terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cidade legal X cidade ilegal: O novo ‘point’ dos camelôs

Com relato de Marcelo Bumbel, blog Porto Imagem

Estou morando no Bom Fim há alguns meses, e passo na Osvaldo Aranha (a primeira quadra partindo da esquina com a Felipe Camarão) quase todo os dias. Tenho a impressão que a cada semana tem um camelô novo tomando posse de um pedaço da calçada. Alguns já estão ali há tempos, então presumo que tenham licença para estar ali? SMIC, estou correto? Justo ali em uma zona da cidade que deveria ter mesas e cadeiras nas calçadas, não caixotes e tabuleiros de papelão.

E mesmo se eles já tem direitos adquiridos, poderiam receber uma padronização e toldos uniformes, ou pequenos quiosques. Deste jeito parece uma calçada de Bombaim.









Reproduzimos o relato acima para refletir um pouco sobre este cenário de Porto Alegre, onde a cidade legal vive um enfrentamento permanente com a cidade ilegal, a cidade dos ilícitos, basta ver as fotos acima, tiradas em apenas uma rua da cidade.

Não se trata apenas de camelôs e vendedores ambulantes. É um bar aberto sem licenciamento prévio, porque naquela região é impossível ter esse tipo de equipamento, mas opera graças à lentidão burocrática e às facilidades dos meandros da legislação, dos cochilos do Judiciário; um sujeito que tem um ferro-velho que não é uma empresa ilegal, mas vende produtos de desmanches ilegais, sendo na verdade uma fachada para comercializar produtos receptados.

Estes são alguns exemplos do ilegal que devem ser combatidos com unhas e dentes. É preciso conscientizar o cidadão que essas práticas contribuem para destruir o comércio legal e a cidade como um todo, pois são pontas onde o ilegal assume fachada legal, onde o roubado vira produto adquirível.

O ilícito é incompatível com a ética da boa conduta e, inclusive, com o Estado democrático de direito. As leis contribuem para que se estabeleça a confusão que permite a um indivíduo operar num certo nível de ilegalidade, e a falta de fiscalização é o grande nó que leva à reprodução dessas práticas.

Por isso precisamos de leis claras, de fácil compreensão; de um Estado menos burocrático e mais dinâmico, com condutas claras e republicanas e, finalmente, de uma forte fiscalização para o combate dos ilícitos, grandes e pequenos, da empresa de fachada ao camelô que monta um papelão com bugigangas nas ruas centrais de Porto Alegre. 

Adeli Sell
Vereador e presidente do PT-POA

3 comentários:

Anônimo disse...

Faço parte de um grupo de moradores do Bom Fim que questionou todos os vereadores e SMIC a respeito desses vendedores ambulantes. Palavras ao vento...
Ditos vendedores obstruem a passagem dos pedestres, a visão de quem quer tomar, ônibus/lotação. Os cadeirantes passam trabalho. Ora eles estão de um lado da calçada ora de outro. Na Felipe Camarão tomaram conta dos dois lados da calçadas com bancas e cadeiras. E o povo que paga a conta...QUE SE LIXE!!!!!!
QUE VENHA 2012!!!!!!

Anônimo disse...

Não só acontece na Oswaldo Aranha, mas também nas transversais, como nas ruas Giordano Bruno e José Bonifácio. O bric - mercado das Pulgas/Artesanato está descaracterizado. A feira de artesanato que acontece aos domingos está dominada pela venda de produtos indianos/chineses. Tudo pelo social... segundo o Sr. Secretário da SMIC. Essa feira, outrora ponto turístico, virou uma muvuca.
Idem os corredores do Trensurb.
Vereador Adeli, não seria o caso de aumentar o espaço do camelódromo do centro?

Anônimo disse...

As fotos postadas por este cidadão estão bonitas. A calçada até parece que foi lavada.
Nós, que transitamos diariamente aqui,sabemos bem o que ir ao trabalho num dia chuvoso. Não bastasse os camelôs, ainda temos que desviar das poças de água que se acumulam nas calçadas irregulares/esburacadas.
Dane-se o contribuinte.