quarta-feira, 9 de junho de 2010

PELA LEGALIZAÇÃO DOS JOGOS NO BRASIL

050ª SESSÃO ORDINÁRIA – 07JUN2010
(Texto sujeito a alterações, devido à revisão do orador.)
(Sem revisão final.)

COMUNICAÇÕES

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Engenheiro Comassetto.

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, quero saudar o Ver. Carús que assume, aqui, no lugar do Ver. Haroldo de Souza que, inclusive, seria importante a sua presença por ocasião da minha fala nesta tribuna. Mas eu quero falar para alguns colegas que têm se pautado por discutir as questões das legalidades e das ilegalidades neste País.

Eu quero começar falando de uma das grandes hipocrisias que existem no País. Eu tenho lido, ultimamente, nos jornais, em grandes manchetes, o desbaratamento de bingos, de casas de jogos, e aí vem a seguinte pergunta, Ver. Bernardino: e o jogo do bicho que existe desde a década de cinquenta e não acontece nada? Ver. Braz, eu leio essas manchetes nos jornais e me pergunto: se a Caixa Econômica Federal, que eu defendo como uma instituição pública a serviço do povo e que faz um bom trabalho, é uma instituição que faz jogatina lícita, legalizada, de manhã, de tarde, de noite, de madrugada, por que não se legalizam os jogos no Brasil?

Alguns me criticam dizendo que o jogo vicia; nós acabamos de ouvir que o cigarro vicia; e há outras coisas que viciam como, por exemplo, a bebida. No caso do jogo, a ludopatia, o alcoolismo são doenças que devem de ser tratadas, porque, inclusive, tem pessoas que são viciadas no trabalho: para os ingleses é o workaholic, que é uma pessoa que está embebedada de trabalho, meu caro Brasinha. Agora eu pergunto: por que em alguns momentos vemos uma casa de jogos aberta, todo mundo sabe, e a Polícia não faz absolutamente nada? Eu, inclusive, já pedi reuniões com o 9º Batalhão, com o 11º Batalhão e com o 20º BPM, porque eu tenho provas contundentes de que, pela manhã, se passa para pedir bola, para pedir pedágio para jogos, nos botecos da vida, com aquelas maquininhas, que essas, sim, a maioria não tem controle. Em Santa Catarina o jogo foi legalizado estadualmente e havia controle. Aqui não há controle, e no Brasil não há mais controle, porque não foram legalizados os jogos.

Por isso, aproveito este espaço de Comunicações para dizer que vou continuar lutando por uma Cidade legal, por um Estado legal e por um País legal. Mas quero que legalizem os jogos, porque aí vou poder cuidar de quem é ludopata, de quem é doente, aí vou poder controlar as máquinas, vou poder controlar o bingo. Eu passei em uma comunidade de igreja, na semana passada, e em um cartaz estava escrito: “Domingo, Bingo Festivo”. Então, a igreja não pode fazer ou faz e tudo bem, e as casas de jogos que, muitas vezes, são fechadas, sim, porque hoje não têm base legal. Mas pergunto: o que é feito, por exemplo, em algumas casas noturnas que o Cecchim, como Secretário, fechou; que o Adeli Sell fechou quando era Secretário; e que o Valter, como Secretário, está fechando? Mas, no dia seguinte, conseguem liminares e praticam ilegalidades, a começar com o debate que fizemos hoje, pela manhã, na Rádio Gaúcha, aqui em Porto Alegre, no programa Polêmica, do Lauro Quadros, sobre estacionamento ilegal na frente da sua instituição, com flanelinha de luxo, que chamam lá de wallah. Isso é tão ilegal quanto o jogo no Brasil.
Se quisermos ter um País decente, um País com moralidade, onde se possa cobrar, Ver. João Dib, é preciso legalizar os jogos no Brasil, acabar com a hipocrisia, acabar com a possibilidade da mordida do policial corrupto. E é por isso que vou procurar todos os órgãos da Polícia, porque vou dar, local por local, onde está havendo a “chupação de dinheiro” dessas pessoas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

Um comentário:

Jean Scharlau disse...

Caro e combativo Vereador Adeli, Acho a atividade da CEF, promovendo loterias, uma forma saneadora social, para satisfazer ou amenizar, com o mínimo custo individual o ímpeto lúdico-ilusório de uma grande quantidade de pessoas. O jogo do bicho seria o máximo a ser 'tolerado', talvez também como uma atividade saneadora alternativa à oficial e deve ser mantido como contravenção.

Agora, a existência de lugares onde as pessoas podem ou sejam convidadas a entrar e permanecer e onde lhes é facilitado ou induzido um transe lúdico-ilusório, onde é comum que muitas não saiam até que estejam completamente 'depenadas', isto deve ser totalmente proibido, por uma questão principalmente de saúde pública, e também de segurança pública.

Nos casos das loterias da CEF e do jogo do bicho, o caso é muito diferente, porque ninguém ficará o dia inteiro enfurnado em uma lotérica ou boteco apostando e perdendo o dinheiro de que necessita. A pessoa faz os seus jogos e vai cuidar da sua vida, vai trabalhar, vai estudar, ou o que seja. Por isto acho que esses jogos podem, e até devem, ser tolerados. Os outros, em casas de jogos ou botecos com máquinas caça salários, não.