo Sgarbossa promoveu uma atividade especial na Usina do Gasômetro, ao disponibilizar bicicletas adaptadas, conhecidas como ODKV (o de cá vê), desenvolvidas especialmente para quem enfrenta dificuldades de visão.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Mobiliário Urbano é pauta do Porto Alegre em Revista


A situação do mobiliário urbano na cidade é o tema escolhido para a próxima edição do Porto Alegre em Revista. Os entrevistados serão o vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no RS, Rogério Malinsky, e o presidente da Associação dos Profissionais em Design do RS, Mario Verdi.

A repórter Tatiana Feldens percorreu as ruas da capital para verificar as condições das paradas de ônibus, pontos de táxi, bancas de revistas e outros equipamentos. 

Não percam!

Store TV - Caminhando por Porto Alegre - Rua dos Andradas

Almoço debaterá políticas para pessoas com deficiência

Segundo dados divulgados pelo IBGE, do Censo 2010, o Brasil possui hoje 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 23,91% da população. Com o objetivo de discutir o cenário atual e as políticas do PT para pessoas com deficiência, o Partido convida para almoço temático nesta terça-feira (11.06), em sua sede municipal, com o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira.

“Queremos fortalecer nosso compromisso político com a plena cidadania das pessoas com deficiência”, ressaltou Adeli Sell, presidente municipal do PT. “Oportunidades, direitos, cidadania para todas as pessoas são objetivos pelos quais o PT precisa estar dedicado”, completou.

Ferreira vem do movimento social das pessoas com deficiência. Foi o primeiro presidente da Organização Nacional dos Cegos do Brasil – ONCB. Em Recife, trabalhou, por oito anos, como Gestor de Política Pública para Pessoas com Deficiência. No ano de 2010, exerceu o cargo de coordenador-geral de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Em 2011, assumiu a Chefia de Gabinete da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SNPD, e no dia 27 de maio foi nomeado Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Em julho de 2011, foi eleito vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – CONADE.

Serviço
O que: Debate sobre qual o papel das pessoas com deficiência no atual momento de discussão interna do PT?
Quando: terça-feira, 11 de junho
Onde: CEIK - João Pessoa, 785
Por adesão – 3211 4888

Asscom PT-POA

Direção municipal convoca para plenária do PT na Capital

No momento em que o Partido dos Trabalhadores completa 33 anos de fundação, 10 anos à frente do governo federal e dois anos à frente do governo estadual, os Diretórios Estadual e Municipal do PT convocam a militância de Porto Alegre para uma plenária que debaterá a conjuntura, o balanço dos governos Tarso e Dilma e a preparação para as eleições de 2014.

A atividade, a ser realizada na próxima quinta-feira, dia 20 de junho, às 19 horas, no Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre (Av. Loureiro da Silva, 255), contará com as presenças do governador Tarso Genro e dos dirigentes estadual e municipal do PT, Raul Pont e Adeli Sell, respectivamente.

Para Adeli, em qualquer momento da vida do PT, o combustível de suas ações e seus movimentos foi a militância. “Por isso, queremos sempre manter viva esta dinâmica de contatos e mobilizações. Estar em nossas plenárias do PED - eleições diretas para suas direções - é fundamental. Precisamos do PT vivo, atuante, propositivo e sem medo, um PT forte com militância”, ressaltou o dirigente municipal.

A secretaria de Organização do PT-POA informa que os filiados que participarem da plenária, devidamente credenciados, estarão habilitados a votar no PED-2013, desde que estejam em dia com a sua contribuição financeira ao Partido dos Trabalhadores, podendo fazê-lo até o dia 12 de agosto.

Asscom PT-POA

Matéria publicada pelo jornal Metro nesta segunda-feira


Smov atrasa projeto de revitalização de viaduto

O projeto da reforma e da restauração deveria ter sido entregue pela Engeplus Engenharia e Consultoria no começo deste mês, mas sofreu atraso. O estudo técnico encomendado pela Smov (Secretaria Municipal de Obras e Viação) tem, agora, previsão de ser entregue em setembro. Os técnicos estão analisando todas as estruturas, incluindo instalações elétricas, hidrossanitárias, telefônicas, de gás e refrigeração, além da impermeabilização da estrutura. 

