quarta-feira, 28 de março de 2012

Porto Alegre precisa de lotações transversais

Por Adeli Sell
Vereador e presidente do PT-POA

Os bondes deixaram as ruas de Porto Alegre no início da década de 70. Em seguida, começaram a circular camionetes Volkswagen Kombi, com capacidade para 8 passageiros. Imaginem, Kombi, com aquele sobre-e-desce, abre-e-tranca porta fazendo o transporte de passageiros na cidade.

Cerca de duas décadas depois, foram autorizados veículos com 21 lugares. E em 1994, o nome táxi-lotação foi substituído por lotação. Peculiar, o serviço é exemplo para outras cidades do País. Porém, problemas como superlotação, passagem cara e falta de veículos vêm sendo observados.

Além disso, o que me parece o maior equívoco, é que algumas regiões da Capital ainda não são contempladas com o serviço, que não acompanha a demanda nem o crescimento populacional. Regiões da cidade pedem, há algum tempo, a criação de novas rotas. Algumas áreas, principalmente na Zona Sul, vêm se organizando para demandar ao governo o serviço de lotação.

A Associação de moradores do Bairro Restinga, por exemplo, veio até a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação (Cuthab), da Câmara Municipal, reivindicar a implantação de novas linhas de lotação para a região. Já a Associação dos Moradores do Bairro Ipanema ocupou a Tribuna Popular da Casa no final do ano passado cobrando explicações pela redução da frota nos bairros Ipanema e Jardim Isabel.

Precisamos de novas linhas de lotação. Há uma tremenda demanda reprimida. Já tivemos algumas conquistas e queremos mais. Mas o que mais queremos e precisamos são Lotações Transversais. Não para concorrer com as Ts – as linhas transversais da Carris. Mas Lotações Transversais que façam aqueles roteiros entre bairro, circulando pelas vias locais, onde não há ruas adequadas para ônibus maiores passarem.

Isso proporcionaria uma opção de transporte coletivo mais qualificada para a cidade, reduzindo também a circulação de veículos particulares. Além do mais, a população está crescendo e a renda dos cidadãos está maior.

Para tanto, caberia a EPTC o estudo técnico para a sua viabilização. A demanda existe. A necessidade está posta. A cidade precisa discutir esta nova modalidade.

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