sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Artigo - Onde está o nosso mobiliário urbano?
Pensem nos pontos de táxi, paradas de ônibus, guaritas, sanitários, telefones públicos, lixeiras, placas de sinalização e outros equipamentos que integram o paisagismo e a acessibilidade urbana de Porto Alegre. São atrativos sob o ponto de vista da estética, conservados e acolhedores? Não me parecem.
Nosso mobiliário urbano degradou e ruiu. As paradas de ônibus, em sua maioria, estão em condições precárias, com manutenção deficiente, enferrujadas e vandalizadas. Já tivemos bons exemplos no passado, que além da beleza garantiam segurança por causa da iluminação trazida pela publicidade. Mas há mais de oito anos cessou a concessão e nada foi feito para que pudéssemos ter paradas uniformes, com cobertura, garantindo abrigo e conforto.
As deficiências de projeto também chamam atenção: não há uma padronização no design. Há dias constatei pelo menos sete tipos diferentes de paradas de ônibus. Pode não parecer importante isso num primeiro momento, mas um projeto global significa padrões de sinalização, segurança e ergonomia. Algumas sequer possuem um apoio para descansar o corpo. E pouquíssimas informam sobre as linhas de ônibus que ali passam.
Sem contar os demais elementos do mobiliário. Os totens para afixar eventos e campanhas da Prefeitura, por exemplo, também estão sucateados, mais parecem “troncos” fantasmas na selva urbana. Temos que visualizar além. Nosso mobiliário urbano deve ser, além de funcional, belo, pois a estética urbana é também um alicerce de auto-estima cidadã.
Ainda temos bancas de jornal daquele velho tipo dos anos 70, as amarelinhas. Deveríamos ter modelos modernos, como aqueles que conseguimos introduzir no Centro Histórico em 2003 quando fui titular da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio – SMIC. Apesar da Lei das Bancas de Chaveiros já ser velha, apenas agora as novas estão sendo colocadas em escassos pontos da cidade. Por que tanta demora?
A cidade cresceu, e mesmo assim diminuíram os banheiros públicos. Continuam como sempre: caindo aos pedaços. Infelizmente, nossa cultura não tem ajudado em nada na evolução destes equipamentos tão necessários numa cidade civilizada.
Por que não termos quiosques em praças e parques? Modelos especiais, com limites, encontrados também em qualquer parte do mundo. Mas aqui o agente público prefere manter o velho “trailer” no Parque Marinha do Brasil, por exemplo.
Se isto já são problemas, agora eu pergunto, por que não colocar o protótipo de Parada de Táxi, ofertado pela Associação do Aço? Qual a dificuldade? Finalmente, aqui na Câmara, há exatos vinte meses nos foi prometido uma nova licitação e até agora nada aconteceu. Afinal, onde está (mesmo) nosso mobiliário urbano?
Adeli Sell
Vereador
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