Publicamos abaixo relato de um leitor sobre os procedimentos enfrentados por ele ao ter seu carro guinchado pela EPTC por ter estacionado em local indevido. Mesmo admitindo o erro, o leitor reflete sobre as sanções previstas em lei. "O sistema te submete a um rito indigno para ter o teu veículo de volta", afirma.
"No fim-de-semana retrasado tive o meu carro guinchado pela EPTC por estacionamento em local indevido. Ao que tudo indica, embora minha postura cuidadosa e não-arrogante ao dirigir, cometi inadvertidamente o erro de estacionar em frente a uma entrada de garagem, no domingo.
A pessoa que chamou o 118, por ter sua entrada interrompida, agiu corretamente. Cometi o erro, sem intenção, mas ocasionei transtorno. Não tenho problema algum em ser autuado pela infração que cometi, está correto. Mas aí começam os problemas:
1) Quando percebi o processo em andamento, avistei os "azuizinhos" e o meu carro em cima do caminhão-guincho. Interpelei-os dizendo que sua ação estaria correta, aceitaria a multa e pagar o preço do deslocamento do guincho, mas solicitei que por favor não me deixassem sem o carro em pleno domingo. Não obtive êxito: disseram que o carro, apesar de estar na minha frente, já estava sob a custódia do depósito. São autoridades para mandar guinchar, mas aparentemente não são autoridades para devolver o veículo ao cidadão que admite o seu erro;
2) Verifiquei que não há o procedimento de colar um aviso no local da apreensão. Se o cidadão não avistar ou lhe contarem que o seu veículo foi guinchado, pensará que foi roubado;
3) Contato com 118 para saber para onde foi o carro: Av. das Indústrias. Contato com o depósito: trabalham domingo para receber os veículos apreendidos, mas não atendem para que você possa retirar o seu veículo;
4) Dia seguinte, no depósito na Av. das Indústrias: boleto para pagar, mas sem um caixa eletrônico disponível no local. Solução: ir até a agência dos correios do aeroporto pagar, local mais próximo;
5) O meu carro foi apreendido no domingo, 14hs, eu fui retirá-lo no dia seguinte, 9hs. Mas me cobraram 2 diárias, embora nem 24 hs no depósito. Lembrando que eu nem mesmo tinha a opção de retirá-lo no dia anterior, domingo;
6) Para completar minha "satisfação", o veículo estava com 2 pneus sem ar. Quem chamou a EPTC foi cidadão ao fazê-lo, mas foi moleque ao proceder a retirada do ar dos pneus. Bomba de ar para encher os pneus? O depósito não tem! Nem suporte de qualquer tipo. Eis que tive que retirar uma das rodas, levar na mão até um posto próximo, encher com ar, e voltar para reinstalar a roda. Quem constrói o projeto básico para a concessão a depósitos que não apresentam a mínima infra-estrutura necessária?
Moral da história: você, que é consciente no trânsito comete um erro, humanamente compreensível, mas além das sanções previstas em lei, o sistema te submete a um rito indigno para teres o teu veículo de volta. Acredito que isso ultrapasse os limites do Município, e boa parte desse sistema seja gerido pelo Detran, do meu amigo Alessandro Barcellos".
Um comentário:
Caro vereador e o sr. autor do post:
Como tenho repetido várias vezes, é um problema de orientação, de política de trânsito. Há uma pré-concepção de que cidadão de POA (e do RS em geral) quando na condição de motorista é sempre mal-intencionado. Torço para que mentes iluminadas consigam influenciar positivamente a EPTC.
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