Recentemente, lancei um livro chamado PORTO ALEGRE, A MODERNIDADE SUSPENSA, alertando para o dilema vivido pela nossa Capital que nasceu e cresceu moderna e ousada, mas com o passar do tempo se transformou numa cidade cinza, acanhada arquitetônica e urbanisticamente, com graves problemas na sua estrutura.
Com o advento da revitalização do Cais Mauá, que finalmente saiu do papel, podemos estar iniciando uma virada. Podemos estar, eu disse, por que para que isto aconteça de fato, é preciso, antes de mais nada, acabar com alguns equívocos ainda permitidos nas imediações do lago, como o "bar" flutuante, que além de ilegal, é uma afronta estética.
Temos que, outrossim, tirar todas as barreiras que nos impedem de ter acesso ao lago Guaíba. Vamos começar trocando aquelas barraquinhas dos 21 ambulantes legalizadas ali ao lado do Gasômetro por quiosques que se assemelhem ao modelo do Rio de Janeiro, mas que ao mesmo tempo sejam melhores e mais modernos.
Na Rótula das Cuias, no Setor 5, temos que resgatar um projeto da gestão de João Verle que propunha uma marina pública, um pub e outros equipamentos adequados àquele espaço.
Da desembocadura do Dilúvio até o parque Gigante temos talvez uma das maiores afrontas à paisagem urbana na cidade. Foi plantado, sabe-se lá porque, um paredão de maricás que impede o acesso direto às águas e à visualização do espelho d’água. Não se trata de árvores para preservar, são uma praga exótica que devem dar lugar a uma arborização natural e a equipamentos que façam com que as pessoas possam circular pela Orla com segurança, iluminação, tendo acesso a cafés, pubs, locais de serviços, etc.
Para que não fiquemos só na festa do Cais, temos que começar uma campanha pelo resgate de nossos monumentos, suas restaurações e manutenção, a começar pela Monumento a Júlio de Castilhos. Atacar veementemente a pichação e seus detonadores, fazendo ações conjuntas das polícias e da Guarda, para prender e punir todos os tipos de vândalos que picham, detonam paradas, derrubam sinais de trânsito, defecam ou urinam nas ruas. Isto é um traço de incivilidade que tem que ser combatido sem tolerância.
Não podemos esquecer nossos prédios fantasmas, recuperados como a Confeitaria Rocco, mas que está entregue às baratas e aos ratos. Sem contar o prédio que ameaça desabar na Riachuelo com Marechal Floriano, cujo dono deveria ser preso por atentar contra a vida das pessoas. E o famigerado Esqueleto, prédio iniciado em 1965, na também Marechal Floriano, com Praça XV, entre outros.
É hora de ousar. E estamos começando com o Cais Mauá. Mas para modernizar Porto Alegre temos muito mais a fazer.
Adeli Sell
Vereador e Presidente do PT-POA
Um comentário:
Prezado vereador,
Gostaria que informasse o porquê de chamar o Guaíba de lago? Que se saiba, o topônimo RIO é oficial, ditado por lei. RIO GUAÍBA.
Postar um comentário