quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

É hora de fazer a coisa certa

Instigado por inúmeras pessoas, vou tentar esclarecer o que é necessário fazer para legalizar uma casa noturna. A dor que invade nossos corações é grande, afinal muitas vidas foram perdidas nesta tragédia, que nos deixou histórias recortadas, sonhos engasgados e vidas em números. Mas é preciso ter forças para racionalmente explicar.

Não adianta formar Grupos de Trabalho - que surgem agora a torto e a direito com o intuito de discutir medidas e ações públicas que previnam “acidentes” desta natureza. Nesta afoiteza besteiras serão cometidas. Fiscalização apressada é caminho certo para as injustiças.

Para ter uma "boate legal", o empreendedor deve conseguir o Estudo de Viabilidade Urbanística, isto é, saber se aquele local está apto para abrigar um espaço de entretenimento. Ato contínuo, ter o Habite-se que é o salvo conduto de que o local é "habitável", passível de ser ocupado com uma atividade.

Casa noturna tem que ter Licença de Operação do órgão ambiental. Tem que ter Alvará de Saúde, liberado pela Vigilância Sanitária, por que comercializa alimentos e bebidas. Também precisa ter o laudo do Corpo de Bombeiros. Só então é emitido o Alvará de Funcionamento pela prefeitura. Sim, somente ao poder público local é dado o direito de licenciar e colocar em funcionamento um empreendimento. Da mesma forma, somente ao poder público local é dado o direito de fechar, lacrar e interditar se não forem obedecidas as normas de funcionamento.

O Corpo de Bombeiros não tem poder para interditar um espaço. Podem e devem emitir parecer contrário ao funcionamento para que a Prefeitura pratique o ato. Infelizmente, existem pressões sobre os gestores municipais para apressar, fazer vistas grossas ou deixar funcionar do jeito que o empreendedor quer. Errada está a Justiça, que tem concedido liminar àqueles que não poderiam mais operar.

Eu, enquanto Secretário da Produção, Indústria e Comércio tomei atitudes ousadas e drásticas. Fui pressionado, caluniado, vilipendiado. Sofri ameaças de morte e respondo a processo até hoje por ter fechado uma boate irregular. Foi uma ação legítima e legal, pois até o alvará do empreendimento era falso. Mas, para a nossa surpresa, no dia seguinte uma liminar emitida pela Justiça reabriu o espaço.

Como eu, muitos gestores fizeram a coisa certa, muitos promotores e juízes ficaram ao meu lado. Muitos empreendedores entenderam as razões da fiscalização rígida e deram bons exemplos.
Que a tragédia de Santa Maria – que precisa ser devidamente apurada e os responsáveis punidos - nos faça pensar, e nos torne melhores, mais eficazes e eficientes. Hora de serena e paulatinamente lutarmos contra todas as mazelas e "fazer a coisa certa".

ADELI SELL é professor, escritor e consultor.

Na mídia: Zero Hora repercute episódio de 2003

Estímulo à omissão
Zero Hora | Rosane de Oliveira | p. 16

Um episódio que está ocorrendo com o ex-vereador Adeli Sell (PT) ajuda a entender por que muitas vezes os funcionários públicos se omitem na hora de interditar bares, restaurantes e boates. Em 2003, ele era secretário da Indústria e Comércio de Porto Alegre e desencadeou uma campanha intensiva de fiscalização, fechando estabelecimentos com documentação irregular ou que ofereciam risco aos frequentadores. Uma das boates, a Zap, na Rua Dona Laura, no Bairro Rio Branco foi fechada diante da constatação de que o alvará da prefeitura tinha sido falsificado por um funcionário da prefeitura. Naquele endereço, a Smic havia autorizado apenas o funcionamento de uma academia de ginástica.

Os proprietários recorreram à Justiça e o desembargador Luiz Felipe Difini concedeu liminar para que a boate abrisse as portas na noite da inauguração. Indignado, Adeli deu entrevistas dizendo que a decisão manchava a imagem do Judiciário gaúcho. “Daqui a pouco, vão pedir uma Operação Anaconda para investigar o Rio Grande do Sul também”, exaltou-se, referindo-se a uma investigação que envolvia corrupção no Judiciário de São Paulo. As declarações provocaram uma crise entre o Judiciário e a prefeitura. Sentindo-se ofendido, Difini processou a prefeitura por dano moral e ganhou uma indenização de R$ 140 mil. Hoje, a prefeitura move ação regressiva para cobrar de Adeli o ressarcimento do dinheiro que gastou para indenizar o desembargador.

A defesa de Adeli alega que a prefeitura não pode cobrar do ex-secretário se, no processo, sustentou a legalidade da ação dele como gestor público, foco da divergência com o magistrado. Naquele ano, Adeli fechou uma série de estabelecimentos que acabaram sendo reabertos por liminar da Justiça.Um deles, a boate Ice, no bairro Auxiliadora, apresentava, segundo Adeli, semelhanças com a Kiss: era um espaço para mais de 2 mil pessoas, com apenas uma porta de saída. Em outra, ocorria uma festa com o portão fechado a cadeado, aumentando o risco dos frequentadores em caso de incêndio.

Na próxima semana, a defesa de Adeli vai apresentar a contestação. Ainda que a indenização por dano moral tenha sido concedida por conta das declarações do então secretário, consideradas ofensivas, a possibilidade de cobrança futura inibe os fiscais. Entre as seis grandes casas noturnas que funcionam em Porto Alegre amparadas por liminar está o Café Moinhos, no mesmo endereço de uma boate interditada há 10 anos por Adeli, o Café do Prado, na Rua Quintino Bocaiúva, Bairro Moinhos de Vento.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ex-secretário da Smic, Adeli Sell relembra caso de boate irregular reaberta em Porto Alegre por liminar

Mesmo sem condições, cassação de boate em Porto Alegre foi derrubada pouco tempo depois

Um jogo de empurra marca as explicações sobre a tragédia em Santa Maria. Os Bombeiros negam que as falhas fossem de responsabilidade do órgão e afirmam que o estabelecimento podia funcionar mesmo com o alvará de prevenção e proteção contra incêndio vencido. O governador Tarso Genro chegou a desautorizar as manifestações dos Bombeiros. Já o prefeito Cezar Schirmer liberou o acesso a documentos referentes à boate Kiss. Disse que a avaliação das condições de segurança foi atestada pelos bombeiros. O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Abreu, divulgou nota oficial. No texto, deixou a entender que a culpa seria dos proprietários do empreendimento. O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigoni, afirma que a boate funcionava de forma irregular e agora vai investigar também se houve omissão dos órgãos públicos.

Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta quarta-feira (30.01), o presidente do PT em Porto Alegre, Adeli Sell, lembrou de um episódio em 2003, quando era secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). Na ocasião, ele pediu a interdição da boate Ice, já extinta, por não apresentar condições de segurança para funcionamento. O local tinha apenas uma porta pequena e alvará falsificado. A casa foi fechada e reaberta pela Justiça, através de liminar, no mesmo dia.

"A casa foi reaberta por pressão política, por que o alvará não era legal, era falsificado. A porta de saída também era a mesma da entrada. Mas este não foi o único estabelecimento. Cito este exemplo por que gerou um processo por dano moral, o qual respondo até hoje”, explicou Adeli Sell, ex-secretário da Smic.

Na época, Adeli, que hoje integra o Gabinete dos Prefeitos, fez críticas ao desembargador Luiz Felipe Difini por ter concedido a liminar à boate irregular. Prefeitura foi condenada a indenizar magistrado.
“Fui penalizado por algo que fiz dentro da lei, conforme as normas”, completou.

Com informações do Gaúcha Atualidade

Guerrilheiros da Notícia também sai da Ulbra TV

Há cerca de 20 anos na televisão gaúcha, o programa Guerrilheiros da Notícias deixará a grade da Ulbra TV. A atração, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 19h20, sob o comando da jornalista Laura Alcaraz, se despede temporariamente do público nesta quarta-feira, 30, após um período de um ano e meio no canal. Eu e os guerrilheiros entendemos que se cumpriu essa etapa na Ulbra TV , afirmou Laura, ao Coletiva.net, sem revelar mais detalhes. Segundo ela, no momento, não há nenhum acerto para que o programa retorne em outra emissora. Esta é a segunda produção local que a Ulbra TV perde nesta semana, já que o Bibo Nunes Show sai do ar nesta quinta-feira, 31.

Fundado em 1989, por Flávio Alcaraz Gomes, o Guerrilheiros da Notícia foi transmitido pela TV Guaíba (hoje, TV Record) durante 18 anos. Mais tarde, foi levado para a Rede Pampa e, após a morte de Flávio, para a Ulbra TV, tendo Laura como âncora. De acordo com a jornalista, a última edição na emissora deve manter o tom das demais. Levaremos a mesma sobriedade, descrição e informação, que o pai nos deixou , adiantou.

Hoje, os guerrilheiros, como são conhecidos os participantes, são: Adeli Sell, Alcebíades Adil Santini, Antonio Carlos Baldi, Armando Lotti, Carlos Pires De Miranda, Claudio Candiota, Douglas Flor, Fernando Lucchese, Fernando Malheiros Filho, Francisco Marshall, Henrique Sarmento Barata, Ivo Nesralla, Ivory Coelho Neto, João Antonio Dib, Laís Legg, Lênio Streck, Luiz Melíbio Machado, Maria Celeste, Maria Regina Barcelos Bettiol, Mathias Nagelstein, Moacir de Araujo Lima, Nereu D"Avila, Omar Ferri, Paulo de Argolo Mendes, Paulo Flávio Ledur, Paulo Olímpio Gomes de Souza, Paulo Vellinho, Roberto Bandeira Pereira, Rubens Sant"Anna Neto, Sebastião Melo, Túlio de Oliveira Martins, Valter Nagelstein e Vieira Da Cunha.

Fonte: Coletiva.Net

Na mídia: Mais segurança para os passos dos idosos

Artigo originalmente publicado no Sul 21

Com o passar dos anos seus passos ficarão mais lentos e titubeantes. Ao olhar para os lados, poderá observar idosos com sua ginga mais insegura que a nossa. É a idade. É o passar do tempo. São os passos da vida.

Se você circular pela cidade e sair do círculo tribal de suas relações, vai ser dar conta de que a cada quatro pessoas em Porto Alegre, uma passou dos 60. Sim, a capital dos gaúchos concentra hoje a maior população de idosos do País, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estes passos inseguros podem causar quedas e por isso precisamos olhar com atenção para os nossos passeios públicos. Em São Paulo, de onde temos dados, quatro pessoas de idade morrem a cada dia, decorrentes de quedas. Nem por isso vamos deixar de reivindicar melhorias em nossas calçadas, cujo estado lastimável é outro flagelo no dia a dia das pessoas com mais de 60.

Outro “passo em falso” pode ser o idoso sozinho em sua casa, devido às quedas, acidentes domésticos, vítimas de mal estar, certamente mais frequentes neste momento de suas vidas, principalmente se não tiver à mão um celular, quando um grito não é ouvido e não dá para bater na porta de um vizinho.

Mas como sempre no mundo, alguém inventará algo novo e ousado. Pois chegou ao Brasil um serviço exclusivo de atendimento emergencial remoto que garante independência e autonomia aos usuários e fácil acesso a mecanismos de socorro.  A tecnologia é simples.  O idoso recebe um botão, geralmente usado como colar ou pulseira, e o aciona caso sofra quedas ou sinta-se mal.
Quando isso acontece, é enviado um sinal para a central de atendimento, que entra em contato.

Como tudo que é novo, o equipamento ainda encontra resistência por parte de seu público. Privadamente, pode parecer caro investir no setor de telecare (cuidado à distância), mas se o poder público persistir, menos idosos se tornarão vítimas. Menos idosos ficarão com traumas e sequelas. Menos tempo permanecerão no hospital. Portanto, menos dinheiro público será gasto. Aos olhos de muitos poderá parecer uma despesa aplicar neste novo invento. Ouso afirmar que será um investimento, pois deixaremos de gastar ali adiante.

Vamos observar mais detalhadamente os passos de nossos idosos. São menos seguros. Mas são passos que levam vidas. Muitas delas ricas em vivências e experiências que precisam ser compartilhadas.

Adeli Sell é professor, escritor e consultor

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Na Mídia JC: Monitoramento eletrônico dos táxis


NOTA DE PESAR: PT de Porto Alegre compartilha com os gaúchos sua dor pela tragédia em Santa Maria

O Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre manifesta, em nome do seu presidente, Adeli Sell, seu profundo pesar pela tragédia ocorrida na madrugada deste domingo (27) em Santa Maria (RS), onde um incêndio na boate Kiss ceifou a vida de mais de duas centenas de jovens.

Esta não é uma nota formal.

