Por Summer Harlow/AP, Observatório da Imprensa
Jornalistas de todo o mundo dependem cada vez mais de redes sociais como o Facebook e o Twitter para encontrar fontes e verificar informações, segundo a quarta edição do Estudo de Jornalismo Digital, informou a Oriella PR Network, que conduziu o levantamento internacional. De acordo com a pesquisa, feita com 478 jornalistas de 15 países, entre eles Brasil e Estados Unidos, 40% dos profissionais usam o Twitter para encontrar fontes e 35%, o Facebook. No ano anterior, eram 33% e 25%, respectivamente. No entanto, a maioria dos jornalistas ainda depende principalmente de métodos tradicionais para encontrar fontes, como destacou o jornal britânico The Guardian: 62% dos entrevistados recorrem a assessorias de imprensa e 59%, a representantes de empresas. Apenas 4% dos profissionais buscam antes as redes sociais.
Além disso, 55% disseram que os jornais para os quais trabalham mantêm um perfil no Twitter; 54%, blogs de jornalistas e 48%, vídeos. As pressões pelo uso das redes sociais e pela produção de conteúdos multimídia explicam por que 45% dos entrevistados disseram produzir mais atualmente e 34%, trabalhar mais horas por dia do que um ano atrás. "Com base no estudo, parece que a popularidade dos meios online está encobrindo a dos meios tradicionais. Pela primeira vez desde que o estudo começou a ser feito, a proporção de entrevistados que concordam com a ideia de que seus veículos offline atraem um público maior caiu para menos de 50%", explicou a Oriella PR Network em comunicado.
Estudo criticado pela "timidez"Para Tom Foremski, do site de tecnologia ZDNet, o mais interessante é ver a pesquisa "ao contrário": 53% dos jornalistas não usam o Twitter na apuração de matérias e 65% não usam o Facebook. "Isso mostra quão defasada está a maioria dos jornalistas no uso das muitas ferramentas de pesquisa e busca de fontes à disposição", escreveu Foremski. "Está claro que os jornais e revistas, assim como o resto da indústria de mídia, precisam percorrer um longo caminho na transição para os modelos digitais."
O estudo foi divulgado pouco tempo depois do lançamento de um guia com as melhores práticas no uso das mídias sociais, da Sociedade Americana de Editores de Notícias - criticado, porém, por sua "timidez" em relação à incorporação das redes sociais ao trabalho nas redações.
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