Foi lançado – nesta quinta-feira (22-03), no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS) – o livro Stockinger – Vida e Obra de José Francisco Alves. Trata-se de um belo perfil biográfico e artístico daquele que ao lado de Vasco Prado (1914-1998) e Iberê Camargo (1914-1994) formou até o princípio da década de 1990 o trio mágico das artes plásticas gaúchas.
O livro narra importantes passagens da vida de Stockinger, começando pelo seu nascimento, na localidade de Traun, Áustria, em 1919, um ano após o esfacelamento do império austro-húngaro em decorrência da Primeira Guerra Mundial. A falta de perspectivas econômicas fará a família Stockinger emigrar para o Brasil em 1923.
Depois de morar em São Paulo e no Rio de Janeiro (aonde chegou a estudar com o pintor Di Cavalcanti e o escultor Bruno Giorgi), Xico Stockinger, aos 35 anos, fixa residência em Porto Alegre. A partir daí, seu nome, gradativamente, vai ganhando relevo na arte sul-riograndense e brasileira, tornando-se uma referência da produção escultórica da segunda metade do século XX.
Com 308 páginas e cerca de 900 imagens, o livro detalha diversos momentos da vida do escultor, da infância a maturidade: a vida na roça, interior de São Paulo, e a separação dos pais, em 1928; a bolsa de estudos no Mackenzie College, em São Paulo, nos anos 1930, onde também frequentou as aulas de desenho de Anita Malfatti; e a frustração de não poder ser aviador, apesar do brevê obtido em 1942.
A publicação também ilustra a longa trajetória artística de Stockinger, sua variedade de linguagens e temas: as primeiras esculturas, final dos anos 1940; suas gravuras nos anos 1950; seus guerreiros e totens, a partir da década de 1960; seus touros, anos 1980; sua liturgia de mármores. Várias obras públicas como o bronze, Monumento a literatura, de2001, localizado na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.
O autor do livro, José Francisco Alves, é professor de escultura do Atelier Livre da Prefeitura, e curador chefe do MARGS. Desde 2004 organiza edições e publicações de livros ligados a arte. A idéia de fazer um livro sobre Stockinger surgiu em 2005, quando, por ocasião da 5ª Bienal do Mercosul, Alves realizou cinco mostras do escultor mineiro Amilcar de Castro (1920-202), resultado daí uma publicação reunindo biografia e obra.
Com o projeto de publicação iniciado em 2006, o livro sobre Stockinger consumiu seis anos de pesquisa, três deles junto ao artista até a sua morte em 2009: “ele produzia feito um alucinado. O livro servirá para que as pessoas conheçam um pouco mais sobre a vida de dele, já que seu trabalho artístico está presente em várias partes do mundo. Fiquei três anos trabalhando com ele, tive acesso a toda documentação, arquivos pessoais. Uma pena que não esteja aqui conosco, pois o livro era para ele. Enfim, trata-se de uma grande herança cultural para todos nós”, explica Alves.
O diretor do MARGS, Gaudêncio Fidelis, salienta que a edição do livro fecha um ciclo de homenagens – iniciado no ano passado com uma retrospectiva de obras de Stockinger que pertencem ao acervo do Museu – a um artista “que apesar de ser bastante celebrado pela crítica brasileira, ainda não tinha uma publicação de grande fôlego dedicado ao seu trabalho”.
Por Francisco Ribeiro, Publicado ORIGINALMENTE no combativo Jornal Já - www.jornalja.com.br
Depois de morar em São Paulo e no Rio de Janeiro (aonde chegou a estudar com o pintor Di Cavalcanti e o escultor Bruno Giorgi), Xico Stockinger, aos 35 anos, fixa residência em Porto Alegre. A partir daí, seu nome, gradativamente, vai ganhando relevo na arte sul-riograndense e brasileira, tornando-se uma referência da produção escultórica da segunda metade do século XX.
Com 308 páginas e cerca de 900 imagens, o livro detalha diversos momentos da vida do escultor, da infância a maturidade: a vida na roça, interior de São Paulo, e a separação dos pais, em 1928; a bolsa de estudos no Mackenzie College, em São Paulo, nos anos 1930, onde também frequentou as aulas de desenho de Anita Malfatti; e a frustração de não poder ser aviador, apesar do brevê obtido em 1942.
A publicação também ilustra a longa trajetória artística de Stockinger, sua variedade de linguagens e temas: as primeiras esculturas, final dos anos 1940; suas gravuras nos anos 1950; seus guerreiros e totens, a partir da década de 1960; seus touros, anos 1980; sua liturgia de mármores. Várias obras públicas como o bronze, Monumento a literatura, de2001, localizado na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.
O autor do livro, José Francisco Alves, é professor de escultura do Atelier Livre da Prefeitura, e curador chefe do MARGS. Desde 2004 organiza edições e publicações de livros ligados a arte. A idéia de fazer um livro sobre Stockinger surgiu em 2005, quando, por ocasião da 5ª Bienal do Mercosul, Alves realizou cinco mostras do escultor mineiro Amilcar de Castro (1920-202), resultado daí uma publicação reunindo biografia e obra.
Com o projeto de publicação iniciado em 2006, o livro sobre Stockinger consumiu seis anos de pesquisa, três deles junto ao artista até a sua morte em 2009: “ele produzia feito um alucinado. O livro servirá para que as pessoas conheçam um pouco mais sobre a vida de dele, já que seu trabalho artístico está presente em várias partes do mundo. Fiquei três anos trabalhando com ele, tive acesso a toda documentação, arquivos pessoais. Uma pena que não esteja aqui conosco, pois o livro era para ele. Enfim, trata-se de uma grande herança cultural para todos nós”, explica Alves.
O diretor do MARGS, Gaudêncio Fidelis, salienta que a edição do livro fecha um ciclo de homenagens – iniciado no ano passado com uma retrospectiva de obras de Stockinger que pertencem ao acervo do Museu – a um artista “que apesar de ser bastante celebrado pela crítica brasileira, ainda não tinha uma publicação de grande fôlego dedicado ao seu trabalho”.
Por Francisco Ribeiro, Publicado ORIGINALMENTE no combativo Jornal Já - www.jornalja.com.br
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