quinta-feira, 30 de junho de 2011

Por uma cidade mais verde: jardinagem urbana é tendência na Alemanha

Sigo publicando ideias de sucesso do velho mundo que poderíamos adotar por aqui. Falo há anos que nossa cidade é cinza demais. Falta cor em Porto Alegre. Falta vida para esta cidade gris. Na Alemanha, a moda da jardinagem urbana, a chamada "urban gardening", ganha cada vez mais força. Mensagem política, estilo de vida e busca pela natureza estão entre as possíveis causas do fenômeno.

Texto publicado na Deutsche Welle


A chamada "urban gardening" (jardinagem urbana) é tendência da estação e um dos temas prediletos da mídia alemã. Onde não há asfalto, como ao redor de árvores à beira da estrada, os moradores plantam flores e grama – e sem pedir permissão. Outros cultivam vegetais em terrenos baldios e alguns donos de restaurantes colocam tantos vasos diante de seus estabelecimentos, que chegam a parecer floriculturas.

Ainda não existe um termo em alemão para tal fenômeno, mas há tentativas de explicá-lo. Em 2011, saiu o primeiro livro sobre o tema: Urban Gardening: über die Rückkehr der Gärten in die Stadt (Jardinagem urbana: sobre a volta dos jardins na cidade, em tradução livre), editado por Christa Müller. O volume discute a resistência ao neoliberalismo e a busca por alternativas aos grandes supermercados. Mas quantas mensagens políticas escondem-se em uma cenoura ou em amores-perfeitos sob uma árvore de rua?

Para Bert Beitmann, especialista em jardinagem na Alemanha, a "urban gardening" é um estilo de vida e está ligada a dois fatores. "Os jovens buscam mais natureza e a utilizam como meio de comunicação." Segundo Beitmann, isso seria uma resposta a uma necessidade inconsciente. "Em nossa civilização, estamos submetidos a uma série de estímulos e, por isso, ficamos doentes com frequência. Os mais jovens são muito mais sensíveis a isso."

Mas a busca pela natureza não é algo novo na Alemanha. Os românticos já escapavam para a natureza antes do Iluminismo, principalmente para as florestas. Durante o período Biedermeier, no século 19, a burguesia construía um muro no jardim, deixava rosas subirem nele, plantava arbustos ao lado de groselhas, colocava vasos de flores sobre o gramado e levava uma vida tranquila longe da política.

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