quarta-feira, 2 de março de 2011

Artigo (Adeli Sell) - Respeito aos ciclistas


Ciclistas saíram ontem às 19h do Largo Zumbi
dos Palmares e percorreram ruas de Porto Alegre
para defender o uso de bicicletas no trânsito
Fonte: Correio do Povo
Infelizmente, somos notícia mundial desde o triste episódio do atropelamento coletivo de ciclistas na Cidade Baixa.

Isto é péssimo para nossa imagem lá fora e também aqui. Já estivemos bem melhor posicionados na opinião pública, através de pautas positivas, como referência de cidade-berço do Fórum Social Mundial, por exemplo. Com certeza, não é como lugar sem espaço para expressões de liberdade que queremos ser vistos. Ou melhor, não é assim que queremos viver o nosso cotidiano, onde se acata que prevaleça o império do mais forte.

O acontecimento precisa ter tratamento exemplar. Quem investe contra e por cima de ciclistas com um veículo tem que ser preso e punido. O que houve foi muito grave; mas grave também é o silêncio de autoridades, que deveriam ter sido os primeiros a repudiar este ato hediondo.

Mas pasmo fiquei com declarações que ouvi na mídia por parte de alguns que detém o poder que este meio lhes dá, ao abrirem seus microfones para pessoas que repetiam, com outra roupagem, o dístico “estupra, mas não mata”. Não há justificativa aceitável para a covardia da tentativa de homicídio. Não bastasse o ato em si, há quem pretenda agora atribuir a culpa aos próprios ciclistas, em especial ao grupo Massa Crítica.

Mesmo que alguém – ou várias pessoas – tivesse afrontado o motorista, ou mesmo batido no carro, isto não lhe dá o direito de revidar com a arma mortífera que é um carro, investindo pelas costas contra pessoas indefesas. Mortes só não ocorreram, dizem, graças à hipótese de que Deus, além de ser brasileiro, pelo jeito também andar de bicicleta.

Vamos, cada vez mais, prosseguir em nossa luta pela paz no trânsito, contra a violência e pela civilidade.
Punição exemplar, portanto, aos que afrontam a civilização.

* Adeli Sell é vereador e presidente do PT/POA

2 comentários:

Mauro Sampaio disse...

Caro Adeli,
Fique tranquilo, esse tipo de comportamento não é exclusividade Porto Alegrense (terra que infelizmente ainda não conheço). Aqui em Brasília, e em todos cantos do Brasil, o carro já substituiu as armas de fogo há tempos. O convívio pacífico entre pessoas perdeu espaço para a luta por espaço entre carros. Carros matam mais no Brasil do que as armas de fogo em números absolutos. 50% dos leitos de UTI do país são ocupados por "acidentados" de trânsito. Enchentes e alagamentos urbanos ocorrem pela impermeabilização do solo feita para que automóveis possam circular. Doênças respiratórias são cada vez mais frequentes. Preferimos dizimar toda a diversidade de vida natural que ainda sobra em nossas cidades. O que sobra para os moradores das cidades são calor asfáltico, baratas, ratos, formigas e pombos. Para muitos, essa é a vida selvagem que conhecem. Pré-sal, consumo, shopping, segregação. Esse é o mundo moderno. Moderno? Evoluimos tecnologicamente, mas involuímos socialmente. Estamos bem atrás de chipanzés. Abraço e parabéns pela a atitude quanto a este episódio bizarro e corriqueiro.

Anônimo disse...

Venho por meio deste comunicar que a ciclovia,frente ao número 885 da Av, João Antonio da Silveira,está sendo ocupada irregularmente por um comércio de pneus usados de uma borracharia,inclusive fechando a calçada de pedestre com uma construção irregular e dificultando passagem de pedestre e ciclistas .Os pneus colocados na calçada dificulta a visão da saída de automóveis do condomínio,seguramente poderá acontecer um acidente,pois não tem a visibilidade para ver quem vem da rua ou da ciclovia.Espero que seja tomada uma providência antes que ocorra um outro acidente,pois sexta feira acorreu uma batida de carro na frente deste condomínio.