Demétriu Xavier, Ademir Medeiros e Tau Golin |
A Revolução Farroupilha é o mito fundante da cultura gaúcha. É a partir dela que se estabelece toda a identidade do povo gaúcho, com suas tradições e seus ideais de liberdade e igualdade. Hoje a cultura gaúcha é reverenciada não só no Estado, mas no País e no mundo, através dos milhares de CTGs (Centro de Cultura Gaúcha) espalhadas por todos os cantos. E a cada 20 de Setembro, o gaúcho reafirma o orgulho de suas origens e o amor por sua terra.
Apesar de toda a representatividade e o crescimento que vem registrando, o movimento também recebe críticas. Tau Golin acredita que há muita teatralidade em todas as representações tradicionalistas. O professor da Universidade de Passo Fundo, que procura entender o que significa este grande fenômeno cultural, também aponta um certo caráter totalitário.
"A grande meta do tradicionalismo é normatizar o comportamento sulino. Eles pegaram um Estado novo, multicultural, com dificuldade de estabelecer uma identidade, e fundaram as bases desse grupo. O núcleo simbólico de toda essa história é a louvação à estância, com suas relações entre senhores e escravos".
O historiador vai além e afirma categoricamente: o tradicionalismo é uma usurpação. A crítica é direcionada ao MTG, aos ideólogos e a sua burocracia que construiu todo o processo, e não aos tradicionalistas. Ele explica. O tradicionalismo é um movimento cívico-cultural organizado em rede, de forma associativa, e de caráter de massa, articulado pela indústria cultural e diversos interesses comerciais, políticos, etc., que, além de milhares de posturas sinceras, especulam com hábitos, costumes e elementos da tradição. Soma-se a isso, a apropriação do espaço público.
“É por isso que sempre haverá corrupção neste meio. Trata-se de uma atividade anti-republicana”, explicou Golin, acrescentando que “não existe imaterialidade no tradicionalismo. Duvidosamente, a imaterialidade poderia ser encontrada em algumas manifestações utilizadas pelo movimento, entretanto reinterpretadas, agregadas por sentidos contemporâneos, sem sustentação metodológica”, completou.
Demétrio Xavier, violonista e cantor porto-alegrense, falou da música e da cultura crioula. Ele é especialista em pesquisa e interpretação da música crioula uruguaia e argentina há 25 anos. Compositor eventual, Demétrio venceu, ao lado de Marco Aurélio Vasconcelos, a Califórinia da Canção Nativa de 2009, com A Sanga do Pedro Lira.
O presidente do partido, vereador Adeli Sell, também prestigiou a atividade.
Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA
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