terça-feira, 9 de outubro de 2012
Após derrota em Porto Alegre, PT projeta mudanças
Márcio Luiz, G1 RS
Depois da derrota histórica no último domingo (7), o PT de Porto Alegre avalia o resultado das urnas e projeta mudanças. O partido fará um balanço mais elaborado das eleições no próximo dia 16, durante reunião da Executiva municipal, mas já sabe que precisará se reinventar para não ver sua estrela símbolo ser ofuscada na cidade que governou por 16 anos consecutivos.
Os 76.548 votos recebidos por Adão Villaverde representam o pior resultado do PT na capital gaúcha desde 1988, quando Olívio Dutra deu início à série de quatro mandatos seguidos do PT em Porto Alegre. Foi a terceira derrota consecutiva do partido na disputa pela prefeitura, mas a primeira sem colocar o candidato ao menos no segundo turno.
Para o presidente do PT em Porto Alegre, Adeli Sell, o momento merece reflexão. Desde a eleição de Tarso Genro, em 2000, o partido vem enfrentando declínio nas urnas. Villa teve o pior desempenho do partido desde as eleições de 1988. O número de votos obtido pelo candidato petista é quase quatro vezes menor do que a média de 304.758 votos obtida nas seis eleições municipais anteriores.
“A nossa votação foi exígua, praticamente metade do que era projetado. Isso pesa sobre nós e exige uma reflexão profunda”, constata Adeli. "Precisamos reatar os laços com a sociedade civil organizada, com os setores médios e outros segmentos. Voltar às nossas raízes", opina.
Segundo o presidente do partido, a votação inexpressiva é resultado de uma série de fatores. Adeli cita os méritos do candidato José Fortunati (PDT) – reeleito no primeiro turno com 65,22% dos votos – e a influência da conjuntura política nacional e estadual, como o julgamento do mensalão em Brasília e o conflito entre o governador Tarso Genro e os professores.
“Questões internas” também influenciaram no resultado da eleição, avalia Adeli, sem citar quais são. Outros fatores apontados para o fracasso nas urnas são a falta de renovação do quadro político do partido a desmobilização da militância. Durante a campanha, era raro avistar nas ruas da capital militantes com bandeiras ou adesivos do PT, cena muito comum em eleições passadas.
“Não vendemos nem a metade das bandeiras e adesivos que costumamos vender durante as eleições. O eleitor está mais retraído, e isso vale para todos os partidos", diz Adeli.
O resultado das eleições majoritárias se refletiu também na redução do número de cadeiras do PT na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. As sete vagas obtidas em 2008 agora são cinco. Adeli, que concorria à reeleição, é uma das duas cadeiras perdidas pelo partido no Legislativo.
Mas ao contrário do verificado na capital, o PT ganhou terreno no estado. Foi o partido que mais recebeu votos no Rio Grande do Sul, com 1.446.655, contra 1.256.931 votos do PDT e 1.054.538 votos do PMDB. O partido também conquistou 72 prefeituras, 12 a mais do que em 2008. Só PP, com 136, e PMDB, com 132, têm mais prefeituras no estado.
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