Ficou complicada no Rio Grande do Sul a situação do ex-governador Alceu Collares (PDT) dentro de seu partido. A executiva estadual do PDT reúne-se nesta segunda-feira (19) para decidir qual medida aplicar a Collares, que insistiu no apoio público ao candidato do PT ao governo do Estado, Tarso Genro. A possibilidade de julgamento por infidelidade partidária vai integrar a pauta. No Rio Grande do Sul o PDT está aliado ao PMDB nas eleições estaduais e tem o vice (o deputado federal Pompeo de Mattos) na chapa encabeçada pelo peemedebista José Fogaça, que é o principal adversário de Genro na disputa pelo Palácio Piratini. "Agora ele pediu para levar chumbo", resume o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Júnior.
No sábado (17), Collares participou da primeira plenária de mobilização do PT para as eleições estaduais, realizada na Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia, e que serviu para tratar de estratégias de campanha e para que militantes recebessem material de divulgação. O evento não tinha maior importância - era voltado para os partidários das siglas que integram a aliança em torno da candidatura de Genro (além do PT o PSB, o PCdoB, o PR e o PPL). Mas o PT aproveitou a oportunidade para divulgar uma lista com 20 nomes de integrantes de legendas de fora da coligação que vão apoiar Genro. À exceção de Collares, nenhum com expressão de alcance estadual. A maior parte é de petebistas mais conhecidos em seus municípios e regiões.
E, no Estado, o PTB, que não tem candidato ao governo, liberou os filiados no primeiro turno da eleição.
Mas Collares fez questão de participar, posar para fotos ao lado de Genro e discursar para os militantes da aliança que é a principal adversária daquela integrada por seu partido. Além dele, participou do encontro outro pedetista, o prefeito da cidade de Taquara, Délcio Hugentobler, que desde o início das negociações do PDT com o PMDB anunciou que não faria campanha para os peemedebistas. E, ainda, o prefeito da cidade de Araricá, Flávio Foss, que é do PP. Na eleição estadual o PP está aliado ao PSDB, e a aliança tem a governadora tucana Yeda Crusius candidata à reeleição.
Collares anunciou o voto para Genro na abertura oficial da campanha eleitoral, em 6 de julho, durante a visita da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, a Porto Alegre. Incrédulos, os pedetistas atribuíram a decisão a uma forma de o ex-governador "pagar a fatura" por ter sido nomeado em 2008 para integrar o Conselho de Administração da Itaipu Binacional. Depois, surgiram também especulações sobre a influência da esposa de Collares, a ex-vereadora por Porto Alegre Neusa Canabarro, na decisão.
As insinuações não abalaram o ex-governador, que nos dias seguintes confirmou o voto. As lideranças pedetistas, levando em conta sua trajetória política, e após tratativas com o presidente nacional licenciado do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, decidiram fazer "vistas grossas", contanto que Collares mantivesse sua preferência no nível "pessoal". Sua participação em um ato interno da campanha adversária, conforme Bolzan, passa essa preferência para o nível "político". "O partido dará uma resposta a altura a este tipo de atitude e ela terá o aval da direção nacional", adianta Bolzan.
Tanto Genro quanto Fogaça têm feito movimentos no sentido de obter a adesão de integrantes de partidos adversários. Mas, enquanto a aliança em torno do peemedebista adota uma postura mais tolerante em relação aos partidários que preferem o adversário, a coligação encabeçada pelo PT tem tomado medidas rápidas. Na última quinta-feira (15), a executiva estadual do PSB expulsou o presidente do partido na cidade de Taquara, João Carlos Souza, que dois dias antes havia anunciado apoio a Fogaça, e desfez a direção dos socialistas na cidade.
Fonte: Terra Notícias
Um comentário:
Presidente Adeli, esta notícia confirma uma tendência no início desta campanha: a consolidação crescente da candidatura Tarso/Beto Grill e as dificuldades do Fogaça, que além de perder Collares tem ainda o vice Pompeu impugnado pelos seus albergues. À luta!
Elisandro Oliveira - PSB/Porto Alegre
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