quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"A EPTC poderia mudar" - relato de um leitor

Publicamos abaixo relato de um leitor sobre os procedimentos enfrentados por ele ao ter seu carro guinchado pela EPTC por ter estacionado em local indevido. Mesmo admitindo o erro, o leitor reflete sobre as sanções previstas em lei. "O sistema te submete a um rito indigno para ter o teu veículo de volta", afirma.

"No fim-de-semana retrasado tive o meu carro guinchado pela EPTC por estacionamento em local indevido. Ao que tudo indica, embora minha postura cuidadosa e não-arrogante ao dirigir, cometi inadvertidamente o erro de estacionar em frente a uma entrada de garagem, no domingo.

A pessoa que chamou o 118, por ter sua entrada interrompida, agiu corretamente. Cometi o erro, sem intenção, mas ocasionei transtorno. Não tenho problema algum em ser autuado pela infração que cometi, está correto. Mas aí começam os problemas:

1) Quando percebi o processo em andamento, avistei os "azuizinhos" e o meu carro em cima do caminhão-guincho. Interpelei-os dizendo que sua ação estaria correta, aceitaria a multa e pagar o preço do deslocamento do guincho, mas solicitei que por favor não me deixassem sem o carro em pleno domingo. Não obtive êxito: disseram que o carro, apesar de estar na minha frente, já estava sob a custódia do depósito. São autoridades para mandar guinchar, mas aparentemente não são autoridades para devolver o veículo ao cidadão que admite o seu erro;

2) Verifiquei que não há o procedimento de colar um aviso no local da apreensão. Se o cidadão não avistar ou lhe contarem que o seu veículo foi guinchado, pensará que foi roubado;

3) Contato com 118 para saber para onde foi o carro: Av. das Indústrias. Contato com o depósito: trabalham domingo para receber os veículos apreendidos, mas não atendem para que você possa retirar o seu veículo;

4) Dia seguinte, no depósito na Av. das Indústrias: boleto para pagar, mas sem um caixa eletrônico disponível no local. Solução: ir até a agência dos correios do aeroporto pagar, local mais próximo;

5) O meu carro foi apreendido no domingo, 14hs, eu fui retirá-lo no dia seguinte, 9hs. Mas me cobraram 2 diárias, embora nem 24 hs no depósito. Lembrando que eu nem mesmo tinha a opção de retirá-lo no dia anterior, domingo;

6) Para completar minha "satisfação", o veículo estava com 2 pneus sem ar. Quem chamou a EPTC foi cidadão ao fazê-lo, mas foi moleque ao proceder a retirada do ar dos pneus. Bomba de ar para encher os pneus? O depósito não tem!  Nem suporte de qualquer tipo. Eis que tive que retirar uma das rodas, levar na mão até um posto próximo, encher com ar, e voltar para reinstalar a roda. Quem constrói o projeto básico para a concessão a depósitos que não apresentam a mínima infra-estrutura necessária?

Moral da história: você, que é consciente no trânsito comete um erro, humanamente compreensível, mas além das sanções previstas em lei, o sistema te submete a um rito indigno para teres o teu veículo de volta. Acredito que isso ultrapasse os limites do Município, e boa parte desse sistema seja gerido pelo Detran, do meu amigo Alessandro Barcellos".

Um comentário:

Carlos disse...

Caro vereador e o sr. autor do post:
Como tenho repetido várias vezes, é um problema de orientação, de política de trânsito. Há uma pré-concepção de que cidadão de POA (e do RS em geral) quando na condição de motorista é sempre mal-intencionado. Torço para que mentes iluminadas consigam influenciar positivamente a EPTC.