* Leia na íntegra aqui
O
documento "O Brasil não esquecerá - 45 escândalos que marcaram o governo FHC",
de julho de 2002, é um trabalho da Liderança do PT na Câmara Federal de
Deputados. O objetivo do levantamento de ações e omissões dos últimos sete anos
e meio do governo FHC, segundo o então líder do PT, deputado João Paulo (SP),
não é fazer denúncia, chantagem ou ataque. "Estamos fazendo um balanço ético
para que a avaliação da sociedade não se restrinja às questões econômicas",
argumentou. Entres os 45 pontos estão os casos Sudam, Sivam, Proer, caixa-dois
de campanhas, TRT paulista, calote no Fundef, mudanças na CLT, intervenção na
Previ e erros do Banco Central. A intenção da Revista Consciência.Net em
divulgar tal documento não é apagar ou minimizar os erros do governo que se
seguiu, mas urge deixar este passado obscuro bem registrado. Leia a
seguir:
Itinerário de um desastre
Nenhum governo teve mídia tão
favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em
seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer
inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de
um governo que deixará uma pesada herança para seu sucessor.
A taxa média
de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da
história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década
perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio
público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No
discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair
capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública.
A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões,
enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.
Enquanto isso, o
esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no
setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o
governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Esse
ano, para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo
premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia
emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência
das privatizadas está sendo financiada pelo povo.
O texto que segue é um
itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC
e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário
neoliberal. Em alguns casos, a oposição, aproveitando-se de rachas na base
governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado
ainda mais dano aos interesses do povo.
Essa recompilação serve como
ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição
realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um
planejamento meticuloso.
Deputado João Paulo Cunha
Líder do PT
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