Faltando um ano e meio para as eleições para Prefeitura de Porto Alegre, sem definições de candidatos, sem o mínimo debate e acordos sobre alianças, a que(m) serve(m) as pesquisas neste momento? Colocar nomes que jamais disputarão as eleições em Porto Alegre, para que fim? Colocar nomes que podem querer disputar, mas não passaram pelo crivo do partido para quê? Deixar de fora nomes que já se colocaram claramente na disputa obedece que intenção? Estas e tantas outras perguntas são necessárias para nós que militamos na política local bem como as mesmas devem ser as do nosso eleitor.
Eu sou presidente do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre, jamais fui consultado sobre a posição do Diretório, sobre possíveis nomes a concorrer. Não estou acusando a empresa pela pesquisa que fez. Com os nomes postos pode até ser este o resultado que foi jogado para a mídia local.
O que mais apavora alguém que milita com fé e com ética na política é a grande possibilidade de que os nomes colocados na pesquisa possam ter saído das hostes de nosso partido. No entanto, comemoro o fato de que não faltaram criticas de diversos jornalistas e tantos outros órgãos de imprensa local. Sinal de que ainda existe ética a preservar e vergonha de manipulações. E para isto tivemos uma resposta à altura na Resolução aprovada por unanimidade na Comissão Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores da capital, a qual, repito, tenho o prazer de presidir. Deixamos claro que o partido local e sua direção serão os protagonistas do processo sucessório. Respeitando os debates com nossas direções superiores, nós vamos decidir com os nossos organismos de base, nosso Diretório, os 10 diretórios zonais, os inúmeros núcleos de base e as setoriais.
Eu sei que ao longo destes próximos meses seremos surpreendidos com outras tantas pesquisas como esta última, que foi divulgada recentemente, com a presença de nomes que não vão concorrer e com a ausência de nomes que sabidamente vão concorrer. É um jogo que não contribui com o processo democrático, mas infelizmente nossa sociedade em suas diversas formas de organização ainda utiliza artimanhas e jogos, às vezes sujos, para atrapalhar a trajetória de pessoas idôneas e sustentar as sabidas safadezas de outros.
Isto tudo não vai me fazer recuar de meus propósitos. Posso até não ser o candidato escolhido pelo meu PT, mas será num jogo limpo, como foi o processo que, contra todos os prognósticos, me elegeu seu presidente. Mas ninguém tem o direito de omitir de uma pesquisa o único nome colocado interna e publicamente para a disputa.
Que vença a democracia, a ética e o jogo limpo.
Adeli Sell
(artigo publicado em www.sul21.com.br)
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