sexta-feira, 8 de abril de 2011

Artigo - Pesquisas que induzem


Por Adeli Sell, especial para RicardoOrlandini.net

A que(m) servem as pesquisas eleitorais, perguntei há dias atrás num debate? A que(m) servem há 18 meses antes do pleito de 2012? E quais os critérios que os Institutos de Pesquisa observam? Quais deveriam ser e ser garantidos? Pesquisas podem ser publicadas a qualquer hora, na véspera de uma eleição? Afinal, todos(as) sabem que pesquisas induzem.

E o mais importante: quem efetivamente financia as pesquisas?

Num debate sobre Reforma Política, na busca de um Estado efetivamente republicano, estas perguntas devem ser respondidas e as questões postas resolvidas.

Do modo como as pesquisas são realizadas, divulgadas, com omissões e fantasias - sim fantasiar é colocar um nome na pesquisa que nunca será candidato ao pleito – são necessariamente indutoras do voto do cidadão desavisado. E garanto, muitos são.

O debate envolvendo o pleito de 2012 mais uma vez pode ser um show pirotécnico se não forem debatidas as pesquisas com seriedade e profundidade. Não só numa esfera de doutos, só com parlamentares, muitos com interesses claros nela, mas deve o debate permear o conjunto da sociedade.

Proibir toda e qualquer pesquisa seria um equívoco. Elas devem existir para orientar os partidos e candidatos em suas ações. Mas a sua publicação deve ter controles e amarras que não venham prejudicar ninguém, jamais induzir pessoas ao voto. Logo, temos que discutir em que períodos podem ser publicadas.
Quem deve dispor dos nomes pesquisados? Os partidos devem ser consultados? Ou será do livre arbítrio dos Institutos ou de quem paga a conta?

Com 18 meses de antecedência colocar um nome que desponta não serve para queimar pura e simplesmente este nome? Para juntar uma forte oposição ao nome bem colocado, ou melhor, em primeiro lugar, como foi o caso da última pesquisa largada na mídia local.

Colocar um nome apenas por ser conhecido, saído de uma eleição vitoriosa, mesmo sabendo que a pessoa tenha dito que não vai concorrer serve a que desígnios?

Por que nesta pesquisa da Methodus não houve pesquisa espontânea?

Por que nomes colocados em seus partidos não frequentaram as planilhas da pesquisa? É para eliminar? É para queimar? O que de fato esteve por detrás desta pesquisa? Ou estou vendo chifre em cabeça de boi? Acho que alguns pensam que os ingênuos frequentam esta terra.

Este debate deve ser amplo. Não pode, repito, ficar restrito aos partidos, parlamentares ou pela ditadura do TSE.

O povo não só deve, mas certamente quer tomar esta decisão junto.
* Vereador e presidente do PT-POA

Nenhum comentário: