quarta-feira, 13 de julho de 2011

PT lança carta e reafirma protagonismo partidário e militante na cidade

A vitória do PT em Porto Alegre passa por um amplo debate
com a militância partidária e com a população, afirmou Adeli 
O auditório do PT de Porto Alegre ficou lotado nesta quarta-feira (13) para o lançamento da carta destinada a todos os porto-alegrenses. O documento tem como objetivo abrir o debate sobre as eleições municipais de Porto Alegre com as bases do PT e a sociedade.

Estiveram presentes os dirigentes municipais do PT, representados pelo seu presidente, vereador Adeli Sell, e seu vice, Rodrigo Oliveira, os ex-prefeitos de Porto Alegre Olívio Dutra, Raul Pont e João Verle, os presidentes da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal de Porto Alegre, Adão Villaverde e Sofia Cavedon, respectivamente, além de vereadores e demais autoridades.
 
Na carta, o PT defende as conquistas obtidas pelo partido durante os 16 anos em que esteve à frente da prefeitura da Capital. Ressalta que a vitória do PT em Porto Alegre passa por um amplo debate com a militância partidária e com a população na construção de um programa de governo democrático e popular, buscando a constituição de uma política de alianças no campo popular e com os movimentos sociais.


Sede do PT POA lotou de militantes e lideranças
para o lançamento da Carta a Porto Alegre

“Queremos retomar na cidade um ambiente com desenvolvimento econômico e social ambientalmente sustentável e de democracia participativa e popular. Conceitos esses, que estiveram expressos e foram vitoriosos em lutas recentes ocorridas na cidade, que combinaram a luta por direito à moradia digna com a preservação da natureza”, diz o texto.


 O documento também critica a presença de personalidades conservadoras no governo de José Fortunati, herdadas do período José Fogaça. A crise na saúde, o sucateamento da máquina pública e o abandono da cidade são alguns aspectos criticados na atual administração.

Os vereadores Mauro Pinheiro e Maria Celeste também compareceram ao lançamento, assim como os demais integrantes da Executiva Municipal: José Reis, Secretário Geral, Ubiratan de Souza, Secretário de Organização, Michele Sandri, Secretária de Comunicação, Gladimiro Machado, Secretário de Finanças, Danilo Toigo Caçapava, Secretário de Movimentos Sociais, José Conceição, Secretário de Formação Política, Rose Hoffman, Secretária de Assuntos Institucionais, além dos membros da Executiva, Reginete Bispo, Isabel Torres, Leila Matos e Alberto Terres. O ex-prefeito, governador Tarso Genro, não compareceu devido a agenda de governo.



Veja carta na íntegra


CARTA A PORTO ALEGRE

Porto Alegre enche de orgulho quem aqui nasceu, ou a escolheu para morar, e encanta os visitantes. Sua beleza natural, o charme de suas ruas e esquinas tradicionais, a alegria e a inteligência de sua gente compõem as cores de uma cidade multifacetada pela diversidade. A capital dos gaúchos teve um quê de vanguarda, protagonizou momentos importantes da história brasileira com muitas contribuições à democracia e à cidadania deste país. A edição do Fórum Social Mundial, em Porto alegre, é um exemplo emblemático da importância da nossa gestão na cidade para o mundo. Infelizmente, seus avanços foram paralisados pela inércia das últimas gestões.

Com a participação da população e da Frente Popular, o PT de Porto Alegre teve a honra de ajudar a escrever algumas páginas da trajetória de nossa querida cidade. O PT acumulou, nos 16 anos em que esteve à frente do Paço Municipal, ricas e variadas experiências de gestão e planejamento participativo, além de apostar no controle social sobre o Estado. Num processo de co-gestão da cidade através do Orçamento Participativo, conselhos, movimentos sociais e quatro congressos da cidade foram construídos resultados importantes na melhoria da qualidade de vida e cidadania.

Tivemos a ousadia de inverter prioridades e de formular políticas públicas capazes de enfrentar grandes temas, como a necessidade de reforma urbana à sustentabilidade ambiental, do crescimento econômico às soluções em mobilidade. Tudo isto com a firme decisão de enfrentar o passivo social existente, combatendo de forma corajosa as desigualdades, promovendo a justiça fiscal, o saneamento ambiental, a infraestrutura, a saúde, a educação e a cultura. Fizemos nossas gestões perseguindo o sentido de que só vale a pena governar se for para transformar.

Neste momento, estamos trabalhando para fazer dar certo nossos governos Dilma e Tarso, além de acompanhar e construir as pautas dos movimentos sociais e organizações da sociedade civil que justamente perseguem uma vida digna e plena de direitos. No entanto, o debate eleitoral de 2012 tem sido antecipado. Na imprensa, existem cogitações sobre a posição do PT no próximo ano, quase sempre sem ouvir o ator principal das especulações: o próprio PT, querendo decidir por nós. Por isso, reiteramos que não abriremos mão do nosso protagonismo nas eleições 2012. Através desta carta à cidade, afirmamos que nossa preocupação inicial é com a cidade, sua perspectiva de futuro, com a falta de desenvolvimento da nossa capital e com os problemas que só se agravam.

O governo municipal, desde abril do ano passado dirigido por Fortunati, não só manteve a mesma composição dos partidos de centro e direita e personalidades conservadoras do período Fogaça, como optou pela continuidade de toda a herança das crises na saúde, burocratização e clientelismo do OP, sucateamento da máquina pública e descaso com os servidores públicos, serviços prestados e abandono da cidade.

Queremos retomar na cidade um ambiente com desenvolvimento econômico e social ambientalmente sustentável e de democracia participativa e popular. Conceitos esses, que estiveram expressos e foram vitoriosos em lutas recentes ocorridas na cidade, que combinaram a luta por direito à moradia digna com a preservação da natureza.

O PT e as organizações sindicais, comunitárias, populares e ambientalistas devem trabalhar na constituição de um forte movimento em busca de uma reforma urbana adequada às características de nossa cidade, especialmente prevendo a adequação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) ao Estatuto da Cidade, e a regularização fundiária, com as demandas dos setores médios pela qualidade ambiental e cultural. Com esta aliança entre o movimento popular e os setores médios é que poderemos recolocar Porto Alegre no patamar de referência internacional de políticas públicas.

A vitória do PT em Porto Alegre passa por um amplo debate com a militância partidária e com a população na construção de um programa de governo democrático e popular, buscando a constituição de uma política de alianças no campo popular e com os movimentos sociais. Este é um convite às organizações sociais para tratar de alternativas ao desenvolvimento da cidade, que privilegiem as dimensões social e ambiental, além de encontrar caminhos para enfrentar o colapso da mobilidade (vias estruturais e transporte coletivo), recuperar a qualidade dos serviços públicos e das políticas de saúde, educação, segurança, cultura e infraestrutura urbana.

Portanto, a representação política e social do PT leva a afirmação legítima do seu protagonismo nas eleições 2012. A democracia que queremos não se encerra nas eleições, mas vai além, com processos de participação popular, oportunizando o encontro de opiniões, ideias, sonhos de uma vida melhor. E é por aí que começamos o debate com a sociedade. Vamos a ele!

Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre – Julho de 2011

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

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