Os professores Dakir Larara, Terezinha Sá e Ana Carolina e o vereador Adeli Sell |
A professora da rede municipal Teresinha Sá, mediadora do debate, introduziu o tema explicando que se quisermos discutir a sustentabilidade, precisaremos perceber a cidade como uma entidade holística, ao invés de uma estrutura fragmentada. “A sustentabilidade não implica uma imutabilidade das coisas. Não é um estado estático, mas um processo dinâmico de coevolução”, disse ela.
Uma estratégia que podemos pensar para o planejamento da cidade é a Permacultura, que propõe uma ética de cuidado com a terra e as pessoas, com lições práticas de como planejar a casa, o sítio e até mesmo as cidades, criando conexões sustentáveis entre a humanidade e o planeta.
Ana Carolina Martins da Silva, professora da Uergs/RS, foi além e disse que a sustentabilidade que vemos hoje está diretamente associada ao capital e não ao ciclo da natureza. “Quando se fala em sustentabilidade se fala com o foco nos negócios, na imagem da empresa, na economia do dinheiro”, criticou. Ela apontou, no entanto, caminhos para mudar este cenário.
“Os movimentos sociais organizados e os movimentos da sociedade como um todo devem praticar o exercício dos direitos da cidadania, inserindo-se no processo político-administrativo da construção de políticas públicas de sustentabilidade, tais como: defesa do ambiente, segurança alimentar, desenvolvimento rural e urbano, buscando sempre o equilíbrio do Planeta”.
Crise civilizacional
Dakir Larara, geógrafo e professor da Ulbra, falou sobre O Espaço Urbano e as Mudanças Climáticas. Na sua avaliação, a forma de funcionamento da economia tradicional e da sociedade atual exclui os elementos socioambientais, fazendo com que vivamos uma crise não só ambiental, mas também civilizacional.
“Todos os sistemas econômicos/sociais - como indústria, agricultura, transporte e comércio - são baseados na ideia extrai-produz-descarta. São, portanto, degenerativos e são submetidos a crescimento infinito. Portanto, a insustentabilidade abrange hoje 100% das sociedades e das economias e tem sido mascarada através do comércio e do consumo global”, explicou.
Larara trouxe como exemplo os Estados Unidos, país com 6% da população mundial, que consome 25% da produção total de combustível fóssil no mundo. Porto Alegre, segundo ele, nos últimos 31 anos, duplicou sua população, passando de 365 mil habitantes em 1970, para mais de 1 milhão e 200 mil em 1991. “Trata-se de uma cidade complexa, com um mosaico constante de cenários”, disse Larara ao se referir sobre os espaços urbanos saturados da cidade.
Para o vereador Adeli Sell, a sustentabilidade não pode ser discurso isolado nas cidades. “Deve caminhar junto com o turismo, a cultura e a economia, por que as cidades são feitas por pessoas e para pessoas. Somente mudam quando as pessoas mudam”, argumentou o vereador.
O Permacultor João Rocket, que falaria sobre as Soluções Sustentáveis na ótica da Permacultura, não pode comparecer ao evento.
Por Tatiana Feldens (reg. Prof. 13.654)
Gabinete Ver. Adeli Sell
Um comentário:
Caro vereador, o senhor certamente tem conhecimento da acirrada polêmica entre cidadãos e o secretário da indústria e comércio, Walter Nagelstein, que acabou dando declarações absolutamente arrogantes, grosseiras e descabidas para alguém que ocupa esse cargo (tanto em tom quanto em conteúdo, mostrando seu despreparo). Discutia-se o estacionamento de carros no Largo Glênio Peres aos sábados. Resumindo, o secretário argumenta que isso leva clientes “mais qualificados” ao Mercado Público e aumenta as vendas dos permissionários – o que seria o objetivo da SMIC. Se não me engano, esse expediente foi iniciado quando o senhor estava à frente da secretaria. Considerando o privilégio que se dá ao carro privado em Porto Alegre (fato que o senhor mesmo tem apontado repetidamente) em comparação com os pouquíssimos espaços para a convivência de pedestres e os danos visíveis causados ao piso do Largo, que foi feito para caminhar, gostaria de saber sua opinião sobre as declarações do atual secretário e sobre o tema propriamente dito.
Mas, por favor, exponha uma opinião clara: o estacionamento de carros no Largo Glênio Peres deve ser permitido atualmente?
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