quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Na mídia: Mais segurança para os passos dos idosos

Artigo originalmente publicado no Sul 21

Com o passar dos anos seus passos ficarão mais lentos e titubeantes. Ao olhar para os lados, poderá observar idosos com sua ginga mais insegura que a nossa. É a idade. É o passar do tempo. São os passos da vida.

Se você circular pela cidade e sair do círculo tribal de suas relações, vai ser dar conta de que a cada quatro pessoas em Porto Alegre, uma passou dos 60. Sim, a capital dos gaúchos concentra hoje a maior população de idosos do País, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estes passos inseguros podem causar quedas e por isso precisamos olhar com atenção para os nossos passeios públicos. Em São Paulo, de onde temos dados, quatro pessoas de idade morrem a cada dia, decorrentes de quedas. Nem por isso vamos deixar de reivindicar melhorias em nossas calçadas, cujo estado lastimável é outro flagelo no dia a dia das pessoas com mais de 60.

Outro “passo em falso” pode ser o idoso sozinho em sua casa, devido às quedas, acidentes domésticos, vítimas de mal estar, certamente mais frequentes neste momento de suas vidas, principalmente se não tiver à mão um celular, quando um grito não é ouvido e não dá para bater na porta de um vizinho.

Mas como sempre no mundo, alguém inventará algo novo e ousado. Pois chegou ao Brasil um serviço exclusivo de atendimento emergencial remoto que garante independência e autonomia aos usuários e fácil acesso a mecanismos de socorro.  A tecnologia é simples.  O idoso recebe um botão, geralmente usado como colar ou pulseira, e o aciona caso sofra quedas ou sinta-se mal.
Quando isso acontece, é enviado um sinal para a central de atendimento, que entra em contato.

Como tudo que é novo, o equipamento ainda encontra resistência por parte de seu público. Privadamente, pode parecer caro investir no setor de telecare (cuidado à distância), mas se o poder público persistir, menos idosos se tornarão vítimas. Menos idosos ficarão com traumas e sequelas. Menos tempo permanecerão no hospital. Portanto, menos dinheiro público será gasto. Aos olhos de muitos poderá parecer uma despesa aplicar neste novo invento. Ouso afirmar que será um investimento, pois deixaremos de gastar ali adiante.

Vamos observar mais detalhadamente os passos de nossos idosos. São menos seguros. Mas são passos que levam vidas. Muitas delas ricas em vivências e experiências que precisam ser compartilhadas.

Adeli Sell é professor, escritor e consultor

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