Dezenas de militantes acompanharam as discussões ontem à noite, na sede municipal Foto: Tatiana Feldens / Asscom PT POA |
Os petistas do Rio Grande do Sul entraram em terapia. Na noite passada o auditório do Diretório Metropolitano do PT ficou lotado para discutir a forma como o Governo Federal vem encaminhando a reforma política. Críticas e ceticismo estiveram presentes. Uma das críticas veio do presidente estadual da sigla, deputado Raul Pont. "Falo pessoalmente, a presidenta não deveria mandar (para o Congresso Nacional) o leque tão aberto, mas forçar o Congresso a constituir uma resposta aos anseios das rua. Ela não deveria ter recusado a bandeira política da constituinte", avalia.
Raul Pont viaja hoje para Brasília onde participa amanhã de uma reunião da Executiva Nacional. Pretende repetir por lá o que tem dito por aqui. "Há cinco anos o Congresso Nacional não vota nada, acho difícil que o plebiscito avance da forma como foi encaminhado". O ceticismo de Pont foi acompanhado por outros militantes. A ideia do PT agora é ir para as ruas pedir a reforma política. O PT Nacional tentou fazer isto em dezembro. Sem sucesso.
O partido quer também usar as redes sociais para levantar a discussão sobre o tema. "Vamos desmistificar o financiamento público", promete o presidente metropolitano, Adeli Sell. Ele vê dificuldade no avanço da proposta de plebiscito em razão das dificuldades impostas pelo PMDB. "O que não pode é que o poder econômico interfira no processo eleitoral", completa Pont.
O PT vai assumir a defesa da proposta da OAB que prevê, entre outros pontos, eleições parlamentares em dois turnos. No primeiro turno se escolheria o partido. Definido o número de cadeiras por sigla, quem as ocuparia seria objeto de escolha numa segunda votação. E com os partidos lançando apenas dois candidatos por cada vaga a que teria direito.
Mais da metade do público era composto por militantes históricos como Ubiratan de Souza, Adroaldo Correa, Sílvio Nogueira e membros do governo Tarso como João Motta, Ricardo Zamora, Ariane Leitão e Maria Eulália. A discussão do PT de Porto Alegre na noite passada só reforça a ideia de que o plebiscito defendido pelo Governo Federal trata-se de uma proposta longe de ser executada.
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