Os alunos são da cadeira de Projeto II, do curso de Arquitetura da UFRGS |
O suplente de vereador começou sua fala recordando exemplos de arquitetos renomados na cidade como Fernando Corona, Theo Wiederspahn e José Lutzenberger Pai que muito fizeram por Porto Alegre, mas que hoje pouco são lembrados. “São exemplos de profissionais que desempenharam importantes contribuições, mas que ficaram no esquecimento”, criticou.
Um dos precursores da arquitetura moderna na cidade, Corona é autor de prédios como o Santander Cultural e os Edifícios Guaspari e Jaguaribe. É também de Corona o projeto do imponente Edifício Colonial, prédio residencial tradicional construído por Tasso Corrêa na Rua 24 de Outubro 820, em frente ao hoje McDonalds. Theo Wiederspahn foi um arquiteto alemão que executou muitas obras no Brasil. São de sua autoria os prédios dos Correios e Telégrafos, hoje Memorial do Rio Grande do Sul; a Secretaria da Fazenda; o Edifício Ely, atual Tumelero e o Hotel Majestic, atual Casa de Cultura Mário Quintana. Não menos importante para a cidade, José Lutzenberger Pai projetou prédios como a Igreja São José, o Palácio do Comércio e o Instituto Pão dos Pobres.
Adeli e a professora Celma Baese |
Porto Alegre, a modernidade suspensa
Em 2009, Adeli escreveu um livreto ao qual deu o título provocativo de Porto Alegre, a modernidade suspensa. “Obrigo-me, agora, quatro anos depois, lançar mais um provocativo debate ao afirmar que a modernidade ficou no passado de Porto Alegre. Minhas reflexões e observações me levam a ter a segurança que não foi apenas um processo de suspensão, estagnação ou falha no processo civilizatório da Capital. Estamos tempo demais neste ciclo, o que me autoriza a dizer que ficamos para trás de fato”, opinou.
Adeli também foi instigado a comentar sobre o conjunto habitacional da Vila Santa Terezinha, antiga Vila dos Papeleiros, na entrada da cidade. “Foi um equívoco fazer aquelas casinhas. Deveríamos ter incentivado o uso misto, treinando aquelas pessoas para outras atividades profissionais, construído um grande edifício, dando espaço para uma composição para o projeto do Minha Casa Minha Vida. Isto sim que teria sido ousado”.
O professor Fernando Fuão também criticou o projeto. Segundo ele, a construção desenvolvida em área nobre da cidade deveria ter incentivado uma miscigenação com habitações variadas, que mesclariam classes sociais. “A Arena é outro exemplo disso”, acrescentou.
Assim como a Vila Santa Terezinha, os alunos de projeto II também questionaram a imposição do que está sendo feito na Vila Tronco, com a ampliação da via, e nas demais obras da cidade. Segundo eles, há falta de diálogo com a sociedade. “A Avenida Tronco só pode ter sido projeta para outra época. Por que não propuseram ali uma Rambla, com comércio e canteiro na parte central da via?”, provocou Fuão. As chamadas Ramblas, como propôs Fuão, possuem uma espécie de calçadão no centro, onde pedestres podem caminhar. É margeada por ruas por onde carros passam. Possui várias lojas, cafés, restaurantes, floriculturas e performances de vários tipos (mímicos, atores, músicos etc.).
Para Adeli uma coisa destoa de tudo o que ele falou: a recente inauguração do aeromóvel pela Trensurb. “Quem sabe não seja este um símbolo de um novo ciclo? Ciclo virtuoso da volta de modernidade em Porto Alegre”, vislumbrou.
Por Tatiana Feldens
Um comentário:
Minha noite rendeu, só de olhar para aquelas caras jovens, ávidas pela saber, com uma certa timidez, vacilantes ainda em expor suas posições.
É falando e escutando que se formam as melhores posições.
Saí engrandecido com a aula que dei.
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