segunda-feira, 30 de novembro de 2009

INSEGURANÇA - MIL E QUINHENTOS DIAS DE DESCASO


MIL E QUINHENTOS DIAS DE DESCASO



Meus amigos:







Este final de semana se torna, mais uma vez em minha vida, em dias de intensa dor e saudade. Neste domingo, inacreditavelmente, se completam 1.500 dias da morte do meu filho Mário. Nesses 50 meses, tenho tentado, de todas as formas, dar seguimento à minha vida sem a sua presença física.



Mas o dia 29 é cruel para mim, que passei a viver, tentando me acostumar a lembrar apenas de todas as coisas boas e dos momentos extremamente agradáveis que tivemos a felicidade de passarmos juntos. Há momentos em que não consigo, pois me vem à mente o descaso com que a sua morte foi tratada pelas autoridades da área da segurança pública.



E como vocês sabem, até hoje não recebi uma notícia convincente sobre o que realmente aconteceu naquela noite de 29 de setembro de 2005 com o meu filho Mário. Não posso concordar que o instituto da impunidade tenha me transformado em mais uma vítima.



Quem matou o meu filho Mário continua solto. Quem sabe quantas pessoas mais matou? Quantos jovens como o meu filho Mário morreram pelas mãos assassinas desse cruel matador? Ou quem teriam sido os mandantes desse crime? Respostas que até hoje não obtive. Este meu direito como Pai está sendo negado por essas autoridades.



E onde está a Justiça?



São 36.000 horas que sinto a ausência do meu filho Mário. Cada uma delas é uma eternidade. Esta saudade rompe meu peito e dá lugar às lágrimas todo o santo dia.



Recorro aos amigos para que cerrem fileiras comigo até que a verdadeira Justiça seja feita, e que os responsáveis sofram a punição que um crime como este prevê.



Jamais desistirei de cobrar essas respostas das chamadas autoridades da segurança pública. O meu direito de Pai, irei exercer para sempre, doa a quem doer.



Certamente como eu, há dezenas e dezenas de pais e mães que sofrem pelo mesmo motivo: aumenta assustadoramente a estatística dos crimes insolúveis, muitos deles, tendo como maior amparo, a falta de vontade política para que sejam solucionados.



Minha missão de Pai está acima desse descaso. Estou há 1.500 dias cobrando esclarecimento. Espero que este dia chegue, para que possa dizer a vocês que, finalmente, a Justiça tardou, mas não falhou.



Sergio, Pai do Mário




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