Adeli integrou a mesa dos debates. Foto: Eduardo Quadros |
Conforme o artigo 215 da Constituição Federal, a cultura é um direito de todos, independente de quaisquer condições e, na opinião da ex-secretária Margarete, garantir aos cidadãos o pleno exercício deste direito deve ser a meta da prefeitura. Ela alertou, entretanto, que não basta ter acesso a espetáculos ou mostras de arte e cultura, mas também aos meios de produção, difusão e fruição. Atualmente à frente da Representação Regional Sul do Ministério da Cultura, ela destacou que o trabalho inovador desenvolvido pela Administração Popular até hoje é referência para implantação de políticas culturais e disse que Porto Alegre tem todas as condições para avançar, estabelecendo parcerias locais, nacionais e internacionais, com os governos estadual e do País e com outras prefeituras. Para ela, a reforma administrativa da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) é fundamental para o atendimento das novas demandas e possibilidades surgidas com o alargamento do conceito de cultura. “A diversidade das expressões artística e cultural é a marca mais relevante da nossa cidade e devemos trabalhar de forma descentralizada, democrática, plural e transversal esta variedade de sotaques”, sustentou a ex-secretária.
Conforme Villaverde, a primeira fase do programa Diálogos com Porto Alegre, que percorreu bairros e vilas da capital, mostrou a carência de equipamentos e políticas multiculturais. “As idéias que estamos formulando para a cultura da cidade visam a recuperação e a atualização das ações. A SMC precisa estar aberta para abrigar a fomentar a nossa riqueza cultural, estabelecendo os vínculos indispensáveis com educação, a inclusão social, o desenvolvimento econômico, o turismo, a ciência e a tecnologia, o esporte e tantos mais segmentos complementares”, defendeu.
Entre as principais reivindicações ouvidas pelo parlamentar estão a conclusão do Complexo Cultural do Porto Seco e sua transformação em um Centro Cultural da Zona Norte, acolhendo o Museu do Carnaval de Porto Alegre e a Universidade Popular do Carnaval, que ofereceria oficinas para escultores, costureiras, músicos, bailarinos, artistas plásticos e outras atividades profissionais ligadas ao carnaval. “A revitalização deste espaço não é importante apenas para o carnaval, mas para combater os altos índices de violência registrados no local, que atingem, principalmente, os jovens negros”, ressaltou Glória Chalmez , do Centro de Referência de Estudos Afro-brasileiros.
A readequação do projeto de Descentralização da Cultura foi outro tema enfocado no debate. De acordo com o ex-coordenador do programa, Adroaldo Corrêa, as verbas disponíveis para ações de descentralização caíram de R$ 1.500,00, em 2004, para R$ 50 mil, este ano. “É fundamental recompor o orçamento deste projeto, que deve ter como marca a gestão compartilhada com as comunidades, estimulando a cidadania cultural”, frisou Corrêa. A modernização e democratização do Fumproarte – Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre, assim como a indução da economia da cultura, através do fomento à geração de emprego e renda neste setor, buscando a sustentabilidade das práticas culturais; a revitalização dos Largos Glênio Peres e Zumbi dos Palmares (ambos transformados em estacionamento); a devolução do Araújo Vianna à comunidade (não basta reabrir o equipamento) e a remodelação do Centro Municipal de Cultura também foram apontados pelos participantes como medidas prioritárias para a próxima gestão na prefeitura da capital.
Fonte: Diálogos com Porto Alegre
Nenhum comentário:
Postar um comentário