“É um projeto muito complexo. Faremos uma recuperação estrutural. Então demora um pouco mais de tempo para se ter o diagnóstico em relação a outras obras que ali ocorreram”, explica a arquiteta Daniela Sperb, diretora interina da Divisão de Projetos e Obras da Smov. Entre as principais preocupações para a revitalização do local estão a identificação dos pontos de vazamentos e infiltrações, o levantamento das redes de água, luz e telefone e os testes para saber em que condições se encontram as estruturas do viaduto, inaugurado em 1932. O estudo técnico custou R$ 398,1 mil. 

Ainda não há um valor estimado para a obra nem uma projeção de quando ela será iniciada. Uma estimativa divulgada em 2010 pela prefeitura indica que o valor ficaria em torno dos R$ 10 milhões. A Smov também analisa qual será a fonte de recursos para executar as obras. Se o dinheiro não vier dos cofres municipais, a reforma poderá sair por meio de uma PPP (parceria público-privada).

MP pressiona por solução
Em novembro de 2011, o Ministério Público exigiu da prefeitura uma solução para os problemas do viaduto. A juíza Rosana Broglio Garbin deu prazo de nove meses para a apresentação do projeto, pedido que só começou a ser cumprido em outubro de 2012, quando a prefeitura contratou a Engeplus Engenharia e Consultoria para elaborar o estudo.

2002
foi o ano da última reforma no
viaduto Otávio Rocha, chamado
de Viaduto da Borges.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Porto Alegre em Revista - Programa exibido em 06 de JUNHO 2013

Lajeado inicia tratativas para alavancar o setor de confecção e moda na região

Com o objetivo de alavancar o setor de moda na região do Vale do Taquari e tornar Lajeado um pólo regional do setor, nesta quinta-feira (06), representantes do Governo do Estado iniciaram as tratativas com o Governo Municipal. Na oportunidade, o assistente superior da Secretaria de Estado do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas, Adeli Sell, juntamente com seu assessor, Emilio Lacerda, visitaram uma empresa de confecção e conversaram com empresários para tomar conhecimento da situação de seus mercados consumidores. “Sabemos das dificuldades frente à concorrência chinesa e inclusive do Estado de Santa Catarina, mas acreditamos no potencial dos empresários locais e queremos ajudá-los a recuperar a competitividade para atender, de forma inicial, o mercado do Estado do Rio Grande do Sul”, afirmou Sell.

Segundo ele, inicialmente, a ideia é oferecer uma palestra aos empresários da região para explicar que tanto o Governo do Estado, quanto o de Lajeado, se pré dispõe a contribuir para com a formação de um sistema regional de produção da indústria da confecção. Um seminário que abordaria mais profundamente as possibilidades do setor seria realizado posteriormente à palestra.

A criação de uma escola de confecção em Lajeado, envolvendo a Associação dos Empresários das Indústrias de Confecção do Vale do Taquari, também está sendo analisada. “Não se faz isso da noite para o dia, mas já perdemos a indústria da tecelagem e não queremos deixar que isso aconteça com a de confecção”, afirmou Sell.

Para tal, a intenção é apresentar no seminário as linhas de crédito disponíveis pelo Badesul e BRDE aos empresários. “A falta de mão de obra e organização administrativa, além de maquinário defasado geram falta de competitividade para o setor”, afirma o coordenador do Departamento de Projetos Especiais e Captação de Recursos de Lajeado, Alexandre Comel. Segundo ele, o objetivo é fomentar o associativismo dos pequenos empresários do setor, lembrando que para isso também é essencial a parceria dos governos municipal, estadual e federal.

Foto: Rafael Scheeren Grün
Texto: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura de Lajeado

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Por que desperdiçamos tantos alimentos?

Sentado num boteco de beira de estrada, comecei a reparar na abundância do que era largado nas mesas. Tudo exagerado, do prato de saladas mal cortadas ao bifão, um monte de queijinhos assados e mais uma dúzia de coisas.

Ao sair do estabelecimento, aquele peso na consciência e as sobras por todos os lados. Na rua, uma senhora esquálida pedindo ao dono comida, ainda bem que ele acondicionou algumas coisas e deu a ela. Mas, fico a pensar: será que não poderia ser diferente?

O desperdício de alimentos é um desafio mundial. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) considera a questão da perda de alimentos de grande importância nos esforços para combater a fome, aumentar a renda e melhorar a segurança alimentar nos países mais pobres do mundo.

Segundo o Instituto Akatu de Consumo Consciente, nosso país é um dos campeões mundiais de desperdício. Cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos tem o lixo como destino. Desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar.

