segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mulheres no hip hop multiplicam cultura

Reproduzo abaixo a carta de intenções da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, um importante movimento que busca incentivar a cultura no país. 

PROPOSTAS DAS MULHERES NO HIP HOP PARA UMA SOCIEDADE MAIS IGUALITÁRIA

Nos dias 05, 06 e 07 de julho de 2013, ocorreu o III Fórum de Mulheres no Hip Hop no Espaço Ação Educativa, município de São Paulo. O Fórum contou com participação de diversas mulheres ligadas a cultura Hip Hop com grande representatividade nacional, movimento de militantes femininas e participação de representantes da Secretaria de Cultura do Município e Estado de São Paulo.

Durante o Fórum, ocorreram amostras de vídeos documentários, roda de discussões, oficina para o livro Perifeminas II e graffiti, apresentações artísticas e festa de confraternização, além de palestras, rodas de conversas e debates com temáticas referente a questão de gênero, panorama do Hip Hop e a presença da mulher dentro da cultura. Foram também definidas novas propostas para ações das mulheres no Hip Hop dentro dos Estados. Por fim, foi redigida a CARTA DE INTENÇÕES que será ferramenta de luta das mulheres e encaminhada a todos os poderes, em diversas esferas.

1 - Aprovação de lei em todos os entes federativos (Município, Estados, União) que determine a participação artística feminina em eventos culturais realizados e garanta a participação de 50% das mulheres em eventos que contemplem o Hip Hop, no quais normalmente tem participação majoritária masculina;

2 - Pleito de cadeira para representação em qualquer área junto a Secretaria de Cultura, e ou ações para desenvolvimento de processos ou projetos, há que se considerar a participação da mulher no Hip Hop, fortalecendo a equidade de gênero e promovendo a inclusão efetiva nos espaços de poder e de decisão. (Adendo - Representantes integrantes da cultura nos CEUs, subprefeituras, Secretaria de Cultura, respeitada a equidade de gênero e representação com acessibilidade e retorno);

3 - Reconhecimento e oficialização por parte do Governo Municipal, do Fórum Municipal de Mulheres no Hip Hop, para que ocorra em espaço público com colaboração deste município, incluindo-o no calendário anual da Secretaria de Cultura. Este Fórum deverá ser realizado como principal meio para discussão, reflexão e fortalecimento da mulher dentro da cultura, com realização no mês de março em virtude da comemoração do Dia Internacional da Mulher, em 08 de março;

4 - Reconhecimento e oficialização por parte do Governo Estadual, do Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop, para que ocorra em espaço público com colaboração deste Estado, incluindo-o no calendário anual da Secretaria de Cultura. Este Fórum deverá ser realizado como principal meio para discussão, reflexão e fortalecimento da mulher dentro da cultura, com realização no mês de abril em virtude da comemoração do Dia Nacional da Mulher, em 30 de abril;

5 – Aprovação de lei, reconhecimento e oficialização por parte do Governo Nacional, que inclui determinação de valor orçamentário para a realização do Fórum Nacional de Mulheres no Hip Hop, para que ocorra em espaço público com colaboração deste governo federal, incluindo-o no calendário anual do ministério da Cultura. Este Fórum deverá ser realizado como principal meio para discussão, reflexão e fortalecimento da mulher dentro da cultura, com realização no mês de Julho em virtude da comemoração do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, em 25 de Julho;

6 – Viabilizar mecanismos que garanta a execução da lei municipal que determina a implantação de ações da cultura Hip Hop, no calendário escolar da rede de ensino, por meio do projeto político pedagógico, tornando-a permanente durante o ano letivo e não apenas em ações pontuais. Que estas ações sejam realizadas por integrantes do Movimento Hip Hop (desde que efetivamente militantes e atuantes nos elementos específicos da cultura Hip Hop), atentando para a proporcionalidade de gênero, que contemple a participação feminina. (Adendo - Mapear as ações que já estão sendo feitas nas áreas da Cultura e Educação, melhorá-las para fortalecê-las, propor outras e colocá-las em pratica) e ainda: Educação / Conhecimento - Workshop para Gestores e educadores públicos (promover a sensibilização através da multiplicação do histórico da cultura e da Lei 10.639/11.645); - Educação através do Estado, Sesi, Senac, Sesc e Pronatec - encaminhamento para capacitação, formação e profissionalização de profissionais, voltada à produção artística que permeia os elementos culturais do Hip Hop; 

7 - Democratização do uso dos espaços públicos, promovendo a ocupação cultural nas Bibliotecas, Casas de Cultura, Centros Culturais, CEUs,Teatros, Escolas e Escolas de Samba, que compreendem a centenas de estruturas. Para que atividades relacionadas ao Hip Hop contemplando a participação feminina possam ser realizadas nestes espaços, como oficinas, palestras, cursos, e outros projetos específicos que tenham como objetivo promover e impulsionar a circulação das vias culturais pela cidade; 

8 - Casa do Hip Hop - (instalada no Centro da Cidade). Há que se considerar que a participação feminina neste espaço seja garantida, podendo as mulheres em equidade de gênero, participarem de todas as atividades, propondo ações e com direito a ocupação dos mesmos espaços para realização de atividades para as mulheres; 

09 – Radiodifusão Pública (Rádio e Televisão) Com objetivo de democratizar a comunicação, propomos ações que garantam a difusão da cultura Hip Hop nos meios de comunicações públicas. Propomos cursos de capacitação para desenvolvimento de programas educativos que trabalhem os elementos do Hip Hop, produção e edição, incluindo a participação de 50% das mulheres promovendo a equidade de gênero;

10 - Proposta de lei, que garanta que a Cultura Hip Hop esteja em pelo menos 20% da programação do calendário cultural municipal e que esta atividade seja reconhecida como atividade profissional.

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