Na foto: residente do PT Adeli Sell, Valério Lopes, da Fegam, vereador Engenheiro Comassetto e Danilo Pickrodf, da CEF |
Wilson Valério da Rosa Lopes, presidente da Federação Gaúcha de Associações de Moradores (FEGAM-RS), Danilo Pickrodf, gerente regional de governo da Caixa Econômica Federal, e o vereador Engenheiro Comassetto palestraram sobre o tema.
As críticas versaram sobre Porto Alegre, que está se desenvolvendo urbanisticamente sem nenhum planejamento estratégico. “A cidade está literalmente se esparramando”, afirmou o vereador Engenheiro Comassetto. Segundo ele, a Capital dos gaúchos tem hoje 750 vilas irregulares. “Todos excluídos da cidadania e nós precisamos incluí-los”.
O presidente da FEGAM-RS foi além e disse que a Federação irá reforçar o pedido de mais recursos para a moradia popular, ampliação de regularizações fundiárias e fortalecimento do Conselho Estadual de Habitação. “Queremos que os programas de habitação tenham mais incidência para contemplar a população que mais precisa”, disse Lopes.
Ele também informou que a entidade luta para abrigar as famílias em áreaa centrais. “Nós que lutamos por reforma urbana não queremos que as pessoas sejam abrigadas no ‘fundão’ das cidades. Todos tem direito à cidade e direito a morar com qualidade de vida”, completa.
Outra pauta do movimento diz respeito aos despejos forçados em função das obras do PAC e da Copa do Mundo de Futebol de 2014. No Rio Grande do Sul, o movimento vai realizar audiências com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde (PT), e com o governador, Tarso Genro, para tratar do reassentamento das famílias atingidas pelas obras de duplicação da Avenida Tronco, na Grande Cruzeiro .
Minha Casa, Minha Vida
A atividade também reforçou os benefícios do programa Minha Casa, Minha Vida, uma iniciativa do Governo Federal para amenizar o déficit habitacional do país. Segundo os palestrantes, no entanto, achar que só o programa irá resolver o problema da habitação é um equívoco, pois a demanda é muito maior que a produção.
“Precisamos de parceria nos 3 níveis: federal, estadual e municipal. E o nosso Estado tem um papel decisivo para impulsionar este programa”, argumentou Danilo Pickrodf.
Dentre os gargalos citados por eles, está o elevado preço da área. “Só se coloca empreendimento na Restinga, por que lá o valor da terra ainda é acessível”, disse Comassetto. Outro problema diz respeito ao empresariado, que frequentemente desiste de bancar empreendimentos de baixo valor aquisitivo.
“Para se ter uma ideia, Porto Alegre tem hoje 54 mil pessoas inscritas para participar do Minha Casa, Minha Vida. Mas estamos produzindo apenas 5% desse montante”, alertou Pickrodf.
Do público, importantes manifestações, como o desejo de mais ousadia nos projetos do Minha Casa, Minha Vida, foram manifestados. Segundo alguns presentes, falta humanismo nos empreendimentos, que mais parecem um pátio de montadora de carros do que um conjunto habitacional.
A ausência de um trabalho social também foi cobrada pelos presentes, tendo em vista que o reassentamento não se esgota na entrega da casa. É preciso uma política de acompanhamento social. Pickrodf citou como exemplo o que ocorreu na Vila Dique. Quando a CEF foi entregar a segunda remessa de casas, as primeiras já estavam vendidas – integralmente ou parte delas. “Tivemos um caso em que a família havia vendido a escada em caracol e a substituíram por uma de madeira”, lembrou.
Por Tatiana Feldens (reg. Prof. 13 654)
Asscom PT-POA
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