Professor Rogério Malinski |
Malinski disse, ainda, que não se pode transferir ou esperar que o setor privado vá dar conta do planejamento urbano. “Até porque não tem vocação para isso; não tem preocupação com os objetivos da cidade.”
Doutor em Urbanismo, Benamy Turkienicz falou da inobservância de elementos técnicos, “o que mostra o
Mário Verdi |
Mostrando fotos de Porto Alegre, Verdi destacou o excesso de “comunicação visual” pelas ruas da cidade
, gerando uma descaracterização total do ambiente. “Este modelo abusivo faz uso de um tipo de recurso do qual não temos como desviar o olhar. Isto é usado até como um argumento de visibilidade desta mídia, que não depende de credibilidade como os demais veículos de imprensa”.
Ele alertou para os problemas de segurança no trânsito. “Esse desvio de atenção tira o foco principal do olhar da via, podendo ocasionar acidentes”. Verdi concluiu dizendo: “A cidade é um todo que é construído em partes, mas temos que ter a ideia de que todo é esse que estamos construindo.”
Jornalista do Correio do Povo e da Rádio Guaíba, Juremir Machado começou respondendo a pergunta: Que cidade queremos? “A cidade que eu quero tem transporte público de alta qualidade e gratuito para todos, como forma de desafogar as ruas. Tem mais bicicletas, mais bondes e metrô subterrâneo”. O professor da Pucrs foi mais longe. “Quero uma cidade onde a mídia não criminalize os movimentos sociais, não seja sempre contra a ocupação das Câmaras de Vereadores. É na democracia que se pode ocupar. Na ditadura não há espaço para isso”, comentou.
O primeiro painel foi encerrado pelo presidente do PT gaúcho, Raul Pont. O deputado salientou a importância do diálogo que expõe o contraditório entre a cidade que queremos e aquilo que herdamos. “O poder público tem a responsabilidade de preservar a memória, que tem que existir acompanhando os processos decisórios. Isso não é contraditório com a participação”, explicou.
“Aprendemos com a democracia participativa que, muitas vezes, o que nós pensávamos não combinava com o que o cidadão pensava sobre sua rua, seu bairro”, afirmou Pont. Sobre o setor de transporte público, o ex-prefeito da Capital (1997-2000) lembrou que a falta de regulação é que levou Porto Alegre a ter uma das tarifas mais altas do País.
Depois dos painelistas, foi aberto espaço para manifestações dos participantes. Lideranças comunitárias, indígenas e até mesmo um representante dos pedestres apresentaram suas visões sobre a cidade que queremos. Todas as propostas serão incorporadas ao documento final, que será divulgado no encerramento do evento.
A Capital parada no tempo
Ariane Leitão e Adão Villaverde |
Na visão do vereador, a Capital da participação hoje sofre para estabelecer um diálogo com a sociedade, tanto no Poder Executivo quanto Legislativo. “Precisamos a cada dia inovar, e Porto Alegre tem perdido sua característica de inovação, especialmente na questão do diálogo.”
Deputado federal Paulo Ferreira |
“Porto Alegre ficou parada e acabou sendo ultrapassada por outros municípios”, afirmou o deputado estadual Adão Villaverde (PT). O parlamentar salientou a necessidade de organizar as cidades para as pessoas. “Não foi nos últimos dois meses que as coisas foram surgindo em Porto Alegre. O Massa Crítica é uma abordagem crítica ao que acontece nas cidades. O movimento pelo passe livre não surgiu agora. O Cidade Baixa em Alta também. A moçada tomando o Parque da Redenção. É um conjunto de movimentos que surgiram porque existe uma ausência de debate sobre a nossa cidade”, concluiu.
O presidente do PT municipal, Adeli Sell, elogiou a iniciativa da Bancada petista em realizar o seminário. “Ele trará um conjunto de posições para que todos nós possamos tomar atitudes e possamos fazer acontecer.”
Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532), Bancada de Vereadores do PT
Fotos: Tatiana Feldens
Asscom PT-POA
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