Por Adeli Sell
Porto Alegre é a cidade com o maior consumo de flores per capita no Brasil, conforme alguns estudos. Temos, portanto, uma população que aprecia flores, folhagens, vegetações variadas, o que talvez reflita nossa diversidade cultural. Mas, essa preferência não está presente de forma equilibrada nas ruas da cidade.
Apesar de muito arborizada, falta o colorido das flores na paisagem urbana, colorido que traz alegria, bem-estar e estimula o turismo, pois poucas capitais tem um clima tão propício a estampar nas cores da natureza as quatro estações do ano.
A produção de flores na capital é pequena, mas poderia ser bem maior, isso se pensarmos apenas em nosso mercado interno. Temos a segunda maior área rural de todas as capitais do País (onde cerca de 30% dos seus 475 Km² de território ainda é área rururbana), perdendo apenas para palmas, no Tocantins. Muitas áreas são propícias ao plantio das mais variadas espécies de flores, mas não há incentivo real e concreto para que isso aconteça.
Hoje, aproximadamente 30 famílias realizam o cultivo de flores, folhagens e grama. Destacam-se na zona sul a produção de orquídeas, bromélias e suculentas, onde existem produtores com 40.000 plantas. Mas esse número poderia ser muito maior.
O próprio viveiro municipal, localizado na Lomba do Pinheiro, poderia ser melhor trabalhado, suprindo a própria prefeitura, que muitas vezes se vê obrigada a comprar mudas, flores, folhagens e árvores da iniciativa privada para plantio em ruas e praças.
Caberia ao poder público elaborar um programa de incentivo à floricultura, de forma que aqueles que tem terra se interessam em plantar e vender ao mercado interno, com grande poder aquisitivo para esse tipo de produto.
Sugiro que nas rótulas se conjugue o plantio de grama e flores. É assim em Viña Del Mar e Valparaíso, no Chile, cidades bonitas e coloridas. Temos exemplos no nosso Estado, como Nova Petrópolis e Gramado, ou Sapiranga – a Cidade das Rosas -, que dão exemplo da eficácia e esforço conjunto de população e municipalidade para criar ambientes únicos e cambiantes, a paisagem se transformando conforme passam as estações.
Isso se consegue com incentivos, programas e, sobretudo, levantando uma discussão que leve as pessoas que aqui moram e trabalham a aderir e tornar forte um movimento de plantio e consumo de flores.
* Vereador e presidente do PT-POA
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