Se depender do diretório metropolitano, o PT vai com candidato próprio nas eleições de 2012 em Porto Alegre. E com a bênção da direção nacional do partido. Segundo o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a ideia da sigla é ampliar o número de prefeituras petistas a partir do ano que vem, o que passa pela reconquista de algumas cidades estratégias – Porto Alegre no topo da lista. Mas ele deixa o processo de alianças em aberto, reafirmando a posição do PT local de dialogar com partidos da base aliada do governo Tarso Genro.
“O nosso diretório (municipal) já tomou a decisão de lançar candidatura própria mas queremos deixar claro também que essa candidatura deve dialogar com os partidos que compõem a base de sustentação do governo do companheiro Tarso Genro”, afirma Rui Falcão.
Rui Falcão faz palestra na Câmara de Vereadores neste sábado (12) e aproveitou a visita a Porto Alegre para “conversar diretamente” com os atores principais da corrida pelo Paço Municipal. Encontros foram agendados com representantes gaúchos do PT e de partidos da base aliada, como o atual prefeito José Fortunati (PDT), que deve concorrer à reeleição, e Manuela D’Ávila (PCdoB). A ideia é tirar a temperatura da disputa por Porto Alegre e afinar o discurso com os aliados – mas sempre deixando claro que o PT quer ser protagonista. Rui Falcão se reuniu também com o presidente do PT de Porto Alegre, Adeli Sell.
Falcão admite que o apoio a candidatura de outros partidos é tática prevista para alguns grandes municípios brasileiros – como no Rio de Janeiro, onde o PT tentará ser vice na chapa de Eduardo Paes (PMDB) à reeleição. Mas a visão a respeito da capital gaúcha não encaixa nesse panorama. “Temos lideranças o bastante para pleitear, com um bom nome, a prefeitura de Porto Alegre”.
Rui Falcão está ciente de que alguns setores gostariam de ir ao lado de Manuela D’Ávila (PCdoB), mas garante que o diretório municipal está convicto em lançar um candidato. “Assim como Manuela pleiteia desde já a prefeitura, o PT também fará isso. Mais para frente, podemos convergir ou não”, diz Rui Falcão.
O presidente nacional do PT garante que não veio, ao menos por enquanto, para uma discussão em torno de nomes. “Estamos a mais de um ano da eleição. No momento, há postulantes”, diz. “O que existe, no momento, é a disposição de marchar com nossa própria candidatura. Não há precipitação da nossa parte. Não vamos chegar dizendo que teremos com certeza um candidato em novembro ou algo assim”.
Nada impede, porém, que a conjuntura nacional mude os rumos da eleição em Porto Alegre – para um lado ou para outro. “Você tem que abrir o quadro nacional também. Daqui a pouco o PCdoB pode dizer que vai apoiar o PT aqui (em Porto Alegre), mas vai querer apoio em Caxias do Sul ou em Contagem (MG). Isso passa por um diálogo nacional, e isso é legítimo da parte de todos os partidos. Do mesmo modo que o PT quer crescer nessa eleição, o PCdoB, o PSB, o PMDB também querem. Ninguém entra na eleição para encolher”.
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