segunda-feira, 14 de outubro de 2013
PT-POA: Grupo volta a debater jornadas de junho
Cerca de 20 pessoas participaram na última sexta-feira (11) da terceira e última rodada de discussões sobre as jornadas de junho. Organizado pelo presidente municipal do PT Adeli Sell, as atividades tinham por objetivo colher reflexões e opiniões sobre os últimos acontecimentos.
“Não se trata de um País que cansou, muito menos de uma nação que estaria acordando agora. Trata-se de um País de novas oportunidades, com milhares de brasileiros se beneficiando dos programas Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, do crédito consignado e ingressando na sociedade de consumo. Devolvemos à sociedade uma classe que antes parecia não existir, mas que agora reivindica o direito de também dar a sua opinião”, opinou Adeli.
Primeira a falar, Laura Sito, Secretária Estadual Adjunta da Juventude do PT/RS, acredita que as manifestações em Porto Alegre iniciaram muito antes das jornadas de junho. Ela elencou os atos convocados pelo movimento Defesa Pública da Alegria contra o fechamento dos bares da Cidade Baixa, a privatização dos espaços públicos da cidade, bem como a remoção de famílias pobres para a execução de obras em função da Copa do Mundo.
Quanto às marchas de junho, quando a principal bandeira era por melhorias no transporte público, Laura sugere que como todo o processo de mobilização que não tem uma organização e uma pauta definida, um milhão de pessoas nas ruas não altera significativamente a coerção da força e a estrutura atual. “A pauta central deixou de ser o transporte público e a luta pela aprovação do Projeto de Lei - protocolado após a invasão da Câmara Municipal – e isso levou a uma dispersão da pauta política”, criticou.
Na sua avaliação, entretanto, houve uma disputa ideológica favorável ao PT e seus respectivos governos. “A aceitação do programa Mais Médicos e o êxito na disputa da opinião pública sobre a Reforma Política são exemplos claros disto”. As marchas de junho também desencadearam um processo de aprendizagem muito grande sobre como lidar com esta nova forma de organização. “Foi um processo positivo para o Brasil, pois conseguimos trazer novos atores sociais para o debate e fazer cair por terra a ideia de que éramos uma geração bundona. Hoje, a prioridade é a disputa de corações e mentes para além das formas tradicionais e que estamos acostumados”, considerou.
Gustavo de Mello, Superintendente estadual da FUNASA e militante histórico do PT, disse ter ficado tomado de ceticismo, descrença e certa desconfiança com alguns episódios. “Perdemos o rebolado nas jornadas de junho. Muitos achavam que era um golpe que estava sendo orquestrado, a exemplo de 1964. Talvez não haja algo mais positivo e rico do que a ida às ruas do povo brasileiro, mesmo desse jeito, desorganizado, enfurecido, feliz e vibrante”.
Mas, é preciso ter cuidado, segundo Mello, pois o capitalismo brasileiro tem uma grande tarefa no momento: derrotar o PT. “Vamos precisar de um partido muito mais vivo e com mais maturidade”, opinou ao acrescentar que o tema da violência levou para as ruas uma classe média assustada. “Não podemos ficar perplexos. Era natural que isto aconteceria conosco. Esse mundo caótico e que vomita um político corrupto por dia não poderia mais contar com a simpatia da juventude”.
Participaram do almoço o ex-vereador Darci Campani, o vice-presidente municipal Rodrigo Oliveira, os militantes Lúcio Uberdan e Robério Garay.
Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA
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