segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Jornalista Humberto Andreatta vira nome de praça


Solenidade ocorreu na presença de diversos amigos e familiares
Na presença de amigos, familiares e autoridades, foi realizado no último sábado (22.09) ato de descerramento da placa denominando área na Vila Nova de Praça jornalista Humberto Andreatta. O local, que até então não fora cadastrado, recebeu o nome deste profissional marcante na imprensa de nossa capital, profissional sempre comprometido com a com a ética e com a verdade.

“Betão, como era conhecido entre familiares e amigos, revelou-se um jornalista de peculiaridades especiais, que o distinguiam da maioria dos bons profissionais da imprensa do Rio Grande do Sul. Tinha uma forte inclinação para desvendar questões de fundo social, para revelar as agruras pelas quais passam os menos favorecidos, para enfrentar questões espinhosas e polêmicas, ritmando os seus belos textos e suas cruas denúncias pela cadência tantas vezes esquecida no jornalismo, que é a de contribuir com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. Homenagear Andreatta é um pequeno, mas permanente reconhecimento a uma vida dedicada ao jornalismo”, observou o vereador Adeli Sell, proponente da homenagem.

Localizada na rua Gervásio da Rosa com a rua João Francisco Barbosa, bairro Vila Nova, Zona Sul da cidade, a praça é referência importante para a comunidade. Referência de jornalismo ético, investigativo e comprometido com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária, Betão Andreatta, como era conhecido, exerceu vários cargos, de repórter a editor, passando pelas funções de redator e chefe de reportagem, sempre preocupado em revelar as dificuldades que enfrentam os setores menos favorecidos da sociedade.

História
Andreatta nasceu em 8 de fevereiro de 1950 em Sarandi, interior gaúcho, e morreu em sua casa, em Porto Alegre, no início da tarde do dia 4 de novembro de 2007, aos 57 anos.

Ainda não formado, trabalhou na TV Difusora, precursora da hoje TV Bandeirantes. Após concluir o curso de jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1975, trabalhou na Zero Hora, na Cia Jornalística Caldas Jr., no Coojornal, no Jornal do Grêmio, no Jornal O Interior, na revista Agricultura & Cooperativismo, na Folha da Manhã, no  Coojornal, no Diário do Sul, e foi correspondente das revista Isto É e Afinal e do Jornal do Brasil.

Em 1976, mereceu premiação da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) pela matéria “Documento Social: a fuga do agricultor”, no jornal Folha da Manhã. Na década de 1980, voltou ao tema e publicou com Roberto Garcez a reportagem “O Grito do Campo”, no jornal O Interior, vencedora do Prêmio Badesul de Jornalismo de 1985. Naquele mesmo ano publicou o livro “Orçamento Participativo Porto Alegre: você é quem faz uma cidade de verdade” que registrou para a história da Capital o processo de participação popular na administração da cidade.  Em 1986 publicou com André Pereira e Carlos Wagner o livro-reportagem "A Guerra dos Bugres - A Saga da Nação Kaingangue", pela Editora Tchê,  que reunia uma seleção de matérias divulgadas na Zero Hora sobre os indígenas sobreviventes nas reservas gaúchas.

Humberto Andreatta integrou a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul. Produziu, ainda, os livros “Santa Soja” e “Ponto de Vista”, de forte conteúdo social, duas belas raridades do foto-jornalismo gaúcho, feitos em conjunto com os fotógrafos Eneida Serrano, Luiz Abreu, Genaro e Jacqueline Joner.

Na foto: familiares do jornalista
Adeli entrega placa à viúva de Andreatta
Por Tatiana Feldens (reg. Prof. 13654)
Gab. Ver. Adeli Sell

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