segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Artigo - O que elege? Quem se elege?


Por Adeli Sell

Se você pensou logo de cara: “trabalho e dedicação às Entidades Públicas”, pasme, nem sempre é assim. No último pleito, Brasil afora, vimos que ainda existem práticas condenáveis no cenário eleitoral e que os elementos para a vitória nas urnas às vezes cheiram a fumaça.

As relações comunitárias e de base, em alguns casos, sucumbiram ao frívolo jogo de eventos populares e trocas de favores. As dobradinhas galeto e placa; asfalto e churrasco; cartaz e festa ainda não foram superadas pela campanha nas redes sociais ou pela boa militância corpo a corpo, cuja estratégia é a troca de ideias.

Mas as mazelas não são unilaterais. É um período de muita produção gráfica, intenso gasto publicitário e promocional. Profissionais liberais e empresas do setor produzem como nunca. Enquanto fecham arte de um candidato, alguns esbravejam “eu odeio política. Não preciso dela”. Pois bem, caro leitor, vamos falar sobre isso.

A quem serve um financiamento privado das campanhas? Por que é mais simples doar sem declarar e usar sem prestar contas? A esta altura vocês já podem estar calculando quanto custa para fazer a placa de sua loja e quanto deve ter custado um caminhão de placas e cavaletes que redecoraram a cidade no último período. Muitos destes famosos das calçadas declararam gastos pífios, apesar da grande estrutura eleitoral. Anúncios em capa de jornal, carros de som e eventos. Um grande número de artifícios que, ruidosamente, calam o diálogo e não permitem a discussão. Quem ganha com isso?

Contabiliza-se em ‘rádio corredor’ que alguns candidatos tiveram mais de mil muros pintados na cidade e isso, por certo, não devem estar lançados na prestação de contas. Mas se é possível auditar, porque não confrontar os relatórios de despesas? Quem ganha em cegar?

Candidatos com rostos fixados em tapumes de obras e até, ilegalmente, em bares. Tudo isso fez parte do mais recente pleito municipal, enquanto parte do eleitorado se organizou em rede, nos espaços de trabalho colaborativos, em coletivos sociais.

Mas a campanha, infelizmente, ainda não se modernizou. Talvez este contraste aumente o coro dos que dizem viver sem política. Mas todos reclamam e poucos querem falar sobre o tema. Precisamos falar sobre eleições. Quem quer?

Enquanto alguns calam, eu sigo sendo um rebelde. Um rebelde com causa. Minha causa é o trabalho, a ética e a coragem.

*vereador e presidente do PT-POA

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Vereador a fiscalização e de mentirinha...a prestação de contas e d mentirinha...alguns POLITICOS SÃO MENTIROSOS, OUTROS COMPRAM VOTOS...E A JUSTIÇA NAO ESTA NEM AI PARA ESTA BANDALHA...va em frente meu Vereador.- jader martins.-