Feita esta reflexão, sigo meu rumo. Na estrada, presencio outra barbaridade. Um caminhão carregado de soja despeja grãos por todos os lados. Dizem que o sistema rodoviário é mais fácil de levar o produto de ponto a ponto, mas como as estradas são ruins o desperdício é maior. Investimentos para dar suporte aos produtores e melhorar a infraestrutura, portanto, são necessários.

Segundo a FAO, um terço dos alimentos é perdido durante os processos de produção e venda, um desperdício equivalente a um trilhão de dólares. Nas regiões industrializadas, quase metade da comida descartada, cerca de 300 milhões de toneladas por ano, ainda está própria para o consumo. Esta quantidade é equivalente a toda a produção de alimentos da África Subsaariana, e suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas.

Como em muitos casos o problema está no comportamento do próprio consumidor, que joga fora muita comida, se faz urgente uma política internacional da FAO/ONU com o objetivo de evitar sobras - como as que presenciei no restaurante - e garantir o reaproveitamento integral dos alimentos . Em um país como o Brasil, onde existem milhões de pessoas passando fome, o desperdício nos entrepostos de abastecimento é inadmissível.

Em nível estadual, nosso governo, por intermédio das Secretarias de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo e do Trabalho e Desenvolvimento Social, juntamente com a CEASA e a Emater, firmou um Termo de Cooperação visando combater o desperdício de alimentos, através do aproveitamento de excedentes não comercializados de hortigranjeiros, bem como através de doações de alimentos.

No ano de 2011, por exemplo, foi possível aproveitar mil toneladas de hortigranjeiros, doados por atacadistas e produtores. Os alimentos beneficiaram a população em insegurança alimentar, através de entidades sociais, já cadastradas no Programa Social da Ceasa.

Precisamos apostar na agricultura familiar, fugir da produção de soja, trigo, arroz em pequenas propriedades. E, por que não, começar a plantar bambu, pois o país mais populoso do mundo começa a sentir os efeitos de uma grave crise de produção de bambu. Pensem nisto.

Os nossos governos locais, estaduais e federal precisam diuturnamente estar preocupados com esta questão, educando a população, organizando a produção, o transporte e o consumo responsável.
Mas nós todos(as) temos que fazer campanhas contra o desperdício de alimentos.

Começamos por aqui.

ADELI SELL é consultor e escritor

Dia do Ambiente é celebrado com almoço pelo PT municipal

Presidente do PT PoA, Adeli saudou a presença da militância no almoço
 O Centro de Eventos Iole Kunze ficou lotado nesta quarta-feira, 5 de junho, dia mundial do Meio Ambiente. Dezenas de militantes e defensores da causa acataram ao chamado da setorial municipal de Meio Ambiente e compareceram ao almoço festivo organizado na sede do PT. No cardápio, risoto de funghi, feijão, saladas e frutas e muito bate-papo sobre este que é um dos temas mais importantes da atualidade.

Representando o ministério do Meio Ambiente, Geraldo Abreu frisou que várias ações do governo federal voltadas para o setor, nos últimos dez anos, hoje são exemplos para o mundo. Os destaques, segundo ele, referem-se às políticas de redução do desmatamento e de emissões de carbono, o fortalecimento da legislação ambiental, além do grande enfrentamento ao agronegócio. “Nossa missão hoje é formular uma política ambiental para o PT, clara e específica, enfrentando o debate com um olhar socialista”, ressaltou.

No caso do desmatamento, o governo investiu nos últimos anos em tecnologias de monitoramento e reforço do controle. O resultado é a redução da área desmatada que caiu de 25.000 Km² em 2003, para 4.656 km² em 2012. O desmatamento no ano passado foi o menor registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desde o inicio da medição em 1988.

Já no caso da emissão dos gases causadores do efeito estufa, o Brasil tem reduzido as suas emissões, mesmo com o crescimento da economia. Com esse esforço o Brasil vai cumprir a meta de aumentar a redução da emissão de carbono de 36,1% para 38,9% até 2020. O compromisso foi assumido pelo governo brasileiro durante a Conferência das Partes (COP-15) do Protocolo de Quioto em 2009.

Para os coordenadores da setorial, Simone Mirapalhete, Vinícius Costa e Gilberto Flach o evento desta quarta-feira teve como objetivo mobilizar a militância e aglutinar pessoas que tenham o interesse de dialogar sobre o assunto, visando difundir e construir um discurso unificado sobre o tema.

Os gabinetes dos deputados Adão Villaverde, Altemir Tortelli e Marisa Formolo enviaram representação. O vereador Marcelo Sgasbossa também esteve presente.

Asscom PT-POA, com informações do PT Nacional