Na maioria das cidades do Brasil, aqui em Porto Alegre de um modo especial, as pessoas são proibidas de caminhar. E com o olhar cada vez mais baixo, para cuidar por onde pisa, o porto alegrense pára de ver o todo... e os outros. As calçadas nem sempre existem, e quando existem forçam um andar torneado, curvilíneo e até rebolado de quem se equilibra numa corda bamba cotidiana. É como entrar num game e chegar na fase em que o chão se foi, ou se pula e passa a fase ou é game over.
Já em pleno calçadão, a dita liberdade do passeador se transforma em obstáculo para outros. As famílias ladeadas com seus inúmeros membros esquecem dos caminhantes de outros. Na calçada, valem todos os caminhares: apressados, atrasados ou distraídos.
Em Bogotá, com o Programa Amor por Bogotá, eles ensinam os pedestres que caminhar pede um fluxo. Que ir e vir é uma expressão da vida real, do respeito ao vai e vem e que só existe quando é para os dois. E já tem cidade que vive fases mais evoluídas, em que já não é preciso riscar o chão.
Pensem nisto.
Porto Alegre tem que ousar mais.
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