* Adeli Sell
Muitos consideram Porto Alegre a cidade mais arborizada do Brasil. Não cabe aqui entrar nessa discussão, até porque entre as manias da Capital está a de querer ser mais em tudo. Prefiro dizer que tem um bom nível de arborização.
Embora essa imensa quantidade de árvores, muitas delas sofreram daquilo que a cidade ainda peca: a falta de planejamento. Existem muitas espécies exóticas plantadas nas ruas e avenidas, parte delas contribuindo para a destruição das calçadas, pois nunca houve um planejamento adequado e as pessoas não foram instruídas pelo Poder Público municipal a fazer o plantio adequado.
A cidade também carece de maior cuidado com a saúde das árvores. Muitas estão tomadas por ervas-de-passarinho, adoecendo, e isso causa imenso transtorno a cada ventania que sacode a cidade. São acidentes que põem em risco a vida das pessoas e causam danos a habitações e veículos, deixando ruas obstruídas.
Para evitar isso tudo, deveria ser implantado um projeto efetivo de poda preventiva - para retirar galhos que coloquem em risco a segurança das pessoas, eliminando ramos doentes e adequando o desenvolvimento da planta a espaços, edificações e equipamentos urbanos do entorno, como postes e fios elétricos – e de cuidados fitossanitários com as plantas. Assim como a determinação de, cada vez mais, plantar árvores nativas e frutíferas na cidade, dando mais qualidade de vida às pessoas e também melhorando as compensações ambientais, que são mal trabalhadas e mal discutidas na nossa municipalidade.
Desta forma, evitaríamos casos como o de um morador da travessa Teixeira de Abreu, do bairro Santana, que desde o dia 13 de maio de 2010 esperava a poda de galhos que ameaçavam fios da rede elétrica em frente à sua residência. Ao completar um ano da solicitação, o morador teve o seu pedido atendido pela prefeitura. O morador contou que não circulava na própria sacada em dias de temporal por medo de ser atingido por um fio rompido ou um galho eletrizado.
Para mim está claro que não adianta apenas plantar árvores. É preciso fazer o acompanhamento das mudas para que elas se desenvolvam saudáveis e de forma adequada. É preciso envolver a população nos cuidados, para que todos se sintam responsáveis por este bem coletivo.
* Vereador e presidente do PT-POA
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