Os prédios ociosos nos centros das grandes cidades precisam ser aproveitados, de modo sustentável, para a criação de habitações populares e espaços culturais. Quem afirma é o arquiteto Marcelo Gotuzzo, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da Ufrgs. Defensor da ampliação das comunidades autônomas em Porto Alegre, Gotuzzo tem projetos para geração de renda na comunidade Utopia e Luta e para o aproveitamento do “esqueleto”, como é chamado o edifício abandonado no centro da capital.
“As cidades do futuro não podem conviver com espaços ociosos nos centros urbanos. São locais com alto nível de infraestrutura, acesso a serviços e dotados de grande mobilidade”, defende Gotuzzo.
O pesquisador explica que comunidades autônomas se diferenciam de outras propostas de habitação popular porque, além da destinação para moradia, agregam centros culturais e projetos de geração de renda. “As comunidades autônomas tentam se aproximar de modelos de autogestão, fomentam atividades em todos os campos das artes, além de desenvolver projetos de geração de renda para ampliar as atividades, não para o enriquecimento individual”, diz Gotuzzo.
O arquiteto projetou uma “floresta vertical” a ser implantada no prédio do Utopia e Luta, assentamento urbano instalado em um antigo prédio do INSS no centro de Porto Alegre. A comunidade já desenvolve atividades de hidroponia no terraço do edifício, mas a proposta é ampliar o projeto utilizando o espaço ocioso acima do edifício. “A ideia é que haja um impacto visual com as paredes verdes que terão capacidade de equilibrar a umidade dos ambientes internos, possibilitando maior conforto térmico no verão, além de inibir pichações”, acrescenta Gotuzzo. O projeto também estabelece espaços para economia solidária, bem como um café, um miniauditório e um atelier.
Esqueleto
Para a revitalização do “esqueleto” da Praça XV, prédio abandonado há décadas no centro de Porto Alegre, o arquiteto defende a criação do Residencial e Centro Comunitário Autônomo Autogéré. O prédio que tem mais de 6.500 m² começou a ser construído há 60 anos e ainda está inconcluso. “O edifício tem potencial de uso nos moldes da participação coletiva. Esta grande estrutura ociosa situa-se em local de fácil acesso a todas as comunidades do grande perímetro urbano da capital”, afirma Gotuzzo. Um laudo técnico atestou a viabilidade da reutilização da estrutura já existente.
Gotuzzo ressalta que as negociações para viabilização do projeto contam com consentimento dos proprietários. “O projeto inicial prevê cerca de 100 apartamentos com com espaços internos contíguos, com possibilidade de versatilidade de arranjos, de acordo com o desejo de cada morador”, explica.
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