Não é apenas uma sinalização.

Partido vocacionado ao poder, tem que estar presente e se manifestar em (e sobre) todos os episódios, ademais uma tragédia que ceifou tantas vidas. A presença da presidenta Dilma Roussef, do governador Tarso Genro e de autoridades da República e aqui do Estado demonstra nossa preocupação com o que há de mais sagrado: a vida.

Devemos e queremos que se busquem as responsabilidades e todas as medidas devem ser tomadas.
Pela vida, em respeito a ela, nossa solidariedade aos familiares e amigos das vítimas da tragédia de Santa Maria.

Adeli Sell
Presidente

Está havendo uma cultura da bicicleta em Porto Alegre, comemora Marcelo Sgarbossa

A pé ou de bicicleta - o caminho para a Sustentabilidade foi tema do almoço temático organizado pelo PT de Porto Alegre nesta sexta-feira (25.01). Na oportunidade, o vereador Marcelo Sgarbossa, ciclista e militante do transporte sustentável eleito pelo PT com 5723 votos, falou sobre os avanços e deficiências da cidade no que se refere à mobilidade urbana e comemorou: “está havendo uma cultura da bicicleta na cidade”.

Sgarbossa atribuiu o fato de o ciclismo, bandeira que defende há anos, ter crescido muito nos últimos tempos devido às repercussões com os protestos do coletivo Massa Crítica, o atropelamento de ciclistas na Cidade Baixa e a inauguração de um pequeno trecho da ciclovia da Avenida Ipiranga. “São acontecimentos que dão visibilidade à causa”, afirma.

Embora comemore os avanços, o parlamentar avalia que as políticas públicas ainda são muito restritivas, priorizando àqueles que utilizam o carro para se locomover. “Nós queremos que os cidadãos optem pelo transporte coletivo, que ainda é a grande chave para eliminar a epidemia do automóvel”, disse Sgarbossa, ao mencionar o livro Morte e Vida das grandes cidades. Para a autora norte-americana Jane Jacobs a cidade pode morrer quando perde a diversidade, ou seja, quando passa a priorizar apenas um meio de locomoção, como acontece hoje com os carros.

“A política está muito voltada para o fluxo. Basta ver as novas ciclovias de Porto Alegre. Elas estão surgindo graças a um movimento independente que às impulsionou. Mas por outro lado, está havendo uma invasão do pedestre nas ciclovias, que é legítima, mas que irá gerar atrito entre ciclistas e pedestres e enquanto isso o ‘deus carro’ continua ali”.

Por isso, na avaliação de Sgarbossa, a lógica do transporte em Porto Alegre deve ser alterada. “Não acho que uma cidade pensada para os automóveis seja bonita. É necessário discutir com a população essas questões, não apenas privatizar ou sair construindo sem consultar ninguém”, defende.

Em relação aos investimentos em ciclovias, ele não poupa críticas à atual administração. “A Prefeitura não dialoga conosco. A ciclovia da Ipiranga, por exemplo, vai obrigar as pessoas a trocarem de margem várias vezes ao longo de todo o seu trajeto. O que aumenta o tempo do percurso. Se isso fosse algo realmente pensado, teria sido feito na faixa da direita, que é onde costumamos andar. No entanto, se assim fosse, seria necessário retirar espaço dos automóveis, algo que a cultura ‘carrocêntrica’ não permite”, afirma.

Setorial Municipal
Simone Mirapalhete, membro da Executiva Municipal do PT e diretora do Museu de Ciências Naturais (MCN) da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul acredita que só conseguiremos uma cidade sustentável se dialogarmos a exaustão com os múltiplos atores.

“Nosso desafio é pensar ações de políticas com muito diálogo, buscando fazer com que o coletivo seja maior do que o individual. Enquanto partido, temos que consolidar este espaço de discussão numa setorial do meio ambiente para que possamos construir políticas para a cidade”, avaliou.
Atento às demandas, o presidente municipal do PT Adeli Sell se comprometeu em formalizar a setorial municipal do meio ambiente. “Para nós isto será prioridade neste ano”, afirmou.

Da plateia vieram importantes contribuições, como a do ativista Silvio Nogueira, para quem a cidade não possui um planejamento estratégico. “Não se pensa a cidade para 20 ou 30 anos. A discussão continua sendo pontual. Os movimentos sociais ficam pipocando de um lado ao outro. O alvo hoje, por exemplo, são as obras da Anita Garibaldi e não a mobilidade como um todo”, queixou-se.

Já para o presidente da Associação dos Moradores do Centro de Porto Alegre, Paulo Guarnieri, o PT precisa fazer um movimento organizado neste sentido. “Precisamos trazer as pessoas do debate pontual para o debate estratégico de cidade”. Guarnieri também não vê com bons olhos a política do carrocentrismo no centro. “Na época do PT fechamos as vias para os carros, atendendo a vocação do Centro Histórico. Essa nova administração veio na contramão do que conquistamos, abrindo vias, liberando a circulação de carros e edifícios garagens e entupindo o centro de automóveis”, criticou.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

Petista gaúcha disputa vaga no parlamento italiano

O Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre recebeu nesta sexta-feira (25.01), durante Almoço Temático, a petista gaúcha Claudia Antonini, que concorre a uma vaga de deputada no Congresso da Itália. Natural de Porto Alegre, Cláudia é filiada ao PT no Brasil e ao Partido Democrático (PD) na Itália sendo a única candidata do Rio Grande do Sul a disputar as eleições legislativas italianas.

Em 2008, Cláudia recebeu mais de 10 mil votos. O eleito somou cerca de 17 mil. A confiança recebida naquele ano a encheu de determinação e coragem para representar o Estado novamente em 2013 e tentar garantir aos cidadãos italianos que moram no Brasil direitos básicos que são garantidos por lei.

“Não ser representado significa não ter acesso aos programas da Europa voltados especialmente para estas comunidades que vivem fora do país, como programas de estudos, de profissionalização, de intercâmbios e de assistência”, enumerou.

Quem vive no Brasil com cidadania italiana possui o direito de eleger por correspondência seus representantes no Parlamento do país europeu. O voto, que deve ser enviado pelos correios, acontece entre os dias 4 e 14 de fevereiro deste ano.

Propostas
- Potencializar os Consulados, garantindo, assim, o cumprimento da lei e um atendimento digno e com mais rapidez;
- Aumentar a informação e as ofertas para os jovens;
- Reunir empresas italianas e brasileiras a fim de compartilhar processos virtuosos intensificando essas relações;
- Lutar pela reforma dos Institutos de Língua e cultura italiana, criando um projeto unitário e estratégico, como possuem a França, com a Alinança Francesa, e a Alemanha, com o Instituto Goethe;
- Trabalhar pela inserção partidária da mulher em todos os âmbitos da sociedade;
- Valorizar na Itália a imagem do Brasil e da comunidade italiana aqui residente, através de ações de cooperação.

Sobre a Claudia
Nascida em Porto Alegre, Claudia é genealogista e tradutora pública com escritório consolidado há 17 anos na cidade. Já atendeu e ajudou mais de 4 mil famílias de oriundos da Itália, tendo sido coordenadora do curso de Italiano subsidiado pelo governo da Massolin de Fiori onde também é conselheira. Atualmente pertence ao Comitê dos Italianos no exterior representando o Rio Grande do Sul.

Apesar de ter apenas 23,3% dos eleitores da América do Sul (com cidadania reconhecida), O Brasil detém o maior número de descendentes de italianos no mundo, cerca de 28 milhões. No entanto, possui apenas 23,3% dos eleitores da América do Sul (com cidadania reconhecida) enquanto que a Argentina, com 20 milhões de oriundos, possui representatividade maior, cerca de 52% dos atuais eleitores. Isso se explica pelo atendimento recebido pelas comunidades nos consulados italianos no país. Na Argentina, as filas de espera para o reconhecimento da cidadania praticamente inexistem, já no Brasil, as filas superam os sete anos e há mais de 600 mil pessoas nelas.

Asscom PT-POA

Monitoramento eletrônico dos táxis

Artigo originalmente publicado no Jornal do Comercio desta terça-feira

Se existe uma necessidade urgente na capital dos gaúchos, esta é o monitoramento eletrônico dos táxis. De alguns tempos para cá, não se encontra veículo disponível quando se precisa de um. Mesmo com 3.925 placas ativas, na hora de procurar um veículo em final de tarde ou com chuva, vamos ficar a ver navios. Quer um táxi de madrugada? Cuidado! Sua espera certamente será de mais de uma hora. Mas, finalmente e felizmente, a EPTC promete enviar à Câmara Municipal um projeto de lei prevendo a obrigatoriedade do monitoramento eletrônico dos táxis, forçando-os a rodar pelo menos 12 horas diárias, incluindo no horário de pico. A medida visa, além combater o serviço irregular, proporcionar maior controle sobre a frota. Um táxi pode rodar 24 horas, já que a lei dá o direito ao permissionário de compartilhar o veículo com dois auxiliares autônomos. Logo, não tem desculpa para a ausência de carros nas ruas. Com a fiscalização eletrônica, não será mais possível continuar dando cambalacho, alongando caminhos, e, depois de uma denúncia feita, dizer que não foi assim, pois o trajeto estará registrado no sistema.

Esta medida vem em boa hora, porque um conjunto de denúncias tem sido feito contra o atual sistema. São vendas irregulares de placas, uso de laranjas, licenças na mão de alguns poucos etc. Trata-se de um serviço disponibilizado pela prefeitura e executado por um particular, como são os lotações e os ônibus. Portanto, são serviços públicos que devem servir à coletividade. Eu tenho falado com frequência sobre a precariedade do sistema e da falta de táxis nas ruas. Os retornos são sempre favoráveis às minhas cobranças, por isso, vou continuar lutando por um serviço de qualidade, com controle público que atenda devidamente ao usuário. Mas vou cobrar também da EPTC uma verdadeira fiscalização. Que o poder local também faça a sua parte, revisando os pontos de táxi e concedendo paradas seguras e modernas.

Por Adeli Sell
Professor, escritor e consultor

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SPH estabelece data para retirada de navios paraguaios do Porto de Porto Alegre

Vamos torcer para que a notícia de fato se concretize

Uma reunião realizada nesta terça-feira (22) com a diretoria da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Riosul Comércio de Aços e Metais, estabeleu data para a retirada dos navios paraguaios Bernardino Caballero e Marischal José Felix Estigarríbia da área do Porto de Porto Alegre. A primeira embarcação deverá sair até 31 de janeiro e a segunda, de maior porte, deve ser retirada da área do porto até 30 de maio.

De acordo com o superintendente de Portos e Hidrovias, Pedro Obelar, o Termo de Ajuste de Prazo foi assinado pelo advogado da empresa arrematante dos navios, Nelmo Pritsch, e pela autoridade portuária. "Os prazos foram definidos em razão da atual situação dos navios. Não há mais o que remover das embarcações. O trabalho de remoção dos resíduos sólidos e líquidos já foi concluído. A partir de agora falta apenas rebocar os cascos".

Obelar explicou que a extensão dos prazos foi estabelecida de acordo com o tamanho das embarcações e da complexidade de operação que cada uma delas exige para ser rebocada. "São navios com diferentes dimensões, mas a empresa se comprometeu a retirar o primeiro deles, que é menor, até o final do mês. Já o Bernardino Caballero tem maiores exigências técnicas para a operação".

O termo especifica ainda que, se o acordo não for cumprido, a empresa terá que pagar multa diária correspondente a 0,5% do valor do lance inicial estabelecido no edital do Leilão. Além disso, arcará com o pagamento de tarifa portuária de atracação a partir de 1º de fevereiro.

Embarcações
As embarcações atracadas há 15 anos no Porto de Porto Alegre, foram leiloadas em 30 de março de 2012 e arrematadas pelo lance mínimo de R$ 367.500,00 e R$ R$ 645.000,00 pela empresa Riosul Comércio de Metais Ltda. Conforme previa o edital do leilão, a empresa tinha o prazo de 120 dias, a partir do certame, para remover as embarcações da área do porto, o que não foi cumprido. Com a assinatura do termo de Ajuste de Prazo, as embarcações devem sair do Porto de Porto Alegre até o dia 30 de maio deste ano.

Histórico
Os dois navios foram apreendidos pela Marinha do Brasil em 1997, em razão da falta de segurança para navegação. Pertencentes ao governo paraguaio, foram entregues ao patrimônio da SPH em junho de 2011, após negociação que contou com o apoio de vários setores dos governos Estadual e Federal.

