terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Campereando um jornal num domingo no centro

Salve São Jorge, a banca de jornal da família Santos, no Glênio Peres, é a única que abre aos domingos e feriados no Centro Histórico. A ex-famosa Vera Cruz, ali na Praça da Alfândega, com seu design ultrapassado, já fechou as portas. Ali, no passado se achavam todos os jornais. Tinha lista de fregueses, compradores fiéis. Hoje ostenta um cartazete oferecendo café.

É claro que se eu quiser apenas um dos nossos jornais locais posso adquiri-lo com uma vendedora simpática nas imediações da Borges de Medeiros com a Riachuelo. Agora se meu desejo for por uma segunda opção, tenho que me deslocar ao Zaffari, da Marechal Floriano.

Nada contra Banca de Jornal vender outros produtos em meio às publicações, mas lamento quando o foco do comércio deixou ser os periódicos e semanários. Sem falar do design ultrapassado e inacessível de algumas bancas. O pior caso é o da Praça da Alfândega. É hora de repensar este item importante de nosso mobiliário urbano.

Feitas estas anotações, volto a refletir sobre o que levaria apenas uma banca de jornal abrir nos domingos e feriados no Centro Histórico. Será que não se lê mais? Aumentou tanto assim o índice de assinantes, dando acesso fácil e comodidade na porta da casa? Ou será que a rapidez e a comodidade que o consumidor possui em ter acesso às informações através da Internet tem provocado essa diminuição sensível no mercado das bancas de jornais?

E o que fazer se alguém lhe fala que a Revista Voto publicou uma entrevista do seu deputado e você que garantir um exemplar para ler a matéria no final de semana, morando no Centro? Ou como ler o artigo de economia da Amanhã para falar no dia seguinte na palestra sobre os problemas do desenvolvimento do Rio Grande do Sul? Não tem assinatura dela, não tem banca aberta.

Será que se outras bancas abrissem, expusessem jornais como se fazia no passado, não haveria mais leitura? Sinceramente, acho que sim. É mais ou menos como o tema do ônibus. Se tiver horários e for de boa qualidade, pego o coletivo e largo o carro.

Enquanto isso, vamos valorizar quem preza o leitor. A Banca São Jorge tem mais de meio século, sempre conduzida pela família Santos. A dona Geraci, os filhos José e a simpática Nara estão ali para servir. São jornaleiros da gema, vendem periódicos. Vendem muitas publicações. Tem até telefone disponível: 32120803.

Por Adeli Sell

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