Isabelino Garcia dos Santos, do Siticepot, criticou a condução partidária e afirmou que o movimento sindical está abandonado no PT. Ele recordou com saudades das grandes passeatas e movimentos que ocorriam na década passada. "Mobilizávamos centenas de pessoas, hoje isso ficou no passado", lamentou. Santos acredita que a mudança ocorreu após o partido assumir o governo federal. "Grandes lideranças nossas saíram dos sindicatos para integrar o governo federal e isso enfraqueceu o movimento", opinou.
Apesar de tudo, o presidente do Siticepot acredita na força do movimento sindical. Citou como exemplo o sucesso obtido durante a paralisação das obras da Arena. "Com apoio da CUT e dos deputados estaduais, em especial o Raul Pont, e do vereador Adeli Sell conseguimos anular a ação do Sindicato da Construção Civil de Porto Alegre", comemorou. "Trata-se de um trabalho árduo, mas competente", emendou ao afirmar que o Rio Grande do Sul é um dos poucos Estados que ainda consegue anular ações dos Sindicatos da Construção Civil. "Isso mostra que a administração petista, orientada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), tem dado certo".
Segundo a falar, Celso Woyciechowski acredita que não se pode dissociar o PT do Movimento Sindical ou da CUT. "No mundo do trabalho foi onde ocorreu a maior evolução, é onde encontramos os elementos mais desafiadores", disse ele, "e o movimento sindical não acompanhou essa evolução com a mesma velocidade na organização sindical. Se na década de 80 falávamos das necessidades básicas, como as comissões de fábrica regularizadas e sindicatos organizados, com estatuto e legislação devida, vemos que não avançamos, muito pelo contrário, seguimos sem tê-los". Woyciechowski acredita que em 30 anos de história do PT, o movimento sindical permaneceu o mesmo. "Nós dirigentes sindicais precisamos olhar com muito rigor para as necessidades e levantar novas bandeiras".
Quadros expressivos
Os debatedores apontaram como uma das causas do enfraquecimento dos movimentos sindicais a ida dos dirigentes para o comando do nosso país. "Hoje eles ocupam os principais espaços de gestão do Estado e da Nação", apontou Woyciechowski. Segundo ele, falta a necessidade de formação permanente e continuada. "O espaço que o movimento sindical perdeu precisa ser retomado, através da reformulação política. O PT precisa voltar a namorar o movimento sindical e vice-versa. É dessa forma que nós vamos reorganizar o que nós deixamos de construir e vamos dar elementos de reformulação de uma política que dê consistência ao movimento sindical do país", finalizou.
Representando a classe bancária, Juberlei Baes Bacelo parabenizou a iniciativa da agenda. "Trata-se de um momento que no mínimo nos remete à reflexão, sem entrar no mérito das eleições recentes", pontuou, acrescentando que a reflexão deve ser conjunta: do partido e do movimento sindical.
Juberlei também lamentou a ausência de novos quadros políticos com visão de classe, combinando ação sindical com política. "Cresce uma onda anarquista na sociedade, onde muitos acreditam que o sindicato não deveria se envolver com o partido. Precisamos mudar este conceito e organizar um movimento que volte a priorizar a formação política e produzir quadros que disputem a consciência da classe trabalhadora", observou.
Novos debates serão realizados pelo partido nos próximos dias, com parceria do Setorial Sindical.
Participação Popular
Cerca de 50 pessoas acompanharam a atividade, dentre elas militantes da área sindical, do GHC e da Setorial de TI do PT. O diretor geral do Daer, Francisco Thormann também esteve presente.
Na próxima sexta-feira (16.11), não haverá atividade. Ficou agendado para o dia 23 de novembro almoço com o secretário estadual do Planejamento João Mota. Na pauta, participação popular no Governo do Estado. Adesões com Fátima Hasan pelo telefone 3211 4888 ou através do e-mail secretariaexecutivaptpoa@gmail.com
Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA
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