quinta-feira, 22 de abril de 2010

Caso Eliseu: Empresa Reação é suspeita de envolvimento com quadrilha de extermínio

Comandante da BM afirmou que há outros elementos que comprovariam a hipótese


Empresa de vigilância supostamente envolvida na morte do secretário de saúde de Porto Alegre é suspeita de envolvimento com integrante de quadrilha de extermínio na Região Metropolitana. Um veículo usado por criminosos tem como arrendatário a companhia Reação Segurança e Vigilância.

No ano passado, uma força-tarefa foi constituída em Canoas, a chamada Operação Cova Rasa, para prender mais de 40 integrantes de um grupo de extermínio comandado por presidiários ligados ao tráfico de drogas. Desde a metade de 2009, um dos integrantes desta quadrilha ainda continua foragido.

Neste mês, a Brigada Militar em Canoas recebeu algumas denúncias sobre o paradeiro de Vagner Peres Vicente, vulgo Baleia, acusado de diversos homicídios na região e associação ao tráfico. Nos últimos dias, ele estaria com um fuzil trafegando pelo bairro Mathias Velho em um veículo Palio com outros homens.

Todos investigados na Operação do ano passado e integrantes do grupo de extermínio. A corporação foi verificar várias denúncias e em uma delas confirmou a presença do Palio na frente de uma residência. Os foragidos conseguiram escapar e o proprietário da casa onde eles estariam também passou a ser investigado.
O que chamou a atenção foi que este veículo de cor preta tem como arrendatário a empresa Reação Segurança e Vigilância. Os dois representantes desta empresa foram presos após denúncia do Ministério Públcio sobre o envolvimento deles na morte do secretário da Saúde da Capital Eliseu Santos, em fevereiro.

O comandante metropolitano da Brigada Militar, Carlos Roberto Bondan, disse que a investigação está começando, mas já há elementos suficientes para apurar a ligação da empresa com os criminosos. Alguns deles não podem ser divulgados.

— Não podemos revelar para não prejudicar as investigações, tanto nossa, de Inteligência, quanto da Polícia Civil. Há muitos outros fatos que indicam um grande envolvimento com a Operação Cova Rasa.

O delegado Guilherme Pacífico, de Canoas, destaca que estes foragidos têm prisão preventiva decretada, são perigosos e continuam agindo. Ele também investiga o caso. A defesa de Jorge Renato de Mello, da empresa Reação, desconhece esta suposta ligação com o grupo de extermínio.

A advogada Eliana Matté informou que vai apurar esta informação com as autoridades para depois se pronunciar. A promotora Lúcia Callegari, que investiga o caso Eliseu Santos, destacou que estas informações são importantes e vão servir para sustentar a tese de que Eliseu Santos não foi morto durante tentativa de roubo de carro, como concluiu a Polícia, e sim vítima de uma emboscada.

O Ministério Público segue ouvindo testemunhas e escutas telefônicas, além de analisar documentos, para tentar comprovar uma possível ligação entre os três mandantes do crime, um deles ex-assessor da Secretaria Municipal da Saúde, com os três executores. Todos estão detidos. Um dos motivos do complô contra o secretário seria o rompimento do contrato da empresa de segurança Reação com a Secretaria Municipal da Saúde após denúncia de suposta cobrança de propina.

Fonte:
Por Cid Martins, Rádio Gaúcha - Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2880757.xml

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