Os palestrantes Paulo César da Rosa e João Ferrer |
De acordo com eles, embora existam ainda ruídos, a comunicação do PT segue sendo a melhor entre os partidos políticos. “A Comunicação do PT é muito bem feita. Não há nenhum partido que tenha um sucesso de construção de imagem como o nosso”, avaliou Ferrer.
Isso tem a ver com as características culturais e a capacidade de criação do partido. “Nossa marca é universal e eficaz”, explica ele, ao recordar uma recente viagem ao Vietnam, quando diversos rio-grandenses confundiram a bandeira do País vietnamita com a do partido político. “Isso é resultado de uma visão de comunicação que estava na base do PT e de seu conjunto de quadros na época da nossa formação”.
O jornalista lembra ainda que existem várias formas de se comunicar e explica que as mudanças físicas e estruturais na sede municipal do partido (João Pessoa, 785) são um exemplo importante de comunicação interna, pois cria um ambiente receptivo e acolhedor ao militante. “A transformação da sede em um lugar de convívio e de agregação comunitária e social é fundamental e tem muito a ver com o processo de comunicação interna”.
Imagem externa
Para combater as deficiências, foi sugerido trabalhar em dois eixos. Internamente, disseminando conteúdo e compartilhando informações. E externamente, combatendo a imagem de que o PT é um partido corrupto.
Segundo as pesquisas, o PT ainda é o partido que tem a melhor imagem na sociedade. Teve lá suas crises em 2005 e 2006, quando o mensalão veio à tona. “O grande problema de imagem que o partido tem é o problema da corrupção. Ele é sério, mas precisamos enfrentar”, disse Ferrer, apontando, por outro lado, que a legenda tem uma fortaleza significativa, que é o governo Lula.
“Temos um elemento de marketing político que agrega: são os 8 anos do governo Lula. Hoje, Lula e PT, no imaginário da população, são a mesma coisa. Precisamos agregar isso ao nosso discurso informativo”.
Militante comunicador
A opinião eleitoral é formada na conversa com os vizinhos, na mesa de bar, no contato pessoal. Independente se usar as mídias tradicionais ou atuais, é importante conseguir estabelecer a comunicação através da conversa, pela figura do militante. E, na avaliação do coordenador do PT na AL, o elemento mais construtivo do PT é o militante, pois “o PT tem uma adesão espontânea de determinadas pessoas que usam o seu próprio corpo para defender um projeto e uma utopia”.
Para Ferrer, o PT deveria trabalhar com dois conceitos: informação compartilhada e comunicação de conteúdo. “A idéia de transparência é fundamental, tendo em vista que na política existe o fato e a construção do fato político. Se olharmos os jornais atuais, vamos ver que já estão construindo a polaridade da eleição de 2012: temos Manuela D´Avila numa página e José Fortunati na outra: PT está como mero coadjuvante”, avaliou.
Ao trabalharmos o segundo conceito, estaremos suprindo a militância com informações consistentes. “Temos que ter foco. Não vamos atingir os 20 mil filiados em Porto Alegre. Precisamos ter foco para manter pelo menos mil bem informados”.
Comunicação partidária x comunicação política
Fazer comunicação partidária no Brasil ainda é muito complicado, segundo avalia o publicitário Paulo César da Rosa. “Comunicação política é mais fácil, porque trata da comunicação feita pelos governos, parlamentares, etc.”, disse Rosa. Ele explica que os partidos são mal vistos na sociedade. “O único que se salva ainda é o PT. Mais da metade dos brasileiros querem distância dos partidos. Por isso, fazer uma boa comunicação partidária já começa ao ter que enfrentar esse preconceito”.
O publicitário lembrou que Lula teve muitos problemas no início do seu governo porque não conseguiu se comunicar com o todo. “Falava bem com parcela da sociedade, mas encontrava resistência em outros segmentos”. Ao se dar conta disso, o publicitário Duda Mendonça disse que o PT não tinha propriamente um problema de marketing. O problema era que a publicidade do PT estava errada. Tirou a agressividade, passou a trabalhar mensagens positivas, mexeu basicamente na apresentação do PT para o eleitor brasileiro. Essa alteração foi uma alteração publicitária e não de produto.
Rosa também mencionou os acertos da campanha de Barack Obama nos Estados Unidos ao tirar o coração político da campanha da TV e colocá-la na Internet, utilizando o Twitter. “O PT tem se utilizado deste artifício, mas precisa estar permanentemente buscando novos meios”, alertou.
Vestimentas
Da platéia vieram importantes contribuições sobre a comunicação do partido. A petista Marta Duenas tocou num ponto não abordado pelos painelistas: a vestimenta de alguns dos nossos gestores. “Roupa é um código extremamente importante. Precisamos instruir os nossos políticos a se vestir adequadamente”, disse ela.
Já o presidente da legenda em Porto Alegre, vereador Adeli Sell, lembrou as palavras do sociólogo português Boaventura de Souza Santos, para quem “somos um partido de profissionais”. “O PT está muito na institucionalidade. Partido de profissionais e não de paixões. Utilizamos ainda uma linguagem inadequada, cifrada e excludente para as novas gerações”, completou.
Do bate papo, segundo Adeli, ficou a certeza de que nenhum meio exclui o outro. Temos que usar do mosquitinho ao Twitter, do papel à internet, ou seja, todos os canais devem ser utilizados concomitantemente. “Tem que ser “e” e “e” e não “ou” ou “ou”’.
Meios de comunicação
A secretária de Comunicação do PT-POA, Michele Sandri, lembrou que desde que esta Executiva assumiu a administração do partido em Porto Alegre, diversas medidas foram tomadas. “O site vem sendo atualizado sistematicamente e hoje serve de fonte de pesquisa para os militantes. Há notícias das nossas ações na cidade, no Estado e no Brasil”, disse ela, lembrando que a sigla vem produzindo periodicamente boletins informativos, que tratam das mazelas da cidade.
A comunicação do partido, no entanto, não fica restrita aos meios impressos, como lembrou a secretária ao falar sobre os contatos com as mídias alternativas. “Ano passado realizamos 11 encontros com blogueiros, twitteiros e demais profissionais da imprensa livre. Temos uma rede grande de blogueiros, que funciona. Eles fazem a reflexão sobre a mídia tradicional. Mídias livres tem a facilidade de que o conteúdo é descentralizado. São livres de fato para escrever e para externar a sua opinião”.
Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA
Um comentário:
Desculpe-me por postar como comentário, porém é só não aceitó-lo, simplesmente deletar após ler.
Tenho gostado muito desse blog.
Não me comparo ao senhor, uma pessoa, sem dúvidas, experiente na política e com uma bagagem cultuerral deveras expressiva.
Estou sim querendo me guiar com seu exemplo, como se diz entre amigos: "quando crescer, quero ser como você".
Embora tenha certeza que divergiremos de opinião, pois tenho críticas a nossa presidente, ela é do PT, então...
Mesmo assim gostaria de divulgar o meu Blog, pois pretendo fazer dele um desabafo em relação aos excessos cometidos conosco em nome do desenvolvimento do país, do estado e município.
Grata,
Gisele.
www.diablolica.blogspot.com
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