Construídos em 1984, os dois cargueiros pertenciam a uma empresa estatal paraguaia e operavam na linha de navegação do Mercosul. Em 1997, foram retidos em razão de falhas no sistemas de segurança, detectadas em vistoria da Marinha, o que impediu o retorno ao local de origem. Com a retenção, as embarcações foram abandonadas pela empresa. A doação dos dois navios ao Governo do Estado foi declarada por meio do Decreto 6.722, da República do Paraguai, com data de 8 de junho de 2011, assinado pelo presidente Fernando Lugo.

Texto e foto: Cristiane Franco
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Marcelo Sgarbossa fala sobre os caminhos para a Sustentabilidade em Porto Alegre nesta sexta-feira

A pé ou de bicicleta - o caminho para a Sustentabilidade será o tema do próximo almoço temático organizado pelo PT de Porto Alegre. A atividade será realizada nesta sexta-feira (25.01) e contará com a presença do vereador Marcelo Sgarbossa, que desde 1987 faz da bicicleta um instrumento de luta pessoal e também coletiva na busca de uma cidade melhor.

Como ciclista profissional, Sgarbossa representou o Rio Grande do Sul em campeonatos nacionais e internacionais, sendo campeão gaúcho e brasileiro. Participou de três campeonatos mundiais e, na Itália, conquistou vitórias para o Brasil.
Sua luta pela mobilidade urbana, sustentabilidade social e ambiental, pelas ciclovias e pelo respeito às pessoas é uma ação constante. Neste sentido, ajudou a fundar o Laboratório de Políticas Públicas e Sociais (LAPPUS), que tem por objetivo estudar e difundir o estudo das políticas públicas. Em Porto Alegre, tem contribuído no monitoramento da implementação do Plano Diretor Cicloviário Integrado, e participou ativamente na organização do 1.o Fórum Mundial da Bicicleta, além de promover várias iniciativas, dentre os quais, Brique da Bike, a Escola da Bicicleta para adultos, Campanha Adote um Ciclista, Campanhas de Conscientização no Trânsito, e muitas outras.
Adesões podem ser feitas pelo telefone 3211 4888. Os almoços ocorrem sempre no centro de eventos Iole Kunze, localizado na sede municipal do PT.
Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

Dica da semana: Um expresso, por favor!

No início dos anos 80, se a memória não me trair, havia dois locais que serviam expresso: um na Rodoviária e outro na Montaury. Nem se perguntava se "expresso" era com "x" ou se havia a grafia com "s", pois se pedia um "café expresso", que agora virou expresso. Sim, com "x", pois a outra grafia é italiana.

Café em Porto Alegre era sinônimo de RIAN, onde políticos e artistas incluídos ficavam em torno do balcão aguardando as xicrinhas quentes e o fumegante líquido negro, que chegava numa bule, a rodo... Tradição esta que fechou ali na Rua da Praia, mas que continua viva na Nilópolis com o Di Rihan Bistrô. Este agora com o "h".

As coisas mudaram. Sorte que para melhor. Desapareceu o hábito, provavelmente copiado dos paulistas, de tomar café em copo de pinga. Respeitosamente, hora de mudar, sem arrogância. Agora, não faltam bons cafés na cidade.

Temos cafés para todos os gostos. Expresso pode ser carioquinha, pouco mais fraco que o tradicional. Temos o normal, o curto, o típico italiano ou o cubanito. E há os especiais, como o tradicional cappuccino - que nem padre ousa tachar como pecado de gula se o sujeito pedir dois, mesmo que com chantilly. Tem até frio ou servido com sorvete.

Outros gaúchos preocupados com sua saúde já tomam expresso sem açúcar, o que nos permite sentir o verdadeiro aroma do café.

Não quero ser injusto ao citar apenas alguns poucos cafés espalhados pela cidade, mas quem reclamar e me ofertar um bom café vou atrás e faço uma segunda edição.

No Mercado Público sempre há cheiro de café, até moído tem, e juntar os amigos no deck do Café do Mercado depois do almoço é uma obrigação.

No Centro não dá para deixar de falar da tradicional ‘A Brasileira’, onde pode se tomar no balcão, saborear nas mesas, ou entrar no reservado para não fumantes, o contrário do que normalmente se vê.

No Moinhos de Vento, o mais tradicional é o Café do Porto. Pontos para a Cacaia. Temos também o Domitila, não apenas pelo agito do Claiton, suas pétalas de rosa, mas pelos tipos excitantes de cafés.
No Menino Deus, no Praia de Belas, não dá para deixar de tomar o ristretto do Press. E se tiver com fome, então nem se discute: tem o Pão da Nona, na José de Alencar, onde se tem o melhor expresso grande com leite, tirado como só lá.

Na Tristeza, com ou sem fome, tem o Machry Armazém e Bistrô. Em Petrópolis, para um papo e um café, o Z Café.

Ora, com dor na consciência paro por aqui, porque terei que escrever mais alguns roteiros de café por Porto Alegre. Não vou nem entrar na questão sobre quem produz o melhor café, se é o Brasil ou a Colômbia. Mas se for a Bogotá, tome Juan Valdez.

ADELI SELL é professor, escritor e consultor

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Embora assuma postura revolucionária, PT deve ousar mais no que se refere à inclusão dos negros nas instâncias partidárias e de poder


José Reis, secretário-geral do PT-POA
O PT de Porto Alegre abriu ontem (17.01) a temporada de almoços temáticos de 2013. O tema de partida foi escolhido com cautela pelo presidente do partido, Adeli Sell. “Queremos debater a contribuição do negro na formação do PT não apenas sob o prisma da setorial ou do núcleo, mas do partido como um todo, pois sabemos que ainda temos muito por fazer”, avisou o dirigente, ao saudar os mais de 60 militantes presentes no almoço.

Painelista do dia, o secretário geral do PT municipal, José Reis, fez um pequeno resgate histórico antes de analisar o momento atual. Segundo ele, na década de 70, boa parte da militância do movimento negro se somou às lutas do PT, fundado em fevereiro de 1980, com o propósito de combater as desigualdades sociais e raciais existentes no País naquela época.

Reis também se queixou da contradição avistada nas administrações petistas. Segundo ele, um partido que diz lutar pelas causas étnicas não expressa essa bandeira na hora em que está no poder. “Basta ver nossas gestões no governo do Estado. Nem Olívio Dutra, nem Tarso Genro constituíram uma secretaria específica destinada às questões raciais no Estado”, lamentou.

