domingo, 28 de fevereiro de 2010

Construir espaços de cidadania em uma cidada dividida

Adeli Sell

Passado o Fórum Social Mundial, a pergunta que não quer calar: o que restou deste e dos dez anos de buscas por Um Mundo Melhor Possível? Indiscutivelmente, o FSM foi fundamental para os debates nos inícios deste século. No mínimo, confrontou-se com o Fórum Econômico de Davos e este, como disse o presidente Lula, perdeu muito de seu glamour.

Davos perdeu glamour porque as teses que vinham sendo defendidas furaram. O que queriam como modelo virou pesadelo com a crise econômica mundial. E o nosso FSM, no mínimo, mostrou outros caminhos, como o que foi aplicado no Brasil na gestão de Lula. E melhoramos.

Mesmo aqueles da tese "se há governo, sou contra" são forçosos a reconhecer avanços no Brasil, pós-FHC. Ninguém nega a política econômica de equilibro da moeda, iniciada com FHC, mas todo brasileiro deve chorar pelas boas empresas que ele vendeu por uma ninharia. Não temos saudosismo da época da ditadura quando havia empresas que nada tinha a ver com ações de governo. Nem achamos que o Estado deva ser dono de tantas empresas, mas privatizar por preço de banana é que não se pode concordar.

Por isso, quero buscar aqui abrir um debate sobre os espaços de cidadania numa cidade dividida.

Aqui, mais do que no resto do país, há questionamentos sobre o FSM, sobre formas de democracia participativa, como o Orçamento Participativo. Mas eu pergunto, onde foram constuidos espaços tão democráticos e participativos?

No início do govenro Fogaça, foi aberto um processo chamado de Governança. Nada obsto a outras formas de gestão e de participação. Mas o govenro atual foi deixando de lado os Fóruns de Serviços, as Plenárias de Serviços, além de a Prefeitura não ter organizado decentemente as grandes assembléias do OP, fazendo o povo penar em filas intermináveis.

A cidade vive cindida entre espaços exíguos para os transeuntes e os carros que agora já tomam calçadas. E cidade com carros em calçadas é a cidade que começa a finar.

O automóvel ocupa o grosso dos espaços de rua em detrimento da circulação de ônibus e lotações. Tudo gira em torno do automóvel. Nada contra buscar espaços de estacionamento, por exemplo, uma de minhas pautas cotidianas da Câmara. Mas como andam as paradas para quem toma ônibus? Destruídas .A parada coberta e com iluminaão e limpa é um espaço seguro e de respeito às pessoas.

Assim, grandes debates são necessários. O presidente deve ir defender nossas teses em Davos.

Temos que trazer o FSM de volta a Porto Alegre todos os anos de forma integral, com grandes debates. Mas espero que os organizadores do FSM façam esta e outras reflexões. Por exemplo, como cobrou o presidente Lula: " entre o fim deste Fórium de 2010 e o outro em 2011 na África, que tal organizar a solidariedade a Haiti".

Por isso, eu digo, temos que estar sintonizados com a tragédia de Haiti sem perder a ternura pelo nosso povo.

Nossa solidariedade e nossa ação de solidariedade e cidadania deve ser sempre global. Assim Um Outro Mundo é Possível!

Adeli Sell é vereador do PT de Porto Alegre/RS
Tel. 51-99335309
http://www.blogdoadeli.blogspot.com/

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