A vaia da “torcida brasileira” à presidente Dilma Rousseff na partida de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, no último sábado, traz à tona a pergunta: a quem não interessa a Copa?
Geralmente assistimos a espetacularização em torno da dúvida levantada pela mídia conservadora e absolutista de que a Copa não deveria ser sediada pelo Brasil, pois há inúmeras questões sociais que ainda não foram resolvidas e que o desperdício do dinheiro público na construção de estádios é vergonhoso.
Vejo, diariamente, nas redes sociais, uma parcela da população que, por ignorância ou por medo das políticas de igualdade social que o País vem desempenhando nos últimos dez anos, manifestar sua “indignação” pela realização da Copa no Brasil.
Gostaria de lembrar ao povo brasileiro que, em 30 de outubro de 2007, quando a FIFA anunciou o Brasil como sede do Mundial de 2014, todos estavam na torcida pela vitoria naquele pleito internacional. A mídia, aquela que encabeça o levante da população contra o evento, é um dos setores que mais lucrará com ele. Os valores e número de pessoas envolvidas com o futebol no Brasil chegam ambos à casa dos milhões. Milionárias também são as cifras ostentadas pelo mercado midiático. Assim como o futebol, a mídia possui uma importância social que supera largamente a dimensão do “reclame” e dos segundos em que produtos são anunciados e notícias são veiculadas. O dinheiro proveniente da veiculação dos anúncios sustenta toda a mídia: cada emissora de rádio, jornal, revista ou rede de televisão “comerciais” depende, para sua sobrevivência no mercado, da chamada “verba publicitária”.
Destaco, ainda, a aqueles brasileiros, que a realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 deverá provocar um impacto de R$ 183,2 bilhões na economia brasileira, segundo o BNDES, instituição oficial responsável por financiar boa parte das obras para receber o maior evento do futebol mundial. O valor estimado equivale a quase 6% de toda a riqueza produzida no país em 2009, quando o PIB somou R$ 3,143 trilhões. Somente na área de turismo, a expectativa é receber ao longo do evento 600 mil estrangeiros e movimentar outros 3,1 milhões de brasileiros pelas cidades-sede do torneio.
Contudo, ainda podem argumentar: mas e daí? Falta educação, saúde, moradia, saneamento. Pois é, mas eles devem estar desinformados.
O Minha Casa, Minha Vida entregou 4,2 milhões de moradias até abril deste ano. O financiamento habitacional corresponde a 32% dos R$ 557,4 bilhões em investimentos de infraestrutura logística, social e urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) até junho de 2013. Desde 2011, foram contratados R$ 178,7 bilhões para aquisição, reforma ou construção de novas moradias. Segundo o governo, que apresentou hoje (10) o sétimo balanço do PAC 2, o valor é 35% maior que o previsto para o período e beneficiou mais de 1 milhão de famílias.
Na questão Água e Luz para Todos, o PAC 2 resultou em 390 mil ligações de luz elétrica, atendendo a 1,56 milhão de pessoas que vivem no campo, em assentamentos da reforma agrária, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas. De acordo com o governo, quase 40% dessas pessoas são beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria.
Na área da Comunidade Cidadã, que prevê investimentos em áreas sociais, como saúde, educação, esporte, cultura e lazer destinados à população dos centro urbanos, foi contratada a construção ou ampliação de 7.557 unidades básicas de Saúde em 2.776 municípios de todos os estados, ao custo de R$ 1,1 bilhão. Cerca de 15% das obras já foram concluídas e 28% estão em andamento. Com R$ 469 milhões investidos, também foram contratadas 269 unidades de Pronto-Atendimento, que, segundo o governo, oferecerão serviços de saúde a 33 milhões de pessoas.
Na educação, o PAC 2 contratou a construção de 3.123 creches e pré-escolas em 1.606 municípios de todos os estados, com investimentos de R$ 3,6 bilhões. Metade das obras está em andamento ou concluída. A estimativa é que meio milhão de crianças sejam atendidas. A construção de creches e escolas é uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff, aquela que foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, na área de educação.
Então, povo brasileiro, acho que a Copa só não interessa àqueles que não desejam o crescimento e a visibilidade do nosso País. Aqueles que por questão política, principalmente, não quer deixar a gente ver que a realização da Copa é um excelente negócio. Além de turismo, investimentos em espaços que abrigam o esporte mais popular da nossa terra, e uma avalanche de negócios para o comércio e a indústria brasileira, temos a chance de mostrar ao vivo as belezas naturais e a receptividade do nosso povo a todos que aqui chegam. Não vamos reproduzir inverdades e agressões só porque não temos o mesmo entendimento político. O Brasil tá crescendo a olhos nús. Só não vê quem não quer.
Silvana Barletta
Coordenadora de Comunicação
Prefeitura de Torres
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