Já no município, ao longo dos dezesseis anos de administração petista, embora os negros tenham ocupado cargos de confiança ou cargos de direção partidária, sempre ocuparam os menores na hierarquia de poder. “Em 16 anos de governo, o PT colocou apenas dois representantes negros no primeiro escalão”, criticou ao refletir sobre o fato de mesmo tratando-se de um partido político que nasceu com o propósito de garantir direitos iguais, combater a discriminação e as desigualdades, o PT termina, muitas vezes, por reproduzir as diferenças no seu interior.

Eleições 2012
O secretário geral do PT-POA também avaliou a participação dos negros na nominata apresentada pelo PT em 2012. “Esta eleição foi o pleito em que mais tivemos candidatos negros em Porto Alegre. De um total de 96 nomes, 12 eram do PT”, lembrou. Deste montante, no entanto, apenas quatro candidatos alcançaram os mil votos.

Governo Federal
Mas nem só de críticas se construiu a fala do secretário. Reis reconheceu, por outro lado, que o partido já inspirou avanços em nível nacional. Citou como exemplo a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, resultado do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro brasileiro.

A secretaria nasceu com a finalidade de formular políticas e diretrizes para a promoção da igualdade racial, bem como coordenar políticas públicas afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos, com ênfase na população negra, afetados por discriminação racial e demais formas de intolerância. “O PT vai fazer 33 anos, se é verdade que o partido assume uma postura revolucionária neste tema, também é verdade que deve ousar mais”, finalizou.

MinC incentiva a cultura negra
Na oportunidade, a representante do Ministério da Cultura no RS, Margarete Moraes, reforçou a divulgação dos cinco editais de valorização da cultura negra. Lançados no dia 20 de novembro, como parte da celebração do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, os editais do MinC tiveram escassa divulgação e, por consequência, poucas adesões na região sul e especialmente no Rio Grande do Sul.  Assim, o Ministério estendeu prazos de inscrição até 25 de março.

Margarete também anunciou que o MinC está elaborando cadastros para identificar e registrar criadores negros e entidades dedicadas a valorização da cultura afrodescendente em todo o Brasil. Mais informações em www.cultura.gov.br.

Os almoços temáticos ocorrem sempre no Centro de Eventos Iole Kunze, localizado na sede municipal (João Pessoa, 785). Na próxima edição, sexta-feira (25.01), o tema será “A pé ou de bicicleta - o caminho para a Sustentabilidade”, com o vereador Marcelo Sgarbossa. Adesões podem ser feitas pelo telefone 3211 4888.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Margarete Moraes reforça divulgação dos editais voltados para a valorização da cultura negra

Foto de Rosane Scherer
Prazos para inscrições foram estendidos até 25 de março

A reunião-almoço temático do PT PoA desta quinta-feira (17), realizada na sede do diretório municipal da capital, sobre a contribuição do negro para a formação do partido, serviu também para a representante do Ministério da Cultura no RS, Margarete Moraes, reforçar a divulgação dos cinco editais de valorização da cultura negra.

Lançados no dia 20 de novembro, como parte da celebração do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, os editais do MinC tiveram escassa divulgação e, por consequência, poucas adesões na região sul e especialmente no Rio Grande do Sul.

Assim, o Ministério estendeu prazos de inscrição até 25 de março.

Margarete também anunciou que o MinC está elaborando cadastros para identificar e registrar criadores negros e entidades dedicadas a valorização da cultura afrodescendente em todo o Brasil.

Cinco editais
Apenas pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC) são três editais abertos para criadores e escritores negros. Os editais fazem parte do projeto do Ministério da Cultura (MinC) e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) de valorização e fomento de produtores, criadores e escritores negros . Os objetivos dos editais da FBN são formar novos escritores, elevar o número de pesquisadores negros e de publicações de autores negros e incentivar pontos de leitura de cultura negra em todo o país de forma a se estabelecer novo paradigma em todas as linguagens apoiadas pelo MinC, com a participação efetiva da população negra brasileira.

O Edital de Pontos de Leitura tem como objetivo selecionar 01 projeto para a implantação de 27 pontos de leitura e terá investimento total de R$ 3, 2 milhões. Os 27 Pontos de Leitura devem desenvolver atividades de mediação de leitura, criação literária, publicação, seleção de acervo e pesquisa que tratem de ações voltadas para a preservação da Cultura Negra e ações afirmativas de combate ao racismo no país. As inscrições vão até 25 de março.

Já o Edital de Apoio a Pesquisadores Negros, que tem inscrições abertas até o dia 25 de março de 2013, selecionará 23 projetos para concessão de bolsas, pelo período de 1 ano, propostos por pesquisadores e pesquisadoras negras. O edital tem como objetivo incentivar a produção de trabalhos originais, em território brasileiro, em qualquer uma das áreas e subáreas do conhecimento definidas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

O Edital de Apoio à Coedição de Livros de Autores Negros, que tem as inscrições abertas com prazo inalterado até 30 de abril, busca a formação de parcerias para o desenvolvimento de projetos de coedição. O objetivo é o de produzir publicações de autores brasileiros negros, em meio impresso e/ou digital, com o propósito de divulgar, valorizar, apoiar e ampliar a cultura brasileira dos afrodescendentes.

Funarte
A Fundação Nacional de Artes, também em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), recebe inscrições para o Prêmio Funarte de Arte Negra que selecionará 33 projetos nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória.

O objetivo do Prêmio, que tem valor total de R$ 4,3 milhões, é proporcionar aos produtores e artistas negros oportunidade de acesso a condições e meios de produção artística, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de Cultura (Lei 12.343/2010) e pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010).

Podem concorrer artistas, produtores culturais e instituições privadas (com ou sem fins lucrativos, de natureza artística e/ou cultural), desde que comprovem experiência no desenvolvimento de atividades artísticas que conservam elementos das culturas de matriz africana e/ou realização de trabalhos com temas ligados à experiência social e política da população negra dentro e fora do Brasil.

Secretaria do Audiovisual
A Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura também está com inscrições abertas até dia 25 de março para o Edital de Apoio para Curta-Metragem – Curta Afirmativo: Protagonismo da Juventude Negra na Produção Audiovisual . O edital fomentará a produção de até 6 (seis) obras audiovisuais de curta-metragem, de 10 (dez) a 15 (quinze) minutos, dirigidos ou produzidos por jovens negros, de 18 a 29 anos, pessoa física, com temática livre, podendo ser ficção ou documentário, com a possibilidade de utilização de técnicas de animação.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Esquina Maldita - Um alento à atualidade

Em tempos em que o debate político está mais para a coluna policial, e os holofotes da imprensa dão brilho aos novos heróis: desde o delegado da pequena cidade do interior ao todo poderoso STF, um bom alento é a edição de "Esquina Maldita", de Paulo César Teixeira, pela editora Libretos.

