segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

“Porto Alegre pode vencer a violência”, avalia Koppitke

Para Koppitke, o poder público não pode continuar agindo de maneira reativa e pontual
Com o objetivo de discutir alternativas e projetos que contribuam para a redução da violência na capital, o vereador Alberto Koppitke palestrou na última sexta-feira (22.02) para um público aproximado de 60 militantes, durante mais uma edição dos Almoços Temáticos, promovidos quinzenalmente pelo PT.

Com experiência na área de segurança durante a gestão de Jairo Jorge em Canoas e nos Ministérios da Educação e Justiça, com o Governador Tarso Genro, Koppitke vem se dedicando à luta contra a violência e a morte de jovens nas cidades brasileiras. Na sua avaliação, o PT precisa construir uma proposta inovadora e eficaz, capaz de mostrar para a população que o partido tem um projeto concreto para deixar a cidade mais humana e livre dos temores da violência. “Ver a segurança como utopia é sonhar que no lugar de cada jovem vítima da violência ou perdido(a) para a dependência às drogas, devemos ter um artista, um esportista ou um cientista”, projeta o vereador.

Até a criação do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), em 2007, o Brasil passou muitas décadas reduzindo o problema da violência a um problema de polícia, sem um olhar mais amplo e uma melhor capacidade do Estado em reduzir os fatores que causam a potencializam a violência, critica o vereador. “Temos atuado sem integração, agindo sempre nas consequências e não nas origens do problema. Falta-nos o hábito do planejamento, um acompanhamento permanente de indicadores e avaliação técnica, fora das paixões políticas e conjunturas eleitorais”, avalia.

Para tanto, o parlamentar sugere a criação de um novo modelo se segurança pública calcado em uma visão territorializada da violência. Embora imerso num problema de grandes dimensões, a violência se manifesta em cada território de maneira específica. “A principal tarefa da nova política de Segurança é resgatar a autoestima e o convívio pacífico naquelas comunidades que mais foram afetadas por anos de abandono por parte do Poder Público e onde a violência encontrou um ambiente para se expandir”.

Koppitke vai além e afirma que o Estado não pode continuar agindo de maneira reativa e pontual. “Precisamos passar para um modelo preventivo, onde a confiança entre a sociedade e a polícia seja reconstruída”, sustenta, ao explicar que hoje a sociedade credita o aumento da violência ao fato de a polícia não prender os bandidos. “Isso nada mais é que um reflexo do senso comum do medo, que pede mais do mesmo. Não é a quantidade de pessoas presas que irá dizer se temos segurança ou não, mas sim a qualidade do processo”, destaca.

Drogas
Outro ponto fundamental citado por Koppitke para que se e compreenda a situação atual da violência do país é a questão das drogas. O vereador não poupou críticas à forma como o Brasil vem lidando com esta questão. “O que temos visto é o aumento vertiginoso do número de jovens presos por homicídios e dependentes químicos. Trata-se de uma concepção ineficaz tanto para a diminuição do número de usuários quanto dos números indicadores de criminalidade e violência”.

Na avaliação do parlamentar, uma nova política sobre drogas deve ter como foco a diminuição da demanda, ou seja, o número de pessoas, especialmente jovens, que optam por consumir drogas ou se tornam dependentes delas. “O fundamental é que se diferencie o problema das drogas do problema da violência. Embora associadas, é preciso construir políticas para cada uma. O problema das drogas é de Saúde Pública e a violência é assunto de Segurança Pública”, finalizou.

Participaram da atividade o presidente e o vice do PT municipal, Adeli Sell e Rodrigo Oliveira, respectivamente, além da secretária de Comunicação, Michele Sandri. A próxima atividade está marcada para o dia 8 de março, dia Internacional da Mulher. Informações e adesões podem ser feitas pelo telefone 3211 4888.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

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