sexta-feira, 23 de outubro de 2009

METAS DO MILENIO

Jornal do Comércio, Porto Alegre, RS


Notícia da edição impressa de 23/10/2009

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=10830



Santagada pede a prefeitos que divulguem as metas do milênio



Cláudio Isaías





Santagada diz que piores números são em saúde e saneamento Foto: Fredy Vieira



Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), são desconhecidos por grande parte dos prefeitos dos 496 municípios gaúchos. A constatação é dos integrantes do comitê Nós Podemos RS que nesta quinta-feira discutiram o estudo realizado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) sobre as metas estabelecidas pela ONU. Caso os gestores municipais continuem com este desconhecimento, o Rio Grande do Sul não atingirá, até 2015, as metas estabelecidas para a redução da extrema pobreza e da fome.



O sociólogo da FEE Salvatore Santagada diz que o diagnóstico realizado nos 496 municípios do Rio Grande do Sul entre 1991 e 2005 aponta que 11 das 18 metas não apresentaram resultados favoráveis. "Mantida a tendência, não serão atingidos os objetivos propostos pelas Nações Unidas daqui a seis anos", comenta. Em outros cinco objetivos, as cidades gaúchas têm bom desempenho e estão a caminho de alcançá-los. Apenas dois indicadores tiveram a classificação de meta atingida: proporção entre homens e mulheres no Ensino Fundamental e relação entre homens e mulheres alfabetizados com idade entre 15 e 24 anos.



Os piores desempenhos nas cidades gaúchas estão relacionados à saúde e ao saneamento básico. Dos oito aspectos avaliados nestas áreas, apenas o que se refere à diminuição de residências sem acesso a uma fonte de água ligada à rede geral está classificado na situação a caminho de atingir a meta.



Os demais (mortalidade de crianças menores de cinco anos; mortalidade infantil; mortalidade materna; incidência de Aids entre mulheres de 15 a 24 anos; incidência de Aids por município; mortalidade ligada à tuberculose e casas sem acesso à rede de esgoto) registram avanço lento, nenhuma mudança e até mesmo retrocesso. "A saúde e o saneamento tiveram um decréscimo muito grande nos municípios", comenta Santagada.



O economista da FEE Hélios Puig Gonzalez diz que apesar do quadro preocupante, o estudo mostra que é possível, com pesados investimentos do poder público, chegar em 2015 com todos os municípios atingindo as metas.



Para mudar este quadro, os integrantes do comitê pretendem marcar uma reunião com o presidente da Federação das Associações de Municípios (Famurs), Marcus Vinícius Vieira de Almeida, para que a entidade faça a divulgação das propostas entre os novos prefeitos que assumiram em 2008. A coordenadora de assistência social da Famurs, Nádia Ferraz, explica que o maior desafio é fazer com que as prefeituras conheçam as propostas. "Temos que articular com o comitê como será feito o acesso dos municípios às propostas das Nações Unidas", destaca.




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