Imagine o Centro de Porto Alegre há 123 anos. O Mercado Público, patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre, já existia. Porém, os prédios que conhecemos do entorno não. Fico a imaginar como seria o trânsito naquela época? Certamente sem os xingamentos e o estresse da atualidade, sem pastores pregando ou flanelinhas e camelôs circulando por ali.
Naquele tempo nascia o Gambrinus, um restaurante que veio para ficar, fundado em 1889, com a Proclamação da República. Gambrinus, rei de Flandres, nome de cerveja, patrono dos cervejeiros, continua até hoje seu reinado no Mercado Público Central.
O local da boa gastronomia é apresentado no site como Restaurante Bar Chope Gambrinus, ostentando o título de mais antiga casa em atividade na Capital. Segundo eles, a história do local confunde-se com a própria trajetória da cidade.
No cardápio, predominam os pratos de frutos do mar, como filé de congro e linguado ao molho de camarão, além de filé de salmão com alcaparras e champignon. A tainha recheada é o prato predileto de muitos dos seus frequentadores. Filés de carne e pratos típicos regionais também são servidos por lá.
E eu fico aqui a lembrar da tradicional feijoada, a rabada, o bife de fígado, a língua ensopada. Sem contar as almôndegas e os bolinhos de bacalhau, que só de pensar me deixam com água na boca. Mas para começar uma refeição no Gambrinus, sugiro uma "salada de bacalhau". Isto depois de deliciar o pãozinho com manteiga que só encontramos por ali.
Sugiro a você, caro leitor, fazer o teste e sentir o gosto da cozinha d o Gambrinus e descobrir se o nome faz justiça à fama. Adianto que se for ao Mercado em um sábado, vá cedo. Caso contrário terás que ter paciência para aguardar na fila.
Depois da perda do Antoninho, a casa está com a Marlene e sua turma, sempre com bom humor, já fazendo parte também da cara do Mercado, não só do Gambrinus. E nos finais de tarde, nada como um bom papo ali e os bolinhos de bacalhau, o chope bem tirado, um espumante ou um bom vinho da Serra Gaúcha.
Lastimo que não existam mais alguns de seus velhos parceiros.
Mas isto deixa para depois.
Por Adeli Sell
Professor, escritor e consultor
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