Não possuo barco. Não sei velejar e muito menos participo de disputas de remo. Mas gosto de ver e usufruir o Guaíba, paixão que carrego há 40 anos – quando vislumbrei pela primeira vez esta magnífica paisagem do Morro Santa Tereza.
Por ter adoração pelo Guaíba quero que ele seja de todos. Por isso, defendo a melhoria do seu canal de navegação, dando mais pés para navios maiores cruzarem sua água. Também vibrei com a primeira viagem Porto Alegre – Guaíba do novo Catamarã.
Em meio aos fatos favoráveis, recebo denúncias sobre bancos de areia em vários pontos do Guaíba, colocando em risco velejadores, remadores, pescadores, entre tantos outros porto-alegrenses e gaúchos que desfrutam do nosso lago diariamente.
Mas e por que surgiram?
O Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) está realizando uma magnífica obra de saneamento, o chamado PISA (Programa Integrado Socioambiental). Teremos, no seu término, 78% do nosso esgoto tratado. Mas uma obra, por melhor e mais conveniente que seja, não pode colocar em risco pessoas e nem impedir o usufruto do Guaíba.
Não pode também representar transtornos para os usuários. Quando um buraco é aberto na rua por conta de obra viária, o obstáculo é sinalizado de acordo com norma vigente, e fechado tão logo não precise mais estar aberto (pelo menos é isso que deveria acontecer).
Entretanto, o que vemos no nosso Guaíba é justamente o oposto. Temos hoje enormes bancos de areia criados em área de tráfego intenso de embarcações sem a devida sinalização. A falta de garantias do Dmae de que irá espalhar os bancos de areia tem preocupado a comunidade náutica gaúcha.
E isso tem me atormentado também: o silêncio e o desdém dos gestores do Dmae. Pois os bancos de areia foram criados no meio do lago, não foram sinalizados conforme a norma, e não há garantia de que serão espalhados. Assim sendo, não posso me calar. Aponto, para haver solução. Não obtendo resultados imediatos, outras medidas tomarei.
Por Adeli Sell
Vereador de Porto Alegre
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