Teixeira remonta o cenário na juventude eletrizada pelo direito à revolução, do mundo ou do seu próprio nariz, fazia da boemia e da vida noturna um debate existencial. Os jovens estavam impregnados de sonhos e combatiam o silêncio e o doloroso cale-se promulgado pelas manchetes distorcidas daquele período. Lembro-me do "mar de lama" alardeado pelos lacerdistas contra o Getúlio e o que se viu foi o contrário durante os anos de chumbo que se sucederam. O mar de lama aumentou.

As discussões tinham um QG: era a lendária esquina maldita, a vibrante quadra entre a Osvaldo Aranha e a Sarmento Leite. Uma quadra de espaço aberto, democrático, despretensioso. Revoluções mentais e ações políticas espocavam nas mesas de bar por ali. Paulo César, que era frequentador da época e do local, coletou testemunhos dos ativistas e devolve à memória da cidade a herança das coisas produzidas por ali.

Júlio Conte, por exemplo, concretiza: "muito do que se produziu de arte e cultura na cidade, nasceu na Esquina Maldita". Vanderlei Falkenberg, numa clara demonstração de que tínhamos sonhos: "Acreditávamos que, com o fim da ditadura, todos seríamos felizes". E esta complexa simplicidade nos movia da universidade ou da militância sindical aos bares.

Falava-se de nós, falava-se de eu. Sim, havia uma individualidade, mas mesmo esta desembocava numa caminhada rumo a revolução de um coletivo. Foi o caso da Nega Lu que com sua bravura de negro, "bicha" e maluco, fez muita gente "sair do armário" e assumir sua plenitude, seus desejos e lutar pelo fim da homofobia. Lutamos ainda.

Se um jovem "hypster" lê o Esquina Maldita, vai entender que a modernidade está sempre começando e se esgotando, movimentos e contra movimentos nos forjam desde sempre. E vai entender que houve uma rede social off line poderosíssima, ácida e recheada de picardia. "Ficávamos de pé, sem parar de beber ou conversar, enquanto os policiais revistavam nossos bolsos", diz Eduardo San Martin. Era a resistência e a ironia. Uma tribo e um movimento social, contestatório, de luta contra a ditadura. Atualmente tem gente que fica na Cidade Baixa, fazendo exatamente a mesma coisa, mas é tudo mais "eu", menos tribal, menos cultural, mais no abismo vazio, do eu por mim mesmo. Meus feitos minha glória juvenil.

Claro que ali nem tudo era clareza, nem tudo eram luzes "para falar a verdade, não sei bem o que fazíamos quando estávamos loucos", diz, corajosamente, Wesley Coll. Ainda assim, pela esquina da Sarmento Leite com a Osvaldo Aranha, pelo Alaska, Marius, Copa 70 e Estudantil passaram figuras ilustres de nossa cidade. Uma geração se formou ali.

Se você hoje acha seu pai, sua mãe, seu tio e tia caretas; largue o tablet, compre um exemplar do Esquina Maldita e confere o que eles estavam fazendo numa época em que compartilhar não era ação do Facebook. Os revolucionários daquele tempo não mudaram na essência, eles mudaram o ritmo e, talvez, o estilo. Se você ainda quiser mudar algo que não parece certo, olha para sua casa, ali deve ter um revolucionário. Se você quiser começar uma transformação, me chama; se eu já não estiver lá, vou contigo!

ADELI SELL é professor, escritor e consultor



NY virou paraíso dos ciclistas graças a uma mulher

24 horas depois do furacão Sandy atingir Nova York, em 28 de outubro, o prefeito Michael Bloomberg anunciou que a secretária de Transportes, Janette Sadik-Khan, tinha um plano para o caos que se instalou no trânsito da cidade --sem metrô e sem semáforos, graças ao blecaute. "Só carros com três passageiros ou mais poderão entrar em Manhattan. Até o fim de semana, os ônibus circularão com a catraca livre", determinou.

Os nova-iorquinos já se acostumaram com as medidas às vezes radicais da mulher que manda no trânsito da maior cidade americana.

Em cinco anos no cargo, a superpoderosa secretária de Transportes de Nova York abriu 450 km de ciclovias, 50 km de corredores de ônibus e fechou várias praças aos carros --a mais famosa delas, a Times Square, tornou-se um grande calçadão.

Reduziu o número de pistas da Broadway pela metade, dobrando as calçadas dos dois lados e espalhando cadeiras e mesinhas.

Ciclovias NY
Pela velocidade com que está transformando a paisagem nova-iorquina, ela é amada por ciclistas e odiada com igual intensidade por taxistas.

Magra, com corpo forte de quem pedala e faz ioga, um orçamento anual de R$ 4 bilhões e mais de 4.500 funcionários em sua equipe, Janette, 51, é igualmente retratada em reportagens de urbanismo e em publicações de estilo.

É uma rara política de olfato fashion, bronzeada e de corpo torneado, destoando do clichê das burocratas de tailleurs.

Formada em ciência política e em direito pela Universidade Columbia, era vice-presidente de uma grande empresa de engenharia quando foi "descoberta" por Bloomberg.

"Antes, a política de transporte se resumia a aumentar a velocidade dos carros na cidade. Para mim, o mais importante de tudo é priorizar o pedestre, o ciclista e o transporte público", disse à Serafina, em seu escritório, em um arranha-céu com vista para o East River e o Brooklyn, no distrito financeiro de Manhattan.

SECRETÁRIA DAS BIKES
"Diziam que os lojistas da Times Square perderiam muito dinheiro quando fechássemos a praça ao trânsito, e o contrário aconteceu. A renda do varejo duplicou em três anos, a frequência triplicou, e os pedestres, quando podem circular em paz, acabam gastando mais ali", explica.

"O espaço para carros e pedestres estava distribuído de forma desigual, havia 70 pedestres para cada dez carros."

Depois dessa experiência, ela acabou fechando pistas ao lado da Madison Avenue e da Herald Square e transformando parte da Broadway em um semicalçadão. Mais de 50 pracinhas como essa foram criadas em quatro anos.

"Tudo foi feito de forma simples, com mesas e cadeiras baratas. Se desse certo, faríamos algo de longo prazo, com design melhor", conta, dizendo que as obras definitivas para a nova Times Square começam no final do ano, com projeto dos arquitetos do escritório norueguês Snohetta.

Os críticos da secretária, entretanto, a acusam de impor esses "testes" como algo permanente. "Mudar um banco de praça na cidade pode levar anos de burocracia. Por isso, fazemos algo mais simples, de forma direta, para medir o resultado", rebate.

Janette também recebeu saraivadas pela pressa com que implantou as ciclovias (em cinco anos, ela fez 450 km; São Paulo tem 55 km de ciclovias e 67 km de ciclofaixas, que funcionam aos domingos).

A secretária já foi processada por moradores do bairro Prospect Park, no Brooklyn, que se opunham à ideia (eles perderam a ação).

O tabloide "New York Post" fez piada com o seu cargo e a chamou de "secretária das bicicletas". Mesmo gente da prefeitura já criticou a extensão das ciclovias.

O secretário de Segurança, Ray Kelly, disse que nem sempre concorda com ela e que "a criação das ciclovias aumentou a responsabilidade dos policiais em tempos de mão de obra escassa".

Ela defende a cria: "As ciclovias reduziram em 40% o número de acidentes com ciclistas na cidade. Quando o ciclista precisa se aventurar no meio dos carros, sem proteção, ele é muito vulnerável, como acontece com os pedestres".

Outra obsessão da secretária é aumentar a velocidade dos ônibus. "Eles precisam ser competitivos com o carro e o metrô."

Janette fez um estudo que listou 400 variáveis que interferem na velocidade dos veículos, da cobrança da passagem à maneira como a cidade poda suas árvores, asfalta as ruas ou bloqueia os maiores cruzamentos. "Vamos resolver um por um", promete.

"Trabalho para Bloomberg, que é movido a números. Preciso ter todos os dados na ponta da língua", brinca, e dá uma risada alta. Fica evidente que adora o que faz.

Não para de receber pedidos de missões de prefeitos e governos, de Istambul ao México e outras grandes cidades americanas, que querem conhecer suas soluções mais de perto.

Circulando agitada pelo escritório, enquanto mostra gráficos e maquetes do que está por vir em Nova York, ela conta que o programa de compartilhamento de bicicletas (que já existe em São Paulo e no Rio), inspirado nos sucessos de Paris e Barcelona, só começará em março.

"Estamos chegando tarde, mas será um dos melhores do mundo, com 420 postos e 10 mil bicicletas", promete.

SÃO PAULO
Mas ainda há lombadas no trabalho da secretária. Apesar da queda de 75% nas mortes em acidentes de trânsito entre 2007 e 2011, um estudo preliminar da prefeitura diz que as mortes voltaram a subir entre julho de 2011 e junho de 2012.

Segundo esse estudo, o número de mortes anuais no trânsito de Nova York está em 291 (na cidade de São Paulo, são cerca de 1.200).

Mais da metade dessas mortes foi causada por motoristas alcoolizados e desrespeito ao sinal vermelho.

Ela diz que já identificou 25 cruzamentos onde a população de terceira idade se concentra.

Quer que o semáforo seja um pouco mais lento nesses lugares, para permitir que os mais velhos atravessem com segurança.

E vai começar uma nova campanha educativa para os nova-iorquinos, que insistem em atravessar a rua enquanto mandam mensagens de texto pelo celular.

"Todo nova-iorquino se acha um engenheiro de tráfego, cheio de soluções, mas estão muito desatentos na hora de atravessar", reclama.

Janette, que mora com o marido e o filho adolescente no Village e pedala para ir ao trabalho todos os dias, já esteve várias vezes no Brasil, onde sua cunhada morou alguns anos, em Salvador. "Adoro Trancoso, Paraty, Rio, Bahia, São Paulo, a música brasileira, a cultura, as pessoas."

Pergunto se o trânsito de São Paulo tem jeito. "Claro. O solo paulistano é mais propício que o de Nova York para o metrô, e transporte de massa é a solução", diz. "Vocês têm uma cultura vibrante, mas precisam aprender a valorizar o espaço público e o pedestre", alerta.

"Hoje em dia, empresas e talentos podem escolher onde se instalam, a tecnologia facilitou a mobilidade. Quem tiver uma cidade interessante, onde se possa caminhar, conhecer gente, sem ficar preso no trânsito, vai sair na frente na atração de investimentos."

Ela compara com sua cidade: "Em Nova York, só um terço das pessoas vai de carro para o trabalho. E esse número não pode crescer".

Por Raul Juste Lores, Folha de São Paulo
DE NOVA YORK

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PT debate contribuição do negro na formação do partido

Nesta quinta-feira, dia 17 de janeiro, abriremos a temporada de almoços temáticos do partido na capital. Vamos iniciar com um tema caro para o PT da Capital que é a contribuição do negro na formação do PT.

A atividade ocorre a partir do meio dia, no Centro de Eventos Iole Kunze, localizado na sede municipal (João Pessoa, 785). Adesões podem ser feitas pelo telefone 3211 4888. Como é de praxe, os gastos serão compartilhados entre os participantes.

O Naval é o ancoradouro mais moderno do Mercado

Não é o mais antigo, mas completará 106 anos em maio. O Naval deixou de ser o velho e famoso botecão da "Terrível Feijoada" e do "Violento Mocotó", para se transformar no charmoso "novo" Naval. Os bolinhos de carne e bacalhau continuam, como o chopp, dizem, sendo cada vez melhor. Muitos apostam na forma de tirar. Sou mais do vinho, perdão...

Mudou de dono. Mudou o estilo. Mas ficou o bom atendimento, a boa comida e agora o charme de "casa nova".

É o único local que tem seu próprio banheiro. Mesmo o Mercado estando cada vez mais "DEZ", os banheiros, infelizmente, são uma tragédia.

Ficaram ali as velhas cadeiras do Lupicínio Rodrigues e do Glênio Peres para fazer a ligação com o seu passado boêmio.

Alguns dos antigos frequentadores torceram o nariz, reclamaram, sumiram, é verdade. Não tem mais o espaço para, em pé no balcão, tomar a velha e gostosa cachaça barolda.

Mas os frequentadores encontraram guarida em outros portos decentes ali mesmo no térreo, cujas dicas vou continuar dando em breve.

O cardápio é bom e de primeira, sendo os pratos com peixes um "show" de gastronomia. Minhas últimas pedidas paella, linguado e tainha enrolada foram demais....

Costumo levar meus amigos de fora no Mercado. E o Naval atualmente é para quem sabe curtir a boa comida.

Adeli Sell