segunda-feira, 28 de setembro de 2009

DESCASO DAS AUTORIDADES

DESCASO DAS AUTORIDADES


Quatro anos!

Esse é o tempo que passou desde que meu filho Mário foi tragicamente tirado de nossas vidas! Há quatro anos, o sonho de uma família foi destruído. Um tiro certeiro feriu seu coração jovem e mutilou minha família. Quatro anos que busco respostas para o que aconteceu ou as motivações para tirar-lhe a vida. Quatro anos de muita saudade!

Esse também é o tempo do completo descaso e do silêncio por parte das autoridades. Um silêncio que fala mais alto e diz muito mais do que muitas palavras. Um silêncio que assusta, pois que transmite a impotência dos órgãos públicos frente à barbárie que se instalou a nossa volta. Já não nos sentimos seguros.

Aparentemente, não se pode esperar outra coisa além de descaso, se levarmos em consideração que o Brasil é, hoje, o país da imoralidade, da falta de caráter e da absoluta falta de escrúpulos. Tudo isso exposto como se fosse motivo de orgulho e devesse servir de modelo. E está servindo, de fato, de modelo aos nossos jovens. Se são investigados, logo serão inocentados, nem que para isso tenham que criar leis específicas.

Apesar da existência de inúmeros indícios sobre a morte do meu filho Mário, nada foi levado a sério. Como pai continuo lutando para esclarecer sua morte. Eu devo isso a ele. Mas, como acontece na maioria dos casos de pedidos de investigação, este também foi arquivado sem solução.

Estamos nos tornando cada dia mais reféns dos nossos governantes, por mais protestos que façamos, por mais que lutemos em busca de um Estado mais honesto e justo, a situação não muda, ou melhor, até muda, mas para pior.

Passamos a viver aprisionados em nossas casas. Os bandidos e os marginais é que estão soltos, livres e certos de que assim permanecerão. Matar e roubar está se tornando banal. Agora a corrida é para ver quem mata mais, quem rouba mais sem que sejam identificados. Para esses bandidos, isso tudo parece ser um jogo de quem pode mais, mas um jogo entre bandidos e não entre eles e a lei, afinal ela dá sinais de que está inoperante e que está, quem sabe, do lado deles.

Ocorre, que a segurança pública não parece ser uma prioridade das autoridades constituídas. Sua preocupação, agora, é com a próxima eleição, de acharem uma maneira de liberar a internet para as propagandas eleitorais das próximas eleições, já que o mandato de muitos políticos estão a um ano e três meses do fim. Atentos, poderemos desde já, presenciar o exercício de muitos atos ilegais que só aparecerão na mídia quando estiverem no poder. Mas aí, já estarão impunes!

O cansaço está se abatendo sobre mim. Ver tanto desinteresse, tanta falta de vontade para com a sociedade, tantos valores sendo destruídos, tantas famílias destroçadas e fica tudo como está e pronto, me coloca sem ânimo para continuar na luta pelo bem. Até quando, eu não sei!

Pergunto-me a cada dia, o descaso das autoridades em esclarecer os motivos que levaram ao assassinato de meu filho Mário, seria o mesmo que emperra o Estado, quando suas autoridades precisam tomar decisões que atinjam os poderosos cartéis, ou algo do gênero?
Prefiro não acreditar nisso, porém, ao mesmo questiono permanentemente quanto a existência e eficiência da Justiça neste País.

Já não sei o que é preciso acontecer, já não sei a quem implorar, já não sei o que fazer. Sei, apenas, que como pai eu devo continuar lutando até que se esclareça a morte do meu filho Mário. Estou certo de que ele faria isso por mim.

Sérgio, pai